Na fatídica noite em que Johan se desentendeu com seus amigos, Oris voltou para casa com raiva.
— Cheguei.
A mãe de Oris está na sala vendo TV. Ela se chama Mira, ela tem pele branca, olhos castanhos e cabelo cacheado castanho meio claro.
— Boa noite. Como foi lá? Vocês se divertiram?
Mira repara que Oris parece meio abatido. Ela se levanta e vai até ele.
— Tá tudo bem? Não parece que foi muito legal lá. — Diz a mulher com preocupação.
— Você fala disso? — Oris aponta para seu rosto, que há pouco tempo havia sido socado por Johan.
A Mãe olha confusa.
— Isso o que? Não tem nada no seu rosto.
Oris fica surpreso, ele passa os dedos lentamente sob a face. Realmente não havia mais nada ali.
— Mas o que...
— Vocês não usaram nada errado, né? — Diz a mulher num tom irritado.
— Que!? Não, eu juro que não usei nada!
Oris dá um suspiro.
— É que muita coisa aconteceu.
— Você quer falar sobre isso? — Diz a mãe, preocupada.
— Agora não. Eu vou subir pra dormir.
Oris diz isso enquanto anda em direção à escada.
— Boa noite, mãe.
— Boa noite, Oris.
O rapaz sobe as escadas, na parede há fotos de família contendo Oris, sua mãe, pai e suas 2 irmãs, Artemis e Miara, elas possuem respectivamente: pele escura, cabelos lisos pretos e olhos castanhos; a outra possui pele branca, olhos castanhos e cabelos loiros lisos, ambas são mais velhas que Oris. Miara, a mais velha, mora fora de casa, mas visita eles de vez em quando.
O menino abre a porta do seu quarto, está escuro. O jovem dá um suspiro, ele nem liga as luzes, apenas entra e fecha a porta. O rapaz tira as roupas e sapatos, sentindo-se livre.
Ele põe uma bermuda e se deita na cama. Oris olha para o teto enquanto lembra do que acabava de acontecer, ele sente raiva, tristeza, culpa, empatia e ansiedade. O rapaz solta um leve suspiro.
— O que eu faço, pai? — Diz o jovem, com a voz baixa. — Ou melhor, o que você faria? Eu não sei o que fazer...
Oris começa a chorar um pouco.
— Eu não odeio o Johan, eu reconheço que ele não foi uma boa pessoa agora, mas eu não quero odiar ele. Eu queria que as coisas voltassem a ser como antes... Não podíamos nós 4 continuar sorrindo juntos? —Diz o rapaz com a voz trêmula.
Ele continua em conflito até enfim dormir. Enquanto Johan se tornava receptáculo, Oris viveu sua vida, ainda pensando em como voltar a falar com seu amigo.
O Jovem pensou em inúmeras possibilidades, e até tentou contatar Johan, mas sem sucesso. Na escola, todos olhavam com pena para Oris, pois sabiam que ele estava praticamente sozinho, já que Bit tinha começado a faltar muito, boatos indicam que ele está viajando para algum lugar.
25 de julho de 2116. Oris estava botando o lixo para fora, algumas horas antes de ir para a escola. Ele sente a brisa da manhã passando pelo seu corpo, um ar frio. O jovem respira fundo.
— O que será que o Johan tá fazendo agora? Algo importante de receptáculo, provavelmente. Será que eu vou conseguir falar com ele? Por que eu tô falando sozinho? — Oris percebe que está ficando preocupado demais com isso, ele joga o lixo fora.
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LOWLTIERA
FantasyEm um mundo onde uma guerra milenar se iniciou com o intuito de ver qual dos diversos países se tornaria o grande portador do poder das Entidades, criaturas extradimensionais que controlam a natureza. Com o tempo a humanidade descobriu que é possíve...