Capítulo 4

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Antonis Novik

O sono não me alcançou logo após que Jean saiu. Minha mente procurou ideias, teorias do porquê os Kazak traria aquela menina. Lembro-me de uns anos atrás que alguns familiares vieram, mas depois de tanto tempo, ele nunca mais foi visitado, até agora. Eu teria essa informação. Não há nada que aconteça na minha capital sem eu saber.

Daina me chama de narcisista, síndrome de irmão mais velho como ama dizer sempre. Quero tudo do meu jeito, no momento que eu quiser. Mas sempre respondo que não cheguei ao estou, aceitando tudo. E o poder que nos foi entregue, nos faz almejar ainda mais.

Enquanto ele não retornava, abri meu notebook acessando meu e-mail, e relatórios que eu precisava ver.

Sendo vampiro a centenas de anos, eu detestava me sentir inútil no mundo, mesmo já tendo vivido de tudo e um pouco mais. As riquezas da família Novik era imensurável, não precisávamos se quer trabalhar, no entanto, eu e Benius gostávamos de investir em empresas anonimamente. Tínhamos humanos, que sabia sobre nós e ajudava nessa parte financeiramente.

Daina tinha o mesmo pensamento, por isso estava organizando para abrir uma franquia de lojas no ramo da moda feminina. Cezaris vivia pelo mundo, pelos casinos, melhores hotéis, conhecendo culturas, e meu irmão Danius gostava de ainda agir como adolescente e enfrentar as regras. Uma tremenda dor de cabeça.

Horas se passaram quando chegou um e-mail de Jean, com todas as informações de Ayla Dubois. Como idade, ficha médica, onde mora, vive com pais que são médicos, sobrinha de Amélia Kazak, pois, Amélia é irmã do pai dela. Alguns colegas que ainda se encontrava do ensino médio. Nenhum namorado, ou ex. Lugares que costuma ir, e duas fotos anexadas. Uma no restaurante sentada, distraída olhando para o lado, com as sardas evidentes, boca bem desenhada com um leve rosado, dando um toque angelical a ela. A outra ela está em um parque aberto, vestido de alcinha, cabelos soltos moldando o rosto fino e com aquele sorriso que consegui acessar pelas memórias do meu soldado.

Ouço passos, quando a porta se abre com Chiara adentrando, com uma expressão indecifrável. Essa perdeu total respeito ao perigo.

— Pensei que estaria ocupada causando ciúmes em Benius. — Debocho vendo-a sentar em frente a mim cruzando as pernas.

— Estava realmente ocupada querendo me aliviar, mas fui interrompida com minha ancestral revelando algo que pode mudar algumas coisas para você. — Diz seriamente quando noto pela tela do notebook, sendo duas da manhã.

— Você disse que faz anos que elas não entram em contato…

— Imagine minha surpresa quando estava prestes a gozar. — Revirou os olhos e bufei, ficando impaciente. — Eu não sei se pode ser verdade Antonis. Nem eu mesma consigo saber a veracidade do que vi.

— Se você dizer poderemos analisar juntos.

— Bruto! Na primeira cena vi uma bebê nascendo em uma cabana no meio da floresta. A mulher parecia ter uns vinte e poucos anos, e também tinha um homem do lado, acho que marido dela, pois segurava sua mão dando força. A parteira era uma bruxa, vi o colar da magia no pescoço da senhora. Tudo ficou preto depois. Logo após veio a segunda cena de uma mulher de vinte e poucos anos também, sendo que ela é ruiva, olhos cinzas marcantes e estava no aeroporto a destino daqui. E você aparece na terceira cena, sendo que de frente para essa mulher ruiva na floresta. Na visão, você a conhecia, pois ela gritou seu nome. Tudo sumiu depois disso. Tentei contatar novamente, mas não consegui.

Chiara narrou detalhe por detalhe e mesmo sem ela citar o nome, eu sabia a quem se referia. O sentimento de posse estava se aproximando de mim, mesmo sem a conhecer pessoalmente.

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