Ayla Dubois
Agora...
Século XXIMesmo passando horas de viagem para chegar a Lituânia aonde minha tia mora, é inevitável de esquecer a briga que tive com meus pais. Eu esperaria até maio, pois minha tia alega que é quando o país tem o clima mais agradável, contudo antecipei a viagem para janeiro e vim conhecer uma nova cultura e espairecer a mente do turbilhão que deixei em casa.
Sei que sou nova, e todos esperam da minha idade com meus vinte e dois anos, atitudes inconsequentes. Como sair para boates, beber até cair, contrair aquelas ressacas horríveis ou me envolver com vários carinhas da faculdade. Ainda assim, eu não sou essa pessoa. Não sou puritana, apenas aprecio um bom livro, assistir séries e filmes no conforto da minha cama. É tão satisfatório, que troco tudo, para ficar na minha casa, no meu conforto, sem perturbações. As pessoas precisam entender isso.
E eu sendo a filha perfeita que achei que estava sendo, meus pais insistem que eu seja médica que nem eles. Eu acho lindo a profissão deles. Aprecio o quanto são inteligentes, e conseguem fazer cirurgias como ninguém, livrando as pessoas de suas doenças. É admirável e tenho orgulho dos pais que eu tenho, e por conta de sua profissão sempre tive conforto e privilégio de poder estudar nas melhores escolas de Nova York. Não sou injusta em negar isso. No entanto, ainda não me decidi o que quero. Por isso que vim passar um tempo com minha tia, irmã de meu pai, para entender e encaixar algumas peças na minha cabeça confusa.
O motorista do Uber anuncia que cheguei no endereço. Pago a corrida, descendo do automóvel, pegando minhas malas no porta mala. Avisto minha tia Amélia sempre linda, em seus vestidos floridos como agora que a deixa mais jovial do que é. Embora sendo mais velha que meu pai, possuindo seus quarenta e cinco anos, não tem uma linha de expressão. O cabelo ruivo desce grande por suas costas, a deixando ainda mais bela, e o cinza dos olhos brilha ao me ver.
— Seus pais me ligaram. Foram tantas recomendações que fiquei perdida. Eles esquecem que tenho uma filha.
Tia Amélia carinhosamente me abraça, fazendo eu me sentir em casa, sentindo seu cheiro doce.
Fazia uns catorze anos que minha tia deixou o, Estados Unidos e veio viver na Lituânia, Vilnius depois que se casou. Papai no começo foi receoso, porque são apenas eles dois de família no mundo. No entanto, quando viu que minha tia estava feliz, aceitou. Foi uma felicidade quando ele soube que viraria tio. Viemos uma vez, há doze anos, ver o nascimento de Dalia.
Foi apenas pensar na minha prima, que uma adolescente ruiva, sorridente, passa pela porta correndo até nós. Seus braços também me rodeiam quando minha tia me solta, e a surpresa me pega ao vê-la que está quase chegando ao meu tamanho.
— Comeu o quê? Não é possível ter só doze anos! — Exclamo beijando o alto de sua cabeça, a soltando em seguida.
— Eu disse a mamãe. Daqui a pouco poderei correr...
— Tenho certeza que Ayla está cansada ou faminta pela viagem. Seu tio está enfiado na cozinha, preparando nosso jantar. — Minha tia a interrompe, dando um olhar para a filha que entende de imediato.
Com certeza Dalia deve ter aprontado.
— Eu ajudo com as malas! — Minha prima se prontifica pegando uma, arrastando pelos poucos degraus, adentrando a casa.
Ainda não tinha reparado, no entanto, a casa de minha tia é linda demais. O condomínio é localizado um pouco mais afastado do barulho da grande cidade. Dois andares, predominando um cinza claro, janelas grandes permitindo com que a claridade entre e as flores de vários tons enfeita a frente da casa dando um ar harmonioso. Fora a cerca branca que rodeia o espaço, sendo um toque de filme da tarde.
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Supremo Amor
RomansaVenham entender aonde tudo começou! Sinopse ainda sendo escrita.