𝐒𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍 [1] ϟ ʜᴀʀʀʏ ᴘᴏᴛᴛᴇʀ

𝐈. 𝐄𝐏𝐈𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄

AS RUAS ESTAVAM lotadas por pessoas, correndo, desesperadas para sobreviverem. Os seguidores do lorde das trevas corriam pelas ruas, apavorando pessoas inocentes. A matança já era algo normal naqueles tempos, Voldemort espalhava seu terror e o medo preenchia o mundo dos bruxos.

Os Potters estavam escondidos, com medo, mas estavam determinados a sobreviver. A família Merlin, as únicas herdeiras que sobraram da família estavam em um esconderijo para que o lorde das trevas não achassem elas, a família Merlin ainda era importante, mesmo depois do lendário Merlin não existir mais. Emma sabia que sua família era alvo, então juntou suas coisas e se escondeu.

O capuz preto preenchia seus longos cabelos escuros, sua face estava escondido através do véu que se encontrava em seu rosto. A bolsa em suas costas estava pesada, fazendo-a franzir o rosto de dor em suas costas. Olhando para os lados, se certificando se tinha alguém observando a cena, ela caminhou até os fundos da casa abandonada de seus antepassados, passando a mão por uma pequena frecha e pegando a varinha que estava no bolso de seu capuz ela murmurou 'Revelio' e revelou um botão pequeno e escuro, apertando nele revelou uma passagem estreita e escura, ela começou a passar por aquela brecha sem espaço. Era um cômodo pequeno e tinha teias de aranhas, e uma outra passagem, mas aquela estava no chão, sendo camuflada por uma pequena tampa que só uma Merlin poderia abrir. Ela passou a mão por ali e a passagem se abriu. Verificando novamente se estava tudo bem, ela pulou sem exitar no buraco.

Após colocar os pés no chão, o corredor escuro esperava por ela, antes de caminhar até ele, ela apertou um botão que fazia o esconderijo ficar intacto como antes. Tirando seu véu e o capuz, a luz entrou em seus olhos enquanto via uma pequena criaturinha em seu berço, dormindo e babando.

Colocando a mochila na cama ao lado do berço, ela caminhou até o berço e observou o pequeno ser que estava lá. Ela fazia com que tudo parecesse bem, como se lá fora não estivesse um caos e o que importava era somente a criança que estava naquele berço.

— Belo esconderijo — a voz masculina que ela conhecia muito bem ecoou pelo cômodo.

— Você não deveria estar aqui — a morena disse, se virando e olhando nos olhos da pessoa — não é seguro, para mim, para você e principalmente para ela — ela disse se distanciando do berço e caminhando até o homem.

— Eu precisava ver vocês duas, os Potters foram traídos — ele disse enquanto pegava na mão da morena, e a mesma abriu a boca para falar algo, porém ele foi mais rápido — acham que foi Sirius, mas eu não acredito, ele amava os Potters — ele disse enquanto apertava a mão da Merlin e acariciou o rosto de Emma que sorriu minimamente — eu sou o próximo, sei disso, acham que eu o ajudei e que sou cúmplice de você-sabe-quem.

— Mas você não é! Lute pela nossa filha, por mim e por você! — ela disse se aproximando mais do homem, tocando nas mãos dele que estavam gélidas — ela não pode viver sem um pai, você sabe — ela disse com lágrimas em seus olhos — eu não posso viver sem você.

— Eu te amo Emma, não vou deixar que nada e nem ninguém separe nós três. Eu prometo — ele disse e se aproximou de seu rosto e a beijou, um beijo calmos e de puro amor misturado com um sentimento de despedida. A esperança era algo que eles tinham, mas também sabiam que esse poderia ser seu último contato, seu último beijo, seu último traço de amor.

— Eu te amo — ela disse após seus lábios se separarem e ambos encostaram suas testas, com lágrimas nos olhos. Ele a olhou uma última vez, sabendo que provavelmente não voltaria mais, ele iria a deixar para sempre, ele iria morrer por elas, se sacrificar por elas. Com um aperto no coração ele as deixou lá, enquanto caminhava para o seu destino.

Deixando o amor da sua vida, e sua filha para trás, ele jurou proteger ambas a qualquer custo.

E no pequeno esconderijo, havia uma mãe em que chorava na cama, com as mãos em sua barriga e tentando não chorar alto para a filha não acordar.

Duas cartas estavam entre as cobertas da pequena Merlin, que um dia seriam encontradas e lidas. Promessas que não foram cumpridas foram feitas naquele lugar, frio e melancólico.