Stepbro - Parte 1/2

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Desde que meu pai se casou novamente, a casa se tornou um lugar de convivência pacífica. Já faz três anos que dividimos o mesmo teto, e nesses anos, minha meia-irmã e eu desenvolvemos uma convivência que muitos poderiam chamar de fraternal. Mas algo mudou. E, se sou sincero, não foi ela quem mudou, fui eu.

Acho que tudo começou a mudar quando terminei meu relacionamento de quatro anos. Eu estava devastado, e ela, com apenas 18 anos, era a única presença constante na minha vida que me oferecia algum tipo de conforto. Mas o que antes era um conforto inocente começou a se transformar em algo mais, algo que eu não esperava e que, para ser sincero, me assustava.

Ela sempre foi bonita, mas nunca pensei nela dessa maneira. Não até aquela noite em que a vi se preparando para uma festa com as amigas. O vestido colado ao corpo, a maquiagem sutil, mas marcante, e o sorriso confiante. Foi a primeira vez que meus olhos pararam nela por mais tempo do que deveriam, e, naquele momento, percebi que eu a estava vendo de outra forma.

Tentei afastar esses pensamentos, convencer-me de que era apenas o resultado de um coração partido e uma mente confusa. Mas quanto mais o tempo passava, mais difícil se tornava ignorar a atração que crescia dentro de mim. Ela, por outro lado, parecia alheia a tudo, mantendo-se sempre amigável e carinhosa, sem nunca desconfiar das tormentas que eu enfrentava.

Agora, trancado no meu quarto com a porta bem fechada, me sinto uma mistura de alívio e vergonha. Nos meus fones de ouvido, o som abafado de um vídeo pornô preenche o silêncio, mas desta vez, o tema é perturbadoramente específico. "Stepsister." Foi o que eu procurei, como uma tentativa patética de me manter afastado da Daphne.

Assistir a esses vídeos deveria ser uma forma de escapismo, uma maneira de aliviar a tensão sem me deixar levar por impulsos perigosos. Mas, enquanto as cenas se desenrolam na tela, sinto que estou cruzando uma linha invisível dentro da minha mente. As atrizes na tela não são Daphne, mas, ao mesmo tempo, cada gemido, cada sussurro, faz com que eu pense nela. Isso deveria me afastar, deveria ser um lembrete do quão errado seria agir sobre esses sentimentos. Mas, em vez disso, sinto que estou sendo puxado para mais perto de algo que eu não deveria querer.

Isso não está funcionando. Na verdade, parece que estou apenas alimentando um fogo que deveria ser apagado. Eu deveria sair, dar uma volta, espairecer, mas tudo o que consigo fazer é deitar na cama, olhando para o teto, enquanto minha mente fica presa entre o desejo e a culpa.

Antes que eu pudesse me perder ainda mais nos meus próprios pensamentos, ouço batidas leves na porta. Meu corpo congela por um segundo, o coração batendo descompassado. Merda. A porta começa a se abrir lentamente, e eu reajo no puro instinto, correndo para o closet e me trancando lá dentro. Ainda estou sem as calças, e o pânico toma conta. Como pude ser tão descuidado?

Enquanto começo a me vestir às pressas, ouço a voz de Daphne do outro lado da porta entreaberta.

- Castiel? Eu trouxe umas encomendas que chegaram para você. - Sua voz soa tão despreocupada, tão alheia ao caos que está acontecendo dentro de mim. Mas o pavor real me atinge como um soco no estômago quando me lembro que deixei o celular em cima da cama. Com o vídeo ainda rodando.

Minhas mãos tremem enquanto tento abotoar a calça, minha mente se dividindo entre a necessidade desesperada de me vestir e o terror absoluto do que ela pode estar vendo naquele exato momento. Se ela ouvir, se ela ver... Não, não posso deixar isso acontecer.

A imagem de Daphne encontrando o vídeo me paralisa. O rosto dela, a expressão de choque, de nojo, talvez. Ou pior, a possibilidade de ela entender exatamente por que eu estava assistindo àquilo. O sangue corre gelado nas minhas veias. Eu preciso fazer alguma coisa, mas estou preso dentro do closet, minhas mãos ainda lutando com o zíper que parece ter decidido trair qualquer tentativa de calma.

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