TRAUMA | HYUNLIX - bl PT-BR

25 | MÚSICAS E FORMAS DE ARTE.

POV / HYUNJIN

Os últimos dias foram tranquilos, mas o coração de Hyunjin estava sempre agitado. Cada olhar e sorriso de Félix mexia com ele de uma maneira que ele ainda tentava entender. Ele sabia que seus sentimentos estavam crescendo, mas expressar o que sentia era algo que ele não conseguia fazer com facilidade.

Sentado em seu quarto, Hyunjin olhava para o violão que estava encostado no canto. Tocar música sempre foi uma forma de liberar seus sentimentos, uma maneira de expressar o que palavras não conseguiam. Era algo que ele fazia em segredo, longe dos olhares dos outros, mas agora parecia ser a única coisa que poderia ajudá-lo a entender melhor o que estava sentindo por Félix.

Enquanto dedilhava as cordas, uma melodia suave começou a preencher o ar. Cada nota parecia carregar um pedaço do que ele sentia, e, de alguma forma, a música o fez pensar em Félix. Ele lembrava do jeito que Félix olhava para ele quando estava pintando, concentrado, com o cenho levemente franzido. Hyunjin sorriu ao se lembrar, percebendo que gostava de observar Félix quando ele estava absorto em suas criações.

Talvez fosse o momento de compartilhar essa parte de si com Félix.

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POV / FELIX

Félix sempre encontrou conforto nas tintas e pincéis. Desde que foi morar com Hyunjin, a arte se tornou ainda mais importante para ele. Era sua forma de se expressar sem precisar falar, sua maneira de lidar com os sentimentos que às vezes o sobrecarregavam.

Naquela tarde, ele estava sentado no quintal, pintando em uma tela improvisada que os pais de Hyunjin lhe deram. Ele estava criando algo novo, uma mistura de cores e formas abstratas, mas, por algum motivo, a imagem de Hyunjin sempre surgia em sua mente. Mesmo sem perceber, Félix pintava traços que lembravam o amigo.

Enquanto ele pintava, ouviu uma melodia suave vindo da casa. A música envolvente tocada no violão fez Félix parar por um momento. Ele reconheceu imediatamente que era Hyunjin tocando.

Curioso, Félix largou o pincel e seguiu o som. Ao entrar no quarto de Hyunjin, encontrou o amigo imerso na música, os olhos fechados, os dedos deslizando pelas cordas com uma naturalidade impressionante. A cena fez o coração de Félix bater mais rápido. Havia algo tão bonito e sincero em ver Hyunjin se expressar através da música.

Sem querer interromper, Félix se encostou na porta, observando silenciosamente.

Hyunjin finalmente abriu os olhos e percebeu a presença de Félix. Ele parou de tocar, um pouco envergonhado.

— Desculpa, eu não queria te incomodar — Félix disse com um sorriso tímido. — Eu não sabia que você tocava.

Hyunjin coçou a nuca, nervoso, mas deu um sorriso leve.

— Ah, é só uma coisa que eu faço às vezes… me ajuda a pensar.

Félix se aproximou, ainda sorrindo.

— Eu acho lindo. E acho que nunca te vi tão concentrado assim, Hyunjin.

Hyunjin corou levemente com o elogio. Os dois ficaram em silêncio por um momento, mas era um silêncio confortável, como se as palavras não fossem necessárias.

— Sabe — começou Hyunjin, pegando o violão de novo —, eu estava pensando… a gente sempre fala que você se expressa pela arte, pelas suas pinturas. Mas acho que a música é a minha maneira de me expressar. Cada um tem seu jeito, né?

Félix assentiu, se sentindo compreendido.

— Sim, acho que você está certo. A arte e a música são jeitos de colocar o que sentimos pra fora. E talvez... a gente esteja sentindo as mesmas coisas ultimamente.