Você Trabalha para o Chefe da Máfia

Capítulo 15 - Feliz e completa

Sonhos. Eu nunca tive grandes sonhos. O meu único sonho era um dia ter uma vida feliz e sem grandes dificuldades, além de conseguir exercer a profissão de escritora que sempre sonhei. E, finalmente, eu havia realizado esse sonho.

Há algum tempo atrás, eu me lembro de viver sempre sobrecarregada. A minha única função era trabalhar, cuidar da minha família e sobreviver.

Mas agora, era diferente. Eu encontrei alguém que mudou todo o rumo da minha vida. Alguém que ressignificou a minha existência. Alguém que, apesar de ter causado uma grande turbulência no início, agora trouxe paz.

E com essa paz, também trouxe um grande presente.

— Mamãe! Mamãe!
E então a voz daquele lindo presente logo embala meus ouvidos, chamando minha atenção.

Eu nunca sonhei em ser mãe. Nunca sonhei em casar e construir uma família. Há algum tempo atrás, essa ideia parecia até mesmo absurda aos meus ouvidos.

Até ele chegar. E com ele, eu descobri que eu não abominava nada disso; apenas não estava preparada antes de sua chegada.

— Mamãe, o que está fazendo? — Meu presente se aproxima de mim, me abraçando com suas mãozinhas e me iluminando com seu lindo sorriso.

E logo atrás dele, ele se aproxima. A razão de tudo aquilo ter acontecido.

Anos atrás

Nova York, Estados Unidos

Enquanto eu terminava de autografar o livro de mais um leitor, abaixei minha cabeça para pegar outra caneta e voltei meus olhos para a mesa, sem olhar para quem estava à minha frente.

Logo um par de mãos repousou um exemplar de meu livro sobre a mesa e sua voz conhecida me chamou atenção.

— Pode assinar pra mim? Meu nome é Agust D.

E então levantei minha cabeça para olhá-lo imediatamente. Era ele. Parado bem na minha frente. Após um ano. Sem a cicatriz no rosto e com um novo corte de cabelo. Um novo homem. Agust D. Pronto para o nosso reencontro.

Ele estava completamente diferente. E, ao mesmo tempo, igual. E eu não conseguia acreditar que ele estava bem na minha frente.

Ele continua me olhando sem nem ao menos piscar, e eu abro e fecho minha boca várias vezes em surpresa.

Seu cabelo não era mais penteado pra trás, e sim charmosamente penteado pro lado. Ele não vestia mais seu habitual terno preto, e sim um blazer acompanhado de uma blusa social. Mais lindo do que nunca. E o seu rosto estava limpo, sem nenhuma cicatriz. Mas como?

Como ele veio parar aqui? Como ele me achou?

— Vai assinar? — Ele pegunta novamente, fazendo meu corpo tremer.

Ainda me sentindo em estado de choque, pego o livro de suas mãos e assino no trecho que ele indicou.

E caso um dia ele leia este livro, quero que ele saiba que estou esperando por ele. Pelo nosso reencontro.

O entrego o livro com as mãos trêmulas, sentindo o ar quase faltar de meus pulmões. Não nos víamos há muito tempo e agora éramos praticamente desconhecidos, mas aquele efeito somente ele causava. E assim seria pra sempre.