NOVA YORK
1987
Estou com um solo de guitarra ecoando na minha mente. Hotel California do Eagles, eu acho. Mas o solo está passando sem parar no meu cérebro há mais de uma hora, enquanto repasso o dia que passei com a jornalista de cabelos castanhos. O acorde a guitarra segue, se entrelaçando em uma memória vívida, quase real demais, de Diana naquele vestidinho de linho. Linho cru, arremetendo e contrastando a uma inocência que eu tenho plena certeza que ela não tem.
Meu último neurônio que parece funcionar me trás um lampejo. A imagem dela, meio bruxuleante, sorrindo despreocupada enquanto retruca uma de minhas perguntas. Droga, como ela era boa nesse jogo de palavras. Sempre pronta para me rebater com algo ainda mais afiado.
Bufo e encosto minha cabeça no travesseiro de plumas. Meus olhos correm pelo meu dorso, encaro o volume na minha cueca boxer — que já está durando tempo demais. Fecho os olhos e o seguro com força, numa tentativa em vão de fazer a ereção cessar. Estou de pau duro pensando na mulher com quem passei o dia. Isso é novo para mim. O desejo não concretizado borra minha vista. Meu pau pulsa na minha mão mais uma vez.
Aquela merda de vestidinho de linho, que mal cobria suas coxas está me tirando do sério. Meu quarto está completamente escuro, a TV está desligada e tudo o que posso ouvir é o som do aparelho do ar-condicionado. Minha respiração quase trêmula, um suspiro escapa quando — inconscientemente— levo minha mão para dentro do algodão branco que me cobre. O membro quente está rígido. Faço um movimento e paro, penso que isso não é o melhor a se fazer. Mas, se não me aliviar agora, quando farei? Não quero comer nenhuma puta barata.
Porra.
— Ei, cara. — Digo assim que Morgan atende a minha ligação. Afasto o lençol e me sento na beirada da cama. — O que você tem aí?
Morgan solta um riso. — Não são nem dez da noite, o Big não passou por aqui ainda. — Big era o traficante que nos trazia cocaína. — Mas, se quiser, tenho maconha.
— Eu não vou fumar essa merda. — Desligo a ligação, respirando derrotado demais.
Não devem nem estar passando da meia noite, eu tenho um dia corrido amanhã, mas meus pensamentos me traem. Tudo gira em torno dela, é tudo sobre ela. Sobre como eu quero calar aquela boca esperta, como quero repousar minha cabeça no meio daqueles seios lindos. Deus, eu 'tô ferrado. Saio da cama e vou em direção à suíte, tiro a cueca e entro no box com rapidez. A água nem esquenta e eu já estou sendo molhado.
Não sou a porra de um adolescente virgem para agir assim, como se Diana Harrison fosse a única mulher no mundo. Ter decidido que seria melhor deixar as provocações ácidas de lado e mostrar que realmente estou interessado foi uma grande burrice — mesmo vendo como a reação de Diana foi positiva. Odeio jogos de gato e rato, não preciso disso. Mas com ela é diferente, tem todo esse lance mal terminado de dois anos atrás... Tem a minha expectativa sobre o que poderia ter acontecido, sobre o que poderia ter sido.
Fecho os olhos e fico de frente para o registo, a água escorre pelas minhas costas. Ao sair, me enxugo e procuro meu maço de cigarros. Acendo e dou uma longa tragada enquanto observo a cidade que nunca dorme. A nicotina que entra no meu organismo é suficiente para me fazer pensar com maior clareza. Me dou conta de que estou completamente louco. Louco para comer Diana Harrison e concretizar todo esse desejo que borbulha e me tira o sono. Porque ela não continuou desaparecida? Minha vida estaria mais fácil agora.
É patético demais.
Na manhã seguinte, temos uma entrevista para promover nosso último show. Um programa de variedades de um canal aberto qualquer, escuto as pessoas comentarem que estamos batendo o recorde de audiência. Uma roadie da nossa equipe ajeita meu cabelo enquanto eu termino de vestir minha habitual jaqueta escura. O camarim está uma loucura, minha cabeça doi devido a noite mal dormida. Morgan e Jace estão ao meu lado dando atenção demais às instruções que George nos dá, como se fossemos três malditas marionetes no seu showzinho. A cada minuto que passa eu começo a odiar ainda mais esse gordo filho da puta.
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𝑻𝑯𝑬 𝑷𝑬𝑶𝑵𝑰𝑬𝑺 / 𝗝𝗞
Romansa✦ Diana Harrison precisa de uma entrevista com os Peonies, mas Jungkook, o rockstar, não vai facilitar. ↳ Iniciada em: 17/08/2024 🥇#groupie 19/08/2024