Capítulo 11 - Um Passeio Através de Terras Desoladas

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— Tá preparado, mestre? Depois que sairmos daqui não tem volta, viu! — disse Reed, cruzando os braços.

Vaan engoliu em seco, levando os olhos para o sofá e a televisão uma última vez.

Desde que havia acordado naquele mundo novo, aquela sala era para ele o lugar mais confortável. Um lugar onde se sentia seguro. Mas ele não queria ficar preso àquele único lugar. Ele queria viver. Mesmo com todos os riscos que corria diariamente, uma parte dele desejava explorar aquele lugar, e aquela era a oportunidade perfeita.

— Quer saber? Vamos logo. — Vaan andou em direção à porta. — E o Tsavo?

— Já mandei uma mensagem pra ele. Se não nos encontrarmos no caminho, ele provavelmente vai estar nos esperando na entrada. Aqui, mestre. — Reed estendeu um capacete.

Vaan o agradeceu, colocando o capacete e trancando a porta conforme Reed fazia seu caminho até a moto.

Respirando profundamente, Vaan subiu na garupa.

— "Terras Desoladas", é? Espero que não seja um lugar tão ruim quanto o nome sugere.

— Deixa de ser medroso, mestre. Eu te disse, é que nem um parque nacional. Vai ser divertido. Além do mais, eu vou estar ao seu lado. Não tem com o que se preocupar. — Reed piscou um olho para ele antes de ligar a moto e seguirem caminho.


***


Ventos fortes agitavam suas roupas conforme atravessavam a estrada, edifícios e casas ficando cada vez mais distantes uns dos outros até desaparecerem de vez, dando lugar a plantações de trigo que se estendiam até onde os olhos podiam enxergar, apenas separadas pela rodovia longa e repleta de postes elétricos.

Vaan observava seus arredores com olhos brilhantes. Ele já havia visto lugares parecidos no passado, mas algo sobre a forma hipnotizante com que o mar dourado ondulava causava nele uma sensação diferente, como se estivesse em um sonho.

Conforme trilhavam a rodovia, ilhas de pedra vermelhas começaram a se erguer por entre as plantações, manchando a aparência uniforme. Não muito depois, estruturas que pareciam ser a mistura de um prédio com uma torre, enferrujadas e ameaçando desabar, algumas já caídas, também chamaram sua atenção.

Ele pensou em perguntar para Reed do que se tratavam, mas o vento forte e os capacetes dos dois abafaram qualquer outro som. Ao invés disso, simplesmente continuou a admirar a paisagem alienígena.

A estrada estava relativamente vazia, com apenas o caminhão ou carro ocasional passando pelos dois, mas Vaan logo ouviu o som de uma buzina atrás de si, virando o rosto e enxergando alguém acenando para ele. Era Tsavo. Reed também o percebeu, diminuindo a velocidade e parando na beira da rodovia.

— Oi, mestre Vaan! — disse Tsavo, não perdendo tempo e o dando um abraço forte logo ao descer da garupa.

— E-eae — Vaan respondeu, se esticando e removendo o capacete enquanto recuperava o fôlego. Confirmando que Tsavo não tinha quebrado nenhum osso dele, ele tornou a olhar para a plantação.

— Trouxe tudo, né?

— Uhum! — Tsavo bateu com a mão no cooler térmico preso na moto.

— Ótimo! Espero que seja o bastante pra durar até a tarde. Vaan precisa ficar o máximo de tempo possível ao ar livre hoje. Não é, mestre? — Reed olhou para ele, o qual estava parado olhando para o horizonte. Preocupado, ele se aproximou. — ... Mestre?

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⏰ Última atualização: Aug 24 ⏰

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