#00'8👑

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Eu estava andando de um lado para o outro no meu quarto, a raiva queimando em meu peito

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Eu estava andando de um lado para o outro no meu quarto, a raiva queimando em meu peito. A conversa com meu pai tinha sido uma merda, como sempre. Ele me pressionava, querendo que eu fosse a maldita imagem perfeita do príncipe herdeiro, sem considerar por um segundo o que eu realmente queria. E o que eu queria, naquele momento, era me afastar de todo esse inferno.

Mas, claro, as coisas nunca são tão simples.

Meu celular vibrou na mesa, e quando vi o nome de Lívia na tela, meu estômago deu um nó. Precisava vê-la, mas sabia que, no estado em que eu estava, a conversa não seria fácil.

Respirei fundo antes de responder à mensagem dela, marcando um encontro no terraço. O ar fresco talvez me ajudasse a clarear a mente.

Quando cheguei, ela já estava lá, olhando para o horizonte, com os braços cruzados. Mesmo de costas, podia sentir a tensão em seu corpo. Algo estava errado, e o nó no meu estômago apertou ainda mais.

— Você queria falar comigo? — perguntei, tentando manter a voz neutra, mas falhando miseravelmente.

Ela se virou devagar, seus olhos pretos faiscando de raiva. — Queria, sim. Precisamos conversar sobre o que aconteceu.

O jeito como ela falou, como se estivesse me acusando de algo, me fez fechar a cara. — Sobre o que exatamente, Lívia? Porque se você está falando da nossa conversa no jardim, pensei que havíamos deixado as coisas claras.

— Claras? — Ela riu, um som sem humor que me deixou ainda mais irritado. — Nada está claro, Alex. Você me jogou aquela confissão como uma bomba, e agora espera que eu simplesmente siga em frente, como se tudo estivesse bem?

— E não está? — Cruzei os braços, minha paciência começando a se esgotar. — Você me disse que sentia o mesmo, mas agora está agindo como se eu fosse o vilão da história.

Ela balançou a cabeça, como se não acreditasse no que estava ouvindo. — Você não entende, né? Nada disso é simples. Nossas famílias, nossas responsabilidades... Isso é uma merda gigante, e você está aí, agindo como se fosse só mais uma aventura.

Minhas mãos se fecharam em punhos ao lado do corpo. — Não estou tratando isso como uma aventura, Lívia. Eu só... Caralho, eu só queria ser honesto com você, porque é isso que você merece.

— Honestidade? — Ela deu um passo em minha direção, os olhos cravados nos meus. — Então seja honesto agora, Alex. O que você realmente quer de mim? Um caso escondido? Porque se for isso, pode esquecer.

Eu me aproximei dela, a raiva crescendo a cada palavra. — Você acha que é só isso? Que eu só quero te comer e depois seguir em frente?

Ela recuou ligeiramente, surpresa com a minha explosão, mas não cedeu. — Então o que é? Porque tudo o que você está me mostrando é confusão, Alex. E eu não posso me dar ao luxo de me envolver em algo que vai acabar me destruindo.

— Me destruir? — As palavras dela me atingiram como um soco no estômago. — E você acha que eu não estou me arriscando aqui também? Acha que isso é fácil para mim?

— Não, eu não acho. Mas você precisa entender que não somos só nós dois nessa merda toda. Nossas famílias, a imprensa, o mundo todo... — Ela parou, a voz embargando. — Eu não posso me permitir ser tão vulnerável, Alex. Não com você.

Houve um silêncio pesado entre nós, enquanto as palavras dela ecoavam na minha mente. Eu queria gritar, queria quebrar alguma coisa para aliviar a pressão no meu peito. Mas em vez disso, fiz a única coisa que meu corpo me permitiu fazer.

Eu me inclinei para frente e a beijei.

Foi um beijo bruto, cheio de raiva e frustração, mas também de uma necessidade desesperada que não consegui mais conter. Suas mãos foram parar no meu peito, como se quisesse me afastar, mas depois se agarraram ao tecido da minha camisa, puxando-me para mais perto.

Minha mente gritava que isso era um erro, que estávamos apenas complicando ainda mais as coisas, mas não consegui parar. O gosto dela era uma mistura de doçura e algo mais amargo, algo que refletia a situação em que estávamos.

Nossas línguas se encontraram, e o beijo se intensificou, transformando-se em algo ainda mais carregado de malícia. Minhas mãos deslizaram para a cintura dela, puxando-a contra mim, sentindo cada curva do seu corpo pressionada contra o meu. A necessidade de tê-la, de sentir tudo o que ela tinha para oferecer, era avassaladora.

Ela finalmente quebrou o beijo, ofegante, os olhos negros brilhando com algo que misturava raiva e desejo.

— Isso não resolve nada, Alex — ela sussurrou, mas não fez menção de se afastar.

— Eu sei — respondi, minha voz rouca. — Mas não consigo parar, Lívia. Você me deixa maluco.

Ela mordeu o lábio inferior, como se estivesse tentando se controlar. Mas então, antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ela me puxou de volta, os lábios encontrando os meus novamente. Esse segundo beijo era tão intenso quanto o primeiro, mas havia algo mais ali, algo que falava de um desejo reprimido por muito tempo.

Minhas mãos subiram para os cabelos dela, entrelaçando-se nas mechas escuras enquanto aprofundava o beijo. Podia sentir seu corpo reagir ao meu, e isso só fazia minha vontade de tê-la aumentar. Mas também sabia que, se continuássemos, não haveria volta.

Ela finalmente se afastou de novo, o rosto corado e a respiração pesada. — A gente precisa parar antes que isso vá longe demais — disse, mas sua voz não tinha convicção.

— Lívia, eu... — Comecei, mas fui interrompido quando ela levantou uma mão, pedindo silêncio.

— Alex, isso é complicado demais. Eu não posso... — Ela passou as mãos pelo rosto, claramente frustrada. — Eu não posso lidar com isso agora.

Eu dei um passo para trás, sentindo a frustração borbulhar novamente, mas dessa vez tentei controlá-la. — Eu sei que é complicado, mas não podemos simplesmente ignorar o que está acontecendo entre nós.

Ela me olhou, e por um momento, vi a mesma luta interna que estava acontecendo dentro de mim refletida em seus olhos. — Eu não estou ignorando, mas também não sei como lidar com isso. A última coisa que quero é me machucar, ou machucar você.

— E você acha que eu quero isso? — perguntei, minha voz carregada de emoção. — Eu só... Eu só quero estar com você, Lívia. Não sei como, mas precisamos descobrir um jeito.

Ela suspirou, parecendo exausta. — Talvez a gente precise de um tempo para pensar. Para entender o que queremos, sem a pressão de tudo e todos ao nosso redor.

Assenti, sabendo que ela estava certa, mas odiando a ideia de nos afastarmos. — Se é isso que você precisa, eu vou respeitar. Mas saiba que, independentemente do que decidirmos, estou aqui por você. Sempre.

Lívia sorriu, um sorriso triste que não alcançou seus olhos. — Obrigada, Alex. Eu só... Eu só preciso de tempo.

Ela começou a se afastar, e tudo dentro de mim gritava para não deixá-la ir. Mas sabia que insistir só pioraria as coisas, então fiquei ali, parado, vendo-a desaparecer pelo corredor.

Quando ela finalmente sumiu de vista, a frustração e a raiva que eu havia segurado vieram à tona. Soltei um grito de frustração, dando um soco na parede, sentindo a dor irradiar pela minha mão. Mas a dor física não se comparava à dor de vê-la se afastar de mim.

Eu queria quebrar tudo, destruir qualquer coisa ao meu alcance, mas em vez disso, fiquei ali, sozinho no terraço, tentando encontrar um jeito de consertar a bagunça que havia criado. Sabia que, se não conseguíssemos resolver isso, ambos sairíamos quebrados.

E a ideia de perdê-la era insuportável.

𝓛𝚊𝚌̧𝚘𝚜 𝓡𝚎𝚊𝚒𝚜 | 𝗟𝗶𝗹𝗲𝘅Onde histórias criam vida. Descubra agora