TRAUMA | HYUNLIX - bl PT-BR

01 | MEMÓRIAS.

HYUNJIN entrou no hospital desesperado, via médicos e mais médicos correndo, pessoas doentes em todos os lugares daquele hospital, olhava sua mãe perguntando por seu melhor amigo, e a recepcionista explicando onde estava o quarto que o mesmo estava, e assim foram correndo.

Chegaram e lá estava o amigo tão amado de Hyunjin, que ultimamente passou por coisas tão complicadas, fazendo ele está no estado de agora.
Mas até então foi uma surpresa para Hyunjin e seus pais, que foram recebidos com essa notícia do nada, pois até então achavam que a melhor amiga da mãe de Hyunjin estava bem, só um pouco conturbada com seu passado.

- Estava analisando os laudos médicos dela, e pelo que está aqui, ela tinha esquizofrenia, e segundo relatos do filho, parecia que ela tinha muitas crises, além da ansiedade, ele foi muito machucado, psicologicamente e em físico também, não consigo ver a fundo como era o caso do transtorno dela, mas talvez foi influenciada pelas vozes, e a ansiedade pode ter ajudado com isso, já o pai, era alcoólatra, certo? Os moradores próximos ao acidente contaram isso, que o pai decidiu do nada ir andar de carro com Félix e a mãe, enquanto estava alcoolizado, e acabou nesse acidente. Estavamos analisando mais o caso e... Félix já foi abusado várias vezes... Na nossa conclusão talvez tenha sido pelo pai.

- Nossa... ela nunca me contou isso, já sobre o pai de Félix, eu já sabia, menos a parte dos abusos, só a parte das agressões... porém ela nunca tinha coragem o suficiente para levar o caso na policia, e nunca deixava eu ir prestar queixa a policia, ela e o filho devem ter sofrido muito em ter que conviver com o pai...

- É complicado...

- Entendi... e ela, como está?

- Então, eu sinto muito em dizer isso a vocês, mas ela e o marido vieram a óbito, meus pesames...

- Ah sim...

Enquanto a mãe de Hyunjin conversava com a médica, o mesmo estava analisando Félix, que dormia na maca, pensando o por que do amigo nunca ter contado o que ele sofria.

[ ... ]

- Olha mãe, Félix acordou de novo!

Félix tinha acordado antes deles chegarem, esse é o motivo de já terem conseguido o relato.

Lee observava todo o local, as plantas, as persianas e o sol entrando no quarto.

- Bo-om dia... vo-ocês ficaram sabendo... né? - Dizia Félix com uma certa dificuldade por conta do acidente.

- Sim, Félix sentimos muito... - A mãe de Hyunjin disse com tristeza nos olhos pelo que o menino passava.

Félix não conseguia dizer mais nada, além de sua garganta estar doendo muito, qualquer coisa ele começava a relembrar o acidente, e lá estava ele, com os olhos marejados, vinha memórias que ele começou a ter apartir dos 5 anos, quando o caso de sua mãe estava começando a ser uma ameaça, e ele desejava muito que isso parasse, um pouco das agressões de quando as vozes da cabeça dela atormentavam a mesma, a fazendo ela machucar o próprio filho, e aos 13 anos, isso finalmente acabou, mas não foi da forma que ele queria.

Hyunjin abraçava seu amigo, que tremia muito ao relembrar de coisas que ficaram como traumas, chamavam Félix na tentativa de acalma-lo mas ele parecia não estar no presente, ele estava navegando em sua própria mente.

As coisas já estavam terríveis, e piorou quando ele começou a se debater na maca.

- Mãe, o que a gente faz? - Dizia Hyunjin ainda abraçando amigo na tentativa de acalmar.

- Vou chamar a médica, já volto.

E assim feito, ela chamou a doutora. Félix só parou quando recebeu sedativo.

[ ... ]

- Já podem arrumar as coisas dele, ele receberá alta. - A médica disse entregando uma receita com encaminhamento para psiquiatra. - É melhor conseguirem consultas para ele com esse tipo de profissional da saúde, para ele ter uma melhora mental, para conseguir superar traumas e receber receitas de medicamentos específicos que eu não posso receitar.

- Certo, obrigada, iremos fazer isso sim. - Disse a mãe de Hyunjin pegando a receita.

Félix apenas observava, aquele adolescente que era tão extrovertido e conversador, estava tão quieto, parecia estar no modo alerta o tempo todo.

- Lixxie, que ótimo que recebeu alta! - Hyunjin disse com um sorriso simples, e Félix apenas balançou com a cabeça que sim.

- Você irá ficar na nossa casa, querido... sei que é um pouco triste ficar longe de sua casa mas não temos muita opção, mas vamos fazer o máximo que você fique confortável! - A mãe de Hyunjin diz passando a mão sobre o braço de Félix numa forma de confortar-lo.

-

Cer-rto... - Disse Félix ainda com um pouco de dificuldade.

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Félix estava observando a família Hwang até irem para o carro, sem muito o que dizer. O peso das palavras da mãe de Hyunjin parecia esmagar ainda mais a barreira que ele havia erguido para se proteger.

- Eu preparei o quarto de hóspedes para você, espero que goste! - A mãe de Hyunjin sorriu, tentando amenizar o clima, mas percebeu que a mente de Félix estava longe.

Hyunjin se aproximou de Félix, percebendo seu estado de alerta. Ele sabia que Félix era um garoto brilhante e cheio de vida antes de tudo isso, e a mudança em sua personalidade o preocupava.

- Ei, vai ficar tudo bem, tá? - Hyunjin tentou animá-lo, tocando levemente seu ombro. - Vou estar sempre por perto, qualquer coisa, pode me chamar.

Félix assentiu, mas seus olhos estavam fixos no chão. A caminhada até o carro foi silenciosa, o barulho dos passos ecoando no corredor do hospital. Aquele silêncio era pesado, quase opressor.

No caminho para a casa de Hyunjin, Félix não conseguia evitar que imagens do passado invadissem sua mente. Cada curva, cada parada, era como se ele estivesse sendo puxado para trás, para memórias que ele queria enterrar.

Ao chegarem na casa de Hyunjin, o pai dele os recebeu com um sorriso acolhedor, mas Félix apenas o observou com desconfiança, seus olhos arregalados. Ele sabia que estava seguro, mas os traumas ainda prendiam suas emoções em uma prisão invisível.

- Félix, este é o seu novo lar agora. - O pai de Hyunjin disse gentilmente, tentando não forçar a situação. - Quando você se sentir confortável, podemos conversar sobre o que você quiser.

Félix engoliu seco, tentando processar tudo. Ele estava cercado por pessoas que queriam ajudá-lo, mas seu coração ainda batia descompassado, como se algo estivesse prestes a acontecer.

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