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                TAINÁ ALENCAR
Era o carioca.

Eu não entendi, não era pra ele tá raspando meu cabelo, ao invés de tá ajudando?

Talvez eu tenha bebido muito, eu não consigo entender, uma hora ele me odeia, e na outra parece que me odeia menos.

Isso se chama BIPOLARIDADE.

Tainá - me desculpa pela calça - falo após lava minha boca.

Carioca - eu só te desculpo, se você para de mete marra pra cima de mim na frente dos outros - fala, é logo começa a tira a calça.

Pera aí ele tá tirando a calça?

Eu já vi ele só de cueca, mas isso quando ele tinha 12 anos, quando teve futebol de sabão aqui na favela.

O sabão tava muito pegajoso, então fomos na casa da tia dele tomar banho de mangueira, ele é o jon tava de cueca eu tava com um bori roxo.

Esse dia a gente brincou a tarde toda, os meninos tinha 12, e eu só tinha 5.

Foi um dos melhores momentos da minha vida, a gente brincou a tarde toda, pena que quando eu completei 14 anos, os meninos, os meninos não, apenas o carioca parou de falar comigo.

E até hoje, eu não sei o porque.

Carioca - tá pesando no que? - me pergunta, me fazendo sair dos meus pensamentos.

Tainá - eu tô pesando aqui, o porque  você nunca me contou, o porque de ter parado de falar comigo - falo com um olhar de dúvida.

E o carioca apenas fecha a cara, voltando com aquele olhar frio de sempre.

Tô me arrependo bruscamente, de ter feito essa pergunta.

Ele começa a passar água na sua calça, para sair o vômito.

Carioca - quando meu pai morreu, eu parei de falar com muita gente.

Tainá - seu pai morreu 2 anos depois, de quando a gente parou de ser falar, Caio - o olho um pouco indignada, depois dessa desculpa esfarrapada.

Carioca - não me chama pelo nome, em público.

Tainá - mais só estamos nos dois aqui.

Carioca - mais eu não quero você me chamando assim, é só para os íntimos - fala, sem olha para mim.

Tainá - eu sempre te chamei assim quando erramos crianças, porque você ficou tão chato? eu nem te reconheço mais - minha voz sai um pouco falha.

Quando o Caio ia me responder, a porta e aberta com tudo pelo BL .

BL - ae chefe, sem querer atrapalhar, mas o patrão disse que era pra avisar quando a Júlia tivesse de gracinha com alguém - fala, um pouco ofegante,deve ter vindo correndo.

Carioca - oque a porra da Júlia, tá fazendo? - o responde, em um tom alterado, vestido sua calça toda molhada

O BL começa a guiar o carioca até um beco escuro, e eu vou atrás pra defender minha amiga.

Quando chegamos no lugar onde a Júlia estava, o carioca se revolta do nada, ele ia pegar o revólver na sua cintura.

Mas quando eu vejo a cena da Júlia com as duas mãos apoiada na parede, com o vestido levantando até a cintura, e o menino... pera aí esse é o PA.

Eu não acredito que eu fui tão inocente que acreditei que eles iam só fumar, eles não precisavam mentir, eu não ia breca eles igual ao carioca ou talvez estivesse tão na cara que eu fui a única lerda que não percebeu.

Rapidamente seguro a mão do carioca, para não haver um assassinato aqui.

Ele me olhou de relance, mas logo volta a presta atenção na Júlia, que está arrumando seu vestido rapidamente.

Carioca - oque eu te falei Júlia? sua desgraçada - diz já alterado, meu Deus, eu tô vendo ele voar no pescoço de alguém, ali.

Júlia - vai se fuder, eu não posso ficar com ninguém, que você aproveita a oportunidade para pagar de pai, pra cima de mim - fala, e eu só observando o PA, fecha o zíper da calça, e pega um baseado.

Carioca - BL mete o pé com essa pirralha daqui, leva lá pra casa , e se ela não quiser ir, leva a força, porque quem manda nessa porra aqui sou eu.

Júlia - não se preocupa não fofo, eu vou, porque eu não sou nenhuma moleca emocionada, diferente de você que fica atrapalhando a transa dos outros - debocha da cara do irmão, que fica puto - e eu já ia me esquecendo, cuidado em BL, que você corre o risco de ser devorado, pela bruxa má da Júlia.

Tudo bem, você se preocupa com a sua irmã, mas isso já tá doentio, o Caio tem que para de tratar ela como se fosse uma criança birrenta.

Carioca - e você PA, vai contar o carregamento que chega amanhã, sozinho - fala, e o PA  só concorda e volta pro baile.

Tainá - você não deveria tratar a Júlia assim, ela não é mais uma criança, ela tem a mesma idade que a minha.

Carioca - ela tem que saber o lugar dela, eu conversei com ela, que ela só ia poder volta a frequentar o baile, se ela não fizesse cagada de novo, e olha aí oque ela faz na primeira oportunidade.

Eu não vou ficar discutindo isso, com o Caio, porque quando ele bate na tecla, não tem quem o faça mudar de ideia.

Tainá - você ainda não me falou, o porque de te parado de falar comigo - insisto mais um vez.

Carioca - eu parei de fala com você, porque... - pensa em desistir de fala, mas eu cruzo os braços esperando ele terminar de fala - porque você tava criando corpo...

Isso é sério? Ele parou de falar comigo, por isso?

Tainá - eu não acredito que eu fiquei 4 anos, tentando entender o porque de meu melhor amigo, ter parado de falar comigo do nada para a resposta ser essa.

Carioca - você não me entenderia, eu não queria te machucar, não queria deixar a nossa amizade com memórias ruim para você, então decidi me afastar.

Tainá - você só me machucou mais- falo me aproximando - você achou que me afastar ia melhorar alguma coisa? - me aproximo mais um pouco - não Caio, ou carioca tanto faz, isso não ajudou, só atrapalhou.

Abaixo um pouco a minha cabeça para respirar, depois de ter soltado esse peso das minhas costas.

Me surpreendo quando o caio levantar minha cabeça, dando uma bela olhada em meu rosto, depois de alguns segundo me olhando, ele me beijar.

Eu demoro um pouco pra entender a situação, então não consigo retribuir por causa do susto.

O Caio logo se afasta.

Carioca - me desculp... - e interrompido com um beijo meu, ele lodo retribuir, ele pede entrada com o língua, e eu logo cedo, ele beija  tão bem, sou empurrada de leve na parede do beco escuro.

O Caio ainda me beijando, aperta o meu seios, coberto pelo tecido fino do meu vestido, me fazendo para o beijo para retomar o fôlego, mas logo continuo o beijo, com mais desejo.

Ele levanta seu joelho, até o meu vestido chegando na minha intimidade, que já está molhada, ele faz presão do seu joelho na minha intimidade, me fazendo geme baixinho no meio do beijo.

Mas logo o seu joelho e abaixado e o beijo acaba, o Caio pede desculpa e sai me deixando sedenta por ele.


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Pelo complexo da maré Onde histórias criam vida. Descubra agora