MAY THE BEST WIN - Maxley 🏳️‍🌈🪄✨

Capítulo 11 - Duplas Parte 2

Eu me atrasei, é verdade. Cheguei à biblioteca às cinco e meia, mas não foi culpa minha. No caminho, topei com um grupo de alunos assistindo a um duelo bruxo. Nunca tinha visto um antes, então parei para assistir. Só quando o duelo acabou me dei conta de que tinha que estar em outro lugar. Pelo menos, o duelo foi incrível!

Entrei na biblioteca de uma vez, fazendo um barulho absurdo. A bibliotecária não demorou a me lançar um "Shh!" que fez meus ombros encolherem. Com o rosto vermelho, fui procurar Bradley.

Quando o encontrei, ele estava visivelmente irritado, balançando a perna com impaciência enquanto lia um livro. Usava um par de óculos escuros e lia com as sobrancelhas franzidas, massageando a testa de vez em quando. Algo me dizia que eu estava encrencado. Aproximando-me de fininho, cocei a garganta.

— Desculpa pelo atraso. — Engoli seco, vendo-o fechar o livro com força e cerrar os punhos.

— Ah, sério? Nem percebi! — Ele respondeu com um sorriso sarcástico. — Você não sabe o que é um relógio? Ou é burro demais para saber ver as horas?!

Bradley bateu os punhos na mesa, e o som ecoou pela biblioteca. Nunca o tinha visto tão irritado. Normalmente, ele era esnobe, mas sempre formal. Dessa vez, parecia prestes a lançar uma maldição em mim.

— Me-me desculpa, não foi por mal. — Cocei a nuca, nervoso.

— Senta a porra da sua bunda nessa cadeira antes que eu te faça sentar. — Ele rosnou, cerrando os dentes.

Rapidamente, me sentei e ajeitei a postura. Bradley abriu a bolsa, tirando de lá alguns materiais: livros, pergaminhos, penas e tinta.

— A história dos lobisomens é complicada, então, se queremos fazer esse trabalho direito, precisamos pesquisar a fundo. — Ele suspirou, colocando três livros sobre a mesa. — Aqui tem algumas referências sobre o assunto.

Os livros tratavam de animais místicos, falando das raças mais conhecidas e das mais raras. Peguei um deles e folheei.

— Uau, tem bastante coisa aqui. Vamos ver um lobisomem pessoalmente também? — Perguntei, inocente.

— Você tá louco? Lobisomens são perigosíssimos, te matariam num instante! — Ele estalou os dedos. — Você é burro ou só se faz? Parece que não prestou atenção na aula. — Bufando, Bradley pegou um dos livros e começou a ler.

Olhei de soslaio, ciente de que não tinha prestado atenção na aula. Sabia que teríamos dificuldades, mas não achava justo deixar Bradley fazer tudo sozinho.

[...]

Já estávamos lendo há mais de uma hora, e logo seria hora do almoço. Minha barriga já estava reclamando de fome. Olhei para Bradley, que permanecia concentrado, o rosto sério e focado. Queria puxar conversa, mas me lembrei do que já tinham me contado sobre ele e desisti.

— Não sabia que você usava óculos. — Disse, sem pensar, virando o rosto em seguida.

— Preciso deles às vezes para ler. — Ele ajeitou os óculos. — Mas não gosto de usar.

— Por quê? — Perguntei, curioso.

— Não valoriza minha imagem. — Ele respondeu, me encarando.

— Você acha? — Refleti por um instante. — Acho que você fica bem com eles. As garotas provavelmente iriam gostar.

— Ah, por favor, a vibe nerd não encanta ninguém. Só uso porque não consigo ler de perto. — Ele respondeu seco.

— Entendi. — Voltei a observá-lo ler, desviando o olhar assim que ele me encarou.

[...]

Passamos mais algumas horas na biblioteca, em silêncio. Foi entediante, mas aprendi bastante sobre os lobisomens, o que já era um avanço. Ainda assim, não acho que conseguiria escrever nem um pergaminho inteiro sobre o assunto.