Através da sua janela

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Não esqueça de deixar sua estrelinha! Assim consigo saber se gostou e isso me motiva a escrever mais!

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Boa leitura!

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Eu não costumo me importar muito com os vizinhos. Na verdade, acho que nunca parei para notar a vida deles, as idas e vindas. Mas isso mudou naquela noite.

Estava relaxando no meu quarto, deitado na cama, quando olhei pela janela e vi a movimentação. Era uma jovem, provavelmente na casa dos vinte anos, carregando caixas e malas para a casa ao lado da minha. Eu já sabia que os antigos moradores tinham se mudado, mas não esperava uma substituição tão rápida. Havia algo nela que me chamou a atenção logo de cara. Talvez fosse o jeito como se movia, com uma energia nova e vibrante que parecia trazer um ar diferente para a vizinhança.

Nos dias seguintes, comecei a notar mais coisas sobre ela. Eu notava quando ela saía pela manhã, provavelmente para a faculdade ou trabalho. E no fim do dia, eu a via voltar, com os cabelos soltos, parecendo cansada, mas sempre sorrindo, como se cada dia fosse uma nova aventura. Ela tinha o hábito de ler na pequena varanda de sua casa, ouvindo música instrumental, algo que eu podia ouvir vagamente se o vento soprasse na direção certa. O som suave do piano ou violino preenchia o ar, criando uma aura quase mágica ao redor dela. Às vezes, eu a via lá, ao entardecer, e a luz do pôr do sol a iluminava de uma forma quase poética, realçando cada curva suave de seu corpo.

Eu não sei dizer exatamente quando comecei a esperar por esses momentos. A princípio, era apenas curiosidade, uma distração. Mas então, uma noite, tudo mudou. Eu estava deitado na minha cama, prestes a pegar no sono, quando um movimento me chamou a atenção. Olhei pela janela e vi que a cortina dela estava ligeiramente aberta. As luzes estavam apagadas, exceto por um abajur suave que lançava uma luz quente e suave sobre o quarto dela. E foi então que eu a vi.

Ela estava deitada na cama, os lençóis amassados ao redor de seu corpo. Sua mão se movia lentamente, subindo e descendo por entre suas pernas. Fiquei paralisado, o choque misturado ao desejo. Eu deveria ter desviado o olhar, fechado a cortina, mas não consegui. Meus olhos estavam presos nela, no modo como o peito dela subia e descia, nos suspiros que ecoavam em silêncio pelo ar.

Um conflito começou a se formar dentro de mim. Eu sabia que não deveria estar olhando, que era um invasor em um momento que não me pertencia. Mas o desejo crescia, forte e incontrolável, e minha culpa parecia apenas alimentar a intensidade daquele momento. Minha mão encontrou meu próprio corpo, quase sem que eu percebesse, e comecei a me tocar também, espelhando seus movimentos. Aquilo se tornou uma espécie de ritual para mim, uma necessidade que eu não sabia que tinha.

Nos dias que se seguiram, eu me vi ainda mais obcecado por saber mais sobre ela. Eu queria entender seus hábitos, seus horários. Saber quando ela estaria ali, naquela varanda, ou quando estaria deitada na cama, perdida em seus próprios prazeres. Comecei a fantasiar como seria sentir sua pele, tocar seu corpo, ouvir sua respiração mais de perto. E quanto mais eu imaginava, mais minha fascinação crescia. Eu me perguntava se ela já havia percebido que eu a observava, e o pensamento de ser pego, de ser descoberto, só fazia minha excitação crescer ainda mais.

Ela era mais do que apenas uma vizinha agora. Ela era uma fantasia viva que eu não conseguia afastar.

Ela se tornou popular no condomínio mais rápido do que eu esperava. Em pouco tempo, parecia que todos a conheciam, especialmente a velha senhora dos gatos que morava na casa em frente à dela. Eu nunca vi ninguém ter paciência para conversar com aquela mulher; sempre reclamando de tudo, falando dos gatos como se fossem filhos. Mas a minha jovem vizinha estava sempre ali, sorrindo, ouvindo, e até rindo das histórias absurdas sobre os gatos que "sabiam ler pensamentos." Ela tinha essa energia positiva que atraía as pessoas. Eu a observava da minha janela, curioso, sem conseguir desviar o olhar. Em uma dessas conversas, ouvi a senhora dos gatos comentar sobre como era bom ter alguém tão jovem por perto, alguém de vinte anos, com tanto entusiasmo pela vida. Foi aí que eu soube a idade dela. Vinte anos. Dez anos mais nova que eu.

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