NOVA YORK
1987O calor primaveril estava entrando pela janela meio aberta do quarto do hotel, a rádio local tocava um dos sucessos do Bon Jovi, criando um clima suave e melancólico. Estou sentado na beirada da cama, minha guitarra apoiada no meu colo. As cordas vibram sob meus dedos enquanto toco alguns acordes desconexos, alguns seguindo a melodia da música que toca, apenas para tentar acalmar a inquietação que está se enraizando em mim. Nova York, nunca pensei que fosse estar aqui tão cedo. Ainda mais para entrar numa situação como a que estou agora.
A porta faz um click, se abrindo atrás de mim, sei que sei que é Morgan, nosso baixista, pelo peso dos passos e pelo leve ranger da porta que só acontece quando ele a abre com sua força habitual. Não desvio a atenção do instrumento. Meu humor está horrível depois de ter aquela reunião com Barry e Diana.
Diana. Quem diria? A mesma mulher que desapareceu sem deixar rastros a dois anos atrás. Estava mais madura, mais bonita que antes. Cabelo longo, lábios pintados e com um par de seios lindos que eu não tinha notado da última vez. Saber que ela não era Darcy, mas sim Diana me deixou desconcertado. Fazia sentido, ninguém podia sumir do jeito que ela sumiu. De forma inconsciente aquela mentira tinha criado uma barreira entre nós, estou mais incomodado do que gostaria de admitir. Meu ego murchou, está enterrado embaixo da terra depois de suas palavras e provocações. Não estou acostumado com alguém me desafiando dessa forma.
— Vocês não têm outra opção. — A voz de George, nosso empresário, soa no telefone. — Essa entrevista é a melhor alternativa para melhorar a imagem de vocês.
— Somos rockstars, não precisamos mudar a nossa imagem. — Digo imitando seu tom com desdém. A verdade é que eu não quero lidar com aquela mulher, nem agora e nem nunca. — Já tenho malucos demais na minha cola, não quero uma equipe me seguindo como stalkers.
— Você não precisaria melhorar sua imagem se estivesse preocupado em apenas cantar sua música e sair por aí com putas interesseiras. — George grita no alto-falante. — Mas você preferiu ofender todos os pais da Inglaterra! Lembrem-se que estão sem composições, o que significa que não vão ter lançamentos. E adivinhem o que vem depois? Esquecimento. Para todos vocês.
Jace abana a cabeça em negação, sei que ele também não suporta mais George. Por causa do maldito contrato que assinamos, bêbados demais para ler qualquer cláusula, estamos presos a ele até que lancemos outro álbum.
— Vocês tem uma entrevista hoje, sem falta. — George volta a falar depois de uma breve pausa.
— Com quem é agora? Outro da mesma qualidade? — Pergunto com aspereza.
— Na verdade, é com Diana Harrison.
Solto a guitarra no mesmo instante e levo minhas mãos à minha cabeça. Morgan solta uma risada alta. — Você só pode estar brincando.
— Eu nunca brinco. Acredite, eu tentei contornar a situação, mas Benny é um cara muito importante e persistente. Eles têm acesso a grandes nomes,como gravadoras. — George solta um suspiro. — A participação de vocês é uma exigência.
— Vai se foder, George. — Resmungo no final da ligação.
Levanto da cama e ando até a janela. Coloco a cabeça para fora e fecho os olhos com força, tentando processar tudo. Quando volto para a cama, Jace e Morgan explodem em gargalhadas tão altas que tenho certeza que podem ser ouvidas por todo andar.
— Nunca pensei que fosse te ver tão irritado por causa de uma mulher. — Jace joga a cabeça para trás, o rosto vermelho de tanto rir.
— Mas essa não é uma simples mulher, é a chorona que ele procura há anos! — Morgan bateu o pé no chão, se deleitando com a minha humilhação. — Toda essa revolta é porque ela não reagiu como ele queria quando o viu.
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𝑻𝑯𝑬 𝑷𝑬𝑶𝑵𝑰𝑬𝑺 / 𝗝𝗞
Romance✦ Diana Harrison precisa de uma entrevista com os Peonies, mas Jungkook, o rockstar, não vai facilitar. ↳ Iniciada em: 17/08/2024 🥇#groupie 19/08/2024