Motocross - Dois em um

1.7K 14 2
                                    

Não esqueça de deixar sua estrelinha! Assim consigo saber se gostou e isso me motiva a escrever mais!

☆☆☆☆☆

Boa leitura!

[Esse conto tem quase 45mil palavras, acho que me empolguei um pouquinho 😅]

----------------------------------------------------------

Acordei antes mesmo do sol despontar no horizonte. Cinco da manhã e eu já estava na garagem, dando os últimos retoques na minha moto. O ronco do motor na madrugada silenciosa me dava aquela sensação inebriante de liberdade e expectativa. Era mais um dia de trilha com a galera do motocross, e mesmo depois de três anos fazendo isso, o entusiasmo nunca diminuía.

Nós éramos cinco. Um grupo fechado, quase uma família, com todos os clichês que isso traz. Eu, Delilah, a única mulher e a mais nova de todos, com 24 anos e sangue fervendo nas veias. Tinha o Jake, o "chefe" não-oficial, que aos 35 ainda era o mais ágil da turma. Ele tinha um jeito de líder natural, mas sabia quando ceder às loucuras do grupo - e muitas dessas loucuras partiam de mim. Tinha também o Ryan, o "Professor", um cara meticuloso e sempre preocupado com as regras e a segurança, o oposto completo do Nate, o "Carcará", que vivia no limite, e o Sam, o "Moleque", o mais jovem depois de mim, sempre fazendo piada e leve como o vento.

Já fazia uns três anos que a gente fazia essas trilhas, cruzando serras, subindo e descendo barrancos, explorando cada canto escondido das matas. Mas o grupo era ainda mais antigo, eu entrei só depois. No começo, eles tinham certa resistência com minha presença. Talvez pelo fato de eu ser mulher, talvez por ser a caçula, mas não demorou muito para eu conquistar meu lugar. Eu não era só uma garota ali, eu era parte do time, talvez a parte mais ousada.

Naquele dia, a gente tinha decidido explorar uma nova trilha que ficava do outro lado da serra. O Jake ouviu de um conhecido que o terreno era praticamente inexplorado, cheio de subidas íngremes, lama até os joelhos e vistas de tirar o fôlego. Exatamente o tipo de coisa que fazia meu coração disparar. A ideia de enfrentar o desconhecido, o desafio da natureza selvagem, a adrenalina correndo solta...

Partimos antes mesmo das seis, com os faróis das motos cortando a escuridão. O vento gelado da manhã batia no rosto, misturado com o cheiro de terra úmida e gasolina. Era como se cada fibra do meu corpo estivesse viva, vibrando de excitação. Trocávamos poucas palavras, concentrados na estrada que começava a ficar mais estreita e traiçoeira à medida que avançávamos.

Depois de uns quarenta minutos, a gente chegou ao ponto inicial da trilha. Era um descampado cercado por árvores altas, o tipo de lugar que você só encontra se souber exatamente onde procurar. Jake deu as últimas instruções, mas eu mal ouvia. Estava focada no que vinha a seguir, nas curvas fechadas, nas poças de lama, na sensação de perigo iminente.

Assim que chegamos ao ponto de partida da corrida, Jake começou a explicar algumas coisas, como de costume, provavelmente sobre segurança e pontos de parada, mas eu já estava com a adrenalina a mil. Nem ouvi direito o que ele dizia. Olhei para o barranco de terra molhada à minha frente, a inclinação perfeita, as pedras escorregadias misturadas com lama. Era um convite irresistível.

- Ah, vamos nessa! - gritei, e antes que eles pudessem reagir, acelerei. Minha KTM 250 SX branca com detalhes em vermelho rugiu, cortando o barro e ganhando velocidade enquanto eu descia a encosta. A sensação era indescritível: a moto derrapando levemente, o barro subindo e sujando minha jaqueta, mas tudo o que eu sentia era liberdade. Minha moto parecia uma extensão do meu corpo, controlando cada salto e curva como se fossemos uma coisa só.

Ouvi o som das motos deles acelerando atrás de mim. Jake, com sua Honda CRF450R azul e preta, logo em seguida; Ryan com sua Kawasaki KX450 verde e imponente, rasgando a trilha atrás de mim; Sam em sua Husqvarna FC 450 laranja, e Nate, sempre discreto, na sua Yamaha YZ250 cinza e amarela. Cada um de nós tinha suas cores, suas máquinas, e nossos capacetes combinavam perfeitamente com nossas motos. Éramos um show de cores e força em movimento.

Contos eróticos Onde histórias criam vida. Descubra agora