TAINÁ ALENCAR
Abro meus olhos, com um pouco de dificuldade, quando o despertado do meu celular tocar, anunciando que está na hora de eu ir pra escola.
Me levanto, ficando sentada na cama, Coço meus olhos, e do nada vem todas as lembranças de ontem no baile, aliás aquele bendito beco escuro.
Eu conheço o Caio a 14 anos, eu não acredito que eu vim perceber ontem, o quanto eu gostava dele.
Na minha cabeça vem a memória do beijo que nós demos, meu Deus que beijo, eu perdi o meu Bv com 15 anos, mas eu nunca me senti tão confortável em um beijo, como eu me senti ontem.
Eu tenho que parar de pensar nisso, talvez ele só estava mais bêbado do que, e se empolgou.
E agora quem vai ficar igual uma emocionada pensando nisso o dia todo sou eu.
Apenas me levanto, vou ao guarda-roupa, pego minha roupa e minha toalha e vou em direção ao banheiro.
...
Eu já cheguei na escola estou na minha sala, quando vejo a Júlia passar pela porta, sim nós somos da mesma sala, por isso que se falamos, eu era mais próxima do irmão dela, a gente não se gostava tanto, mas nos aproximamos mais, quando caímos na mesma sala, no primeiro ano do ensino médio.
Tainá - deu b.o ontem com seu irmão? - pergunto pra Júlia, que se aproxima, sentado na mesa ao meu lado.
Júlia - não, até porque o ele só chegou em casa hoje de manhã, deve ter comido alguém, pra ter chegado essa hora - engulo em seco, é sério que eu jurei que o Caio ia parar com a fama dele por causa de um beijo idiota? E porque eu tô tão indignada assim? Nunca tivemos nada - e eu já ia me esquecendo, você vai ir comigo no samba que vai ter amanhã na praça, que vai tá comemorando a morte do meu avô, e nem pense em recusa, é um momento muito delicado para mim saber - faz uma cara fingindo chorar.
Quer saber? eu vou ir pra esse samba por Vontade própria, até porque se fosse pelo "luto" da Júlia, eu nem iria ela nunca gostou do avô, por ele ser um cara muito frio.
Tainá - para de ser sonsa Júlia você odiava seu avô, e outra eu vou por vontade própria - a Júlia sorri de canto convencida.
A professora logo entra na sala, essa mulher é uma víbora, ela queria ficar com meu irmão Matheus, quando ele veio aqui na reunião da Mayara, por que ela tinha deixado uma menina sangrando.
O motivo foi porque a menina disse que ela ia vira uma alcoólatra, igual nosso pai.
Até eu teria espaçado ela, isso foi muito escroto.
Minha mãe tem problema na coluna, por conta da época que ela trabalhava na casa dos outros, e não pode vim, então o Matheus teve que vim, e quando essa oferecida viu ele, ela ficou toda toda pro lado dele, até ele percebeu.
Ela começou a me perguntar bastante do meu irmão, aí quando eu disse que ele não queria ela, a véia simplesmente endoidou, começou a me tratar super mal, ela também abaixa a minhas notas propositalmente, até eu ameaçar ir no carioca, aí ela parou por que sabe que ele ia me escuta.
Aí depois você se pergunta o porque a maioria dos jovens que morram na periferia não quer estudar, olha a desgraça que era pra está ajudando faz.
Eliane - hoje vamos formar as duplas do trabalho do meio ambiente, quem já estiver sua dupla levanta a mão e me fala, para eu anotar - assim que terminar a fala, eu levanto meu braço - pode falar talysa - erra meu nome de propósito.
Já começou a palhaçada dessa calcinha dura.
Tainá - eu, TAINÁ - faço questão de fala meu nome pra refrescar a memória dela - e a Júlia.
Eliane - você vai fazer com ela, Júlia? - ela só pode tá de brincadeira com a minha cara, se eu falei é porque a Júlia tá de acordo né.
Júlia - é óbvio que eu vou fazer com ela - a vagabunda só anota os nome, e parece que ela só tem boca para me afrontar né, agora só porque a Júlia e irmã do carioca, ela fica quietinha.
Tainá - vamos fazer o trabalho quando?
Júlia - vamos fazer hoje, quando saímos da escola, na minha casa pode ser? - fico meio pensativa, porque eu não quero ir na casa dela, o Caio vai está por lá, mas eu apenas concordo, vai que eu dou a sorte de ele não aparece por lá.
...
Eu já estou na casa da Júlia, assim que acabou a aula nós viemos pra cá.
Já estamos fazendo o trabalho faz um tempinho, até a porta abrir revelando o Caio, sabe aquele papo de sorte? E, parece que hoje não é meu dia.
Ele olha para mim de relance, tira o revólver da cintura, e colocar em uma mesinha perto da porta.
E logo após, ele sobe as escadas, sem fala um a.
Júlia - ele tá sem falar comigo desde ontem, agora pra brigar ele é o primeiro a abrir a boca, esse vacilão.
Já se passaram meia hora, já terminamos o trabalho.
Tainá - vou beber um pouco de água - falo, e a Júlia apenas acena com a cabeça, e começa a mexer no celular.
Vou andando até a cozinha, e vem bastante lembrança dessa casa, quando eu era pequena a gente reversava, em que casa a gente ia brincar, um dia era na casa do Caio, e no outro era na minha.
Mas logo isso parou, quando a gente foi brincar de Esconde esconde, e eu e o Caio se escondeu no guarda-roupa do pai dele, enquanto o jon contava, eu acabei quebrando sem querer o relógio de 10 mil do pai dele.
Eu tinha muito medo do pai dele, então eu chorei, mas o Caio assumiu a culpa por mim, e o pai dele bateu nele de cinto, eu me sentir tão culpada.
Eu terminei de beber água, e quando eu ia saindo da cozinha, dou de cara com o Caio.
Ele me olhou com o mesmo rosto de sempre, é só me vem à lembrança de quando eu quase perdi minha virgindade ontem, sim gente eu sou virgem.
Ele dá um boa tarde, e eu não respondo e passo reto, eu sou rancorosa, ontem eu estava disposta a confia nele para perde minha virgindade, um dia eu vou fazer ele me desejar muito, e logo depois vou sair como quem não quisesse nada.
Vou até a sala junto meu material, me despeso da Júlia e vou pra casa.
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Pelo complexo da maré
RomanceTainá, nascida e criada no morro da maré, é uma garota que ainda vai viver muito. Será que essa vida simples e barulhenta permitirá que ela alcance seus sonhos? Caio, mais conhecido como "carioca", passou por muitas coisas na vida, mas ele sempre so...