Depois da intensa discussão com Geto, Kento saiu do escritório com passos pesados e cheios de frustração. Sua mente fervilhava de pensamentos e emoções confusas, e ele precisava de uma saída. Sem pensar muito, ele se dirigiu ao bar mais próximo. Sentado no balcão, com um copo de uísque na mão, ele tentava afogar a culpa e o remorso que o consumiam.
Cada gole parecia queimar sua garganta, mas não era suficiente para aliviar a dor que sentia no peito. A imagem de S/N não saía de sua cabeça. Ele sabia que precisava falar com ela, tentar consertar, mesmo que minimamente, o estrago que havia feito. Sem pensar duas vezes, pegou o celular e, com mãos trêmulas, discou o número que um dos detetives lhe forneceu.
Kento: (com a voz rouca e cheia de hesitação) S/N, sou eu... Kento. Eu... eu preciso falar com você.
S/N: (nervosa, com o coração acelerado) O que você quer, Kento? Eu já disse tudo o que precisava.
Kento: (implorando) Por favor, me encontre. Só quero conversar. Podemos nos encontrar em uma praça? Prometo que não vou te machucar... Só preciso que me ouça.
S/N: (hesitante, sentindo um misto de medo e curiosidade) Eu... não sei. Não sei se é uma boa ideia.
Kento: (quase suplicando) Por favor, S/N. Eu estou implorando. Só me ouça, só uma vez. Eu vou manter distância, se for isso que você quiser. Eu preciso falar com você, cara a cara.
Após um longo silêncio, S/N respirou fundo e respondeu.
S/N: (relutante) Tudo bem. Mas só para ouvir o que você tem a dizer. Nada mais.
Kento: (aliviado, mas ainda nervoso) Obrigado, S/N. Nos encontramos em meia hora na praça perto da sua casa, certo?
S/N: (ainda desconfiada) Certo. Até lá.
***
S/N chegou à praça com o coração acelerado. Cada passo parecia mais pesado, e sua mente estava repleta de pensamentos conflitantes. Quando ela viu Kento de longe, parado perto de um banco, seu corpo ficou tenso. Ele estava claramente perturbado, com o rosto abatido e as mãos tremendo levemente. Ele manteve uma distância considerável, exatamente como havia prometido.
Kento: (com a voz baixa, evitando contato visual direto) Obrigado por ter vindo, S/N. Eu sei que você provavelmente não queria estar aqui, mas... eu precisava falar com você.
S/N: (mantendo a postura firme) Diga o que você quer. Estou ouvindo.
Kento: (respirando fundo, tentando controlar a emoção) Eu só queria... pedir perdão. Eu sei que é impossível perdoar o que eu fiz, e eu nem espero que você faça isso. Mas eu precisava dizer que estou arrependido. Nunca na minha vida eu machuquei alguém assim... Nunca violei meus princípios e minha honra. Sempre fui um homem de palavra, sempre segui os exemplos que meu pai me deu...
S/N: (com a voz fria) E o que aconteceu então? O que te fez... agir daquela forma?
Kento: (olhando para o chão, lutando para encontrar as palavras) Eu... eu não sei, S/N. Algo diferente aconteceu naquele dia, algo que eu não consigo explicar. Mas eu vou descobrir o que foi. Eu juro que vou.
S/N permaneceu em silêncio, observando-o. Ela podia ver o remorso nos olhos dele, o peso da culpa que carregava. Ainda assim, o medo e a desconfiança eram maiores.
Kento: (dando um passo para trás, respeitando o espaço dela) Eu... eu sei que isso é pedir demais, mas... S/N, eu gostaria que você se casasse comigo. Não por amor, eu sei que isso seria impossível agora, mas... para que você e o bebê possam ter estabilidade, conforto. Para que eu possa garantir a segurança de vocês dois.
S/N: (com a voz trêmula, cheia de emoção) Casar com você? Depois de tudo? Kento, eu vou ter esse bebê, mas... como você acha que eu posso sequer pensar em estar ao seu lado?
Kento: (desesperado) Eu sei que é difícil, eu sei que parece insano, mas eu estou tentando fazer a coisa certa. Eu quero garantir que nada mais de ruim aconteça com você. Eu quero... eu preciso proteger vocês dois. Se você quiser ter esse bebê, eu vou estar lá para garantir que vocês fiquem bem, que nada mais os ameace. Eu te imploro, S/N... me deixe pelo menos tentar consertar isso.
S/N olhou para ele, e por um breve momento, viu algo que não esperava: sinceridade. Ela podia ver que ele estava realmente arrependido, que o que aconteceu o estava destruindo por dentro. Mas ainda assim, o medo e a dor estavam muito presentes.
S/N: (com os olhos marejados) Kento, eu posso ver que você está arrependido, e isso é algo que eu nunca pensei que veria. Mas... eu não consigo. Não consigo nem olhar para você sem sentir... sentir medo, nojo. Você se tornou um monstro para mim, algo que eu nunca pensei que existisse.
Kento: (com a voz embargada, lágrimas se formando nos olhos) Eu sei, eu sei, e isso me mata. Mas por favor, me deixe ajudar, me deixe ao menos tentar...
S/N: (balançando a cabeça) Eu... eu não sei. Eu realmente não sei, Kento. Tudo o que eu sei é que, por mais que eu veja o arrependimento em você, eu não consigo simplesmente esquecer o que aconteceu. E não sei se algum dia conseguirei.
Kento: (desesperado, com a voz falhando) Você não precisa me ver, não precisa me perdoar, mas por favor, me deixe fazer a coisa certa. Me deixe garantir que você e o bebê estejam seguros, que tenham o que precisam. Eu vou assumir a responsabilidade, mesmo que isso signifique viver longe de vocês. Eu só... preciso tentar consertar, de alguma forma.
S/N: (respirando fundo, sentindo as lágrimas escorrerem) Eu... vou pensar sobre isso, Kento. Mas agora, eu preciso ir.
Kento: (com a voz baixa, quase sussurrando) Obrigado... obrigado por me ouvir.
S/N assentiu levemente e se afastou, deixando Kento sozinho na praça, observando-a enquanto ela se afastava.
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A Escolhida
FanfictionNão terá nenhuma ligação com o anime, exceto pelos personagens.