Scars

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E embora eu tenha essas cicatrizes,
Eu não guardo rancores, é meu destino
Eu estava tão acostumado a ganhar
E agora eu faço o meu melhor baby
Para tomá-la no queixo

Eu cometi erros
Mas eu não sou assombrado
Porque seu amor me dá a força

Às vezes eu perco meu foco
E minhas crenças básicas apenas me dominam
Mas a verdade é que precisamos dos outros
Para encontrar à vontade
Para encontrar o ponto em qualquer coisa...

(Scars - IAMX)

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Pov. Peeta

E

scuto vozes alteradas. Minha mente varia entre os acontecimentos anteriores e o agora. Não sei dizer qual parte do meu corpo dói mais. Ainda assim, as novas cicatrizes do meu corpo não se comparam com a dor dilacerante que há em meu coração. Durante à noite chego a ouvi-la me chamando, porém, sei que não é real.

Por um instante sinto meu corpo sendo erguido e quando tento firmar meus olhos, noto os Pacificadores. Me preparo para mais uma sessão de tortura física e psicológica. Tem sido assim nas últimas semanas.

— Ei, seu idiota! Já disse que esse cara não sabe de nada. – A voz de Johanna, mesmo rouca, sobressai no corredor em que sou arrastado. — Já não se divertiram com ele o bastante?

Eles não dão a mínima para ela e continuam a me arrastar pelo corredor frio. Chegamos a sala que já me é conhecida há algumas semanas. Sou sentado bruscamente na cadeira fria. Um pacificador me amarra, no entanto, minha perna mecânica não para quieta. Ela insiste em tremer, ainda que o resto do meu corpo esteja imóvel, tem sido assim desde que começaram a me torturar. Estão tentando arrancar informações sobre uma revolução da qual eu não faço parte e muito menos sei sobre.

— Sr. Mellark, espero que hoje colabore. Estamos perdendo um tempo precioso. – Sua mão aperta meu rosto o levantando na direção de um outro corpo. Mesmo com os olhos inchados, consigo ver quem está do outro lado da sala amarrado igual a mim. Doryan parece assustado. Ele tem um corte no lábio superior que está sangrando neste momento. Não acredito que o garoto já está com essa aparência. — Que tal nos contar sobre o plano rebelde?

— Já-já... – Tento puxar o ar dos meus pulmões para falar, mas apenas esse pequeno esforço é doloroso.

— Fale mais alto e claro, Sr. Mellark. Não consigo escutá-lo. – Meu agressor puxa meu cabelo fazendo minha cabeça doer.

— Nenhum de nós fazíamos ideia do que estava rolando, seu pacificador insolente! – brada Doryan.

— Ora, ora, quanta bravura, garoto. – O homem se afasta de onde estou e caminha até ele. Logo em seguida, um golpe é desferido na costela de Doryan que grita.

— Pare! – Tento me mexer, mas é inútil.

— Comandante Flack, o ministro Antonius está solicitando sua presença.

— Leve esses dois de volta às celas. Quero ver por quanto tempo mais eles ficam de boca fechada.

Sou lançado para dentro da cela e não consigo me mexer por causa da dor em todo meu corpo. Com minha mão direita tento alcançar a grade fria. Meus dedos tremem e noto as manchas de sangue por todo chão.

Preço do amanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora