Capítulo 1

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Eu decidi reescrever a história para encaixar ela com a outra história no meu perfil.

Carolana pov.

As olimpíadas tinham terminado e eu fiquei um tempo no Brasil antes de ir para a Itália e iniciar os treinos, o Scandicci já tinha me procurado para jogar para eles, mas eu não tinha aceitado, mas depois do divórcio com a Laura eu decidi que estava na hora de novos ares e aceitei.

O lado bom é que a Rosa joga aqui também e me ajudou a encontrar um apartamento que eu gostasse, agradeci quando ela falou com a corretora e a mesma informou que tinha um apartamento que a proprietária comprou como investimento e decidi fazer uma oferta que foi aceita.

Já tinha se passado alguns dias que comprei o apartamento aqui na Itália e a arquiteta que Rosa me indicou tinha feito todo o projeto e começado a obra, iria levar 1 mês para deixar tudo pronto e enquanto isso eu ficaria com a minha amiga e todos os dias visitávamos o apartamento, eu tinha reparado numa dessas visitas que tinha uma mansão na frente e ela parecia abandonada, mas ao mesmo tempo bem cuidada.

[...]

Quase dois meses depois eu estava finalmente com meu apartamento pronto e estava arrumando as coisas nos lugares, como eu e a Laura decidimos no divórcio vender tudo e dividir o valor eu não tinha nem um garfo, mas graças a Jéssica ela comprou até as toalhas de banho para mim, deixou completo.

Depois de tudo no lugar eu preparei um café, peguei meu livro e fui em direção a sacada relaxar um pouco, no dia seguinte iria ter treino. 

Quando acabou meu café eu observei uma mulher na janela da casa a frente, a casa era muito bonita, eu nunca tinha visto nenhuma movimentação nela, talvez a pessoa se mudou enquanto estavam reformando aqui. 

Não consegui ver muito bem o rosto da mulher, mas vi que ela estava observando o movimento, sai de lá e a mesma seguia na mesma posição.

Os dias passaram corridos, toda manhã antes de ir para o treino eu fazia minha ioga e tomava um café, comecei a reparar que a mulher ia todos os dias no mesmo horário para a janela, o que será que ela tanto cuidava. Quando desci para a garagem encontrei uma das moças que limpava o prédio 

- Bom dia

- Bom dia, posso fazer uma pergunta? - ela balança a cabeça - Aquela casa da frente, as pessoas se mudaram a pouco?

- Não, aquela casa pertence a família Caccini aqui da Itália - fiz um grande O com a boca - infelizmente eles vieram a falecer em um acidente, somente a filha sobreviveu e até hoje ninguém sabe como, o carro ficou totalmente destruído

- Nossa que triste, então ela mora naquela casa gigante sozinha? 

- Sim, mas ela nunca sai, parece que os negócios estão sendo administrados pelo primo dela. A menina ficou internada em um centro psiquiátrico por muito tempo depois de encontrarem ela várias vezes desacordada tentando tirar a vida. Ninguém pode entrar na casa a não ser a governanta que cuida dela desde bebê, dizem que a menina ficou louca de tanto remédio que tomou

- Uau, eu nem sei o que falar em relação a isso, é muito triste viver sozinha 

- Mas ela vive assim porque quer, com todo dinheiro que ela tem e ser assim - falou e eu apenas me despedi 

Fui em direção ao ginásio pensando em como essa garota deve se sentir, ela perdeu toda família e vive sozinha em uma casa que com certeza daria para viver umas 3 famílias. 

[...]

Depois de tomar um banho e fazer minha comida peguei meu notebook e fui pesquisar sobre essa família, ela era dona de muitas coisas e era o maior patrocinador do nosso time, assim que eu joguei no google apareceram várias notícias do acidente, das empresas e das vezes em que a garota foi encontrada inconsciente.

Não percebi que tinha ficado horas ali na frente do computador lendo sobre aquela família, eles pareciam tão felizes e de repente tudo acaba, eu não sei como eu reagiria se um dia isso acontecesse, tudo que falaram sobre a garota era desumano, como se ela fosse uma aberração.

- Olá linda da minha vida - falei ao atender Rosa por vídeo chamada

- Hello, foi para o apartamento e esqueceu das amigas - falou fazendo careta - você está com uma cara de destruída 

Contei tudo para ela referente ao que eu estava lendo e ela já conhecia essa história que na época foi muito falada, mas achou que a mulher tinha morrido em uma das tentativas.

- você viu ela de perto já? 

- Não, mas todos os dias ela vai para a janela, fica sentada um tempo e some, as luzes só de fora da casa ficam acesas, parece que vive no escuro e eu consigo ver boa parte da casa e do pátio, apenas vejo as pessoas que limpam e cortam a grama

- Você podia fingir não saber de nada e ir lá, leva uma torta como os americanos fazem e tenta ver ela de perto, tenho muita curiosidade para saber se ela segue linda - apenas revirei os olhos para a fala

- Eu não sei se teria coragem de bater naquela casa sabendo de tudo 

- VAI e depois me conta, beijo

Não deu nem tempo de responder e ela desligou na minha cara, a ultima foto que tinha da mulher era de 3 anos atrás e ela estava saindo da reabilitação. 

Olhei para a casa e vi que a mulher estava lá, na mesma posição de sempre, o que será que passa na cabeça dela? Tem uma casa gigante, piscina, um pátio com uma quadra e vive dentro de casa apenas observando pela janela.

Não sei porque deixei Rosa entrar na minha cabeça e eu estava indo em direção a casa com uma porta enorme, apertei a campainha e não ouvi nenhum barulho por trás da porta, eu estava me arrependendo de estar ali. Como eu vi que não iriam abrir para mim eu peguei o bloco de notas que tinha levado para caso isso ocorresse e escrevi em um papel e deixei na mesa ao lado da porta o bolo que eu tinha feito mais cedo.

Voltei para casa um pouco frustrada porque eu sabia que ela estava em casa, só não quis atender. Entrei no meu apartamento e fui guardar meu notebook e tomei um banho lento pensando nessa situação, quando fui fechar as janelas da sacada vi a porta se abrir e uma mulher sair pegando o bolo na mão e lendo o papel, olhou em volta e entrou na casa.

Eu fiquei feliz por ter ao menos pego, não soube identificar se foi ela ou a governanta que ela tinha, mas independente de quem pegou sabe que tem alguém disposta a conhece-lá e quem sabe ter uma amiga.

A garota da janela - CarolanaOnde histórias criam vida. Descubra agora