11 | 𝐋𝐄𝐎

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A porta se abriu com um rangido pesado, revelando uma sala imensa, iluminada por uma luz azulada que parecia emanar das paredes de coral e das algas que flutuavam suavemente ao redor. O teto estava coberto por uma cúpula de vidro, permitindo que a luz do oceano entrasse, projetando sombras ondulantes nas paredes.

No centro da sala, havia dois tronos majestosos esculpidos em coral, decorados com conchas douradas e pérolas. Sentado no trono maior, à esquerda, estava Tritão, o deus do mar, com seu imponente tridente repousando ao seu lado. Sua pele tinha um tom esverdeado, e seu cabelo e barba eram longos e esvoaçavam como se estivessem constantemente submersos em água. Seus olhos brilhavam com uma intensidade que fazia parecer que ele enxergava através de nossas almas.

Ao lado dele, no trono à direita, estava Tritonis, sua esposa, cuja beleza era ao mesmo tempo encantadora e intimidadora. Seus olhos eram de um azul profundo, quase como o oceano à meia-noite, e sua presença irradiava uma autoridade silenciosa, mas inegável. Ela segurava um cetro adornado com coral e pérolas, e o olhar que nos lançou foi de puro julgamento.

Então, ali estava eu, Leo Valdez, de pé diante de Tritão, o deus do mar, com um sorriso que mais parecia uma careta nervosa. Porque, vamos ser honestos, quando você está frente a frente com um cara que poderia te transformar em sushi com um movimento de seu tridente, até o semideus mais corajoso sente um certo friozinho na barriga.

Tritão inclinou-se, seu olhar afiado o suficiente para cortar o aço. — Quem são vocês para invadirem meu reino?

— Leo Valdez, filho de Hefesto — falei, fazendo uma reverência exagerada.

Ariadne, sempre tão calma e controlada, se apresentou logo depois. — Ariadne Chase, filha de Atena. — Podia sentir a tensão na voz dela, mas a garota se manteve firme. Isso é o que eu mais admiro nela: nervos de aço.

Tritonis, a esposa de Tritão, olhou para nós com um olhar que era uma mistura de curiosidade e desconfiança. Ela virou-se para Tritão, quase como se estivesse dizendo "Esses dois? Sério?" E então voltou sua atenção para nós. — Sabemos quem vocês são — disse ela, com uma voz suave, mas com uma pontinha de perigo que não passou despercebida.

Eu e Ariadne trocamos um olhar confuso.

Tritão soltou uma risada seca, que mais parecia um trovão distante. — Deuses sabem de tudo, semideuses. Não pensem que suas atividades passaram despercebidas por nós.

Certo, então estávamos mesmo no radar deles. Nada de pressão.

Ariadne, sendo a mente brilhante que é, foi direto ao ponto. — Estamos em uma missão — começou ela, com aquela confiança que eu sabia que ela estava puxando lá do fundo. — Viemos em busca do escudo Aegis para restaurar a paz em nosso Acampamento. E... eu também queria entender mais sobre a história da minha mãe, Atena. Isso poderia nos dar alguma pista do paradeiro do escudo.

Tritão estreitou os olhos, ponderando as palavras dela, enquanto eu tentava não parecer um alarme ambulante de desespero. Se bem conheço deuses, eles curtem um bom desafio, mas também adoram nos ver suar antes de nos dar uma ajudinha.

Finalmente, ele quebrou o silêncio. — Aegis... um artefato poderoso. E você acredita que merece possuir tal poder?

Eu pude ver Ariadne hesitar por um segundo, mas ela logo respondeu, honesta como sempre. — Não sei se merecemos. Mas sei que precisamos dele. E estou disposta a fazer o que for necessário para provar isso.

Eu, claro, assenti vigorosamente, não queria ser deixado de fora dessa. — E, claro, vamos cuidar bem dele. Quero dizer, estamos acostumados a lidar com coisas explosivas e mortais... — Opa, talvez essa parte tenha saído errado. Corrigi rápido. — Quero dizer, seremos responsáveis.

𝐀𝐄𝐆𝐈𝐒 | 𝐿𝑒𝑜 𝑉𝑎𝑙𝑑𝑒𝑧Onde histórias criam vida. Descubra agora