Capítulo 5

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Zee entrou no One Eye, sentindo-se como se alguém o tivesse esvaziado por dentro. Nunew havia se recusado a vê-lo, e embora não estivesse surpreso, a dor que sentia era imensa.

Por isso, estava na hora da terapia escocesa.

Depois de sair do caminho de um bêbado trôpego, de um bando de vagabundas e de dois caras saindo no braço, Zee encontrou a mesa habitual do trio. Jace estava no canto mais afastado, encostado na parede com uma morena. Mile não se encontrava à vista, mas um copo cheio de Grey Goose diante de uma cadeira denunciava sua presença.

Zee já tomara duas doses e não se sentia muito melhor quando Mile surgiu, vindo dos fundos. Sua camisa estava para fora das calças e amassada na parte de baixo, e, bem atrás dele, havia uma mulher de cabelos escuros. Mile a dispensou com a mão quando viu Zee.

— Ei, tira — disse o irmão ao se sentar.

Zee virou mais uma dose de uísque.

— Tudo certo?

— Como foi...?

— Não foi.

— Ah, que droga.

— Eu também. Sinto muito.

O celular de Mile tocou e ele o abriu. O vampiro disse duas palavras, guardou-o de novo no bolso e estendeu a mão para apanhar seu casaco.

— Era Alexander. Temos de voltar para casa em meia hora.

Zee pensou em ficar ali sentado, bebendo sozinho. Esse plano tinha "péssima ideia" carimbado nele todo.

— Você quer fazer o puff sumir no ar ou voltará comigo de carro?

— Temos tempo para ir dirigindo.

Zee atirou as chaves do Escalade em cima da mesa.

— Vá pegar o carro. Vou chamar Hollywood.

Levantou-se e se dirigiu para um canto escuro. O casaco de Jace cobria o corpo da morena. Só Deus sabia a que ponto as coisas haviam chegado por baixo dele.

Jace, meu camarada. Temos de ir.

O vampiro ergueu a cabeça, com os lábios contraídos e os olhos apertados.

Zee levantou as mãos.

– Não estou cortando o seu barato de sacanagem. A nave-mãe chamou.

Com uma maldição, Jace deu um passo para trás. As roupas da morena estavam desalinhadas e ela ofegava, mas o jogo ainda não passara do aquecimento. As peças de couro de Hollywood estavam todas em seus devidos lugares.

Quando Jace se retirava, a mulher o agarrou como se ela se desse conta de que o orgasmo de sua vida estava prestes a sair pela porta.Com um suave movimento, ele passou a mão diante do rosto dela e a congelou. Então, ela baixou os olhos para o próprio corpo como se tentasse entender como havia ficado tão excitada.


Jace deu meia-volta e saiu furioso, mas, quando ele e Zee já estavam do lado de fora, balançou a cabeça arrependido.

— Escute, tira, sinto muito por ter olhado feio para você lá dentro. Estava... concentrado demais.

Zee bateu-lhe no ombro.

Anjo EternoOnde histórias criam vida. Descubra agora