Capítulo 17

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Assim que o médico começou a realizar a ultrassonografia, Kento observava atentamente a tela, seu coração batendo mais rápido a cada momento. Ele estava inquieto, com várias perguntas surgindo em sua mente.

Kento: (ansioso, olhando para o médico) Está tudo bem com o bebê? Ela está saudável?

Médico: (sorrindo, mantendo a calma) Sim, tudo está ótimo com o bebê. E eu posso dizer que vocês vão ter uma menina.

As palavras do médico ecoaram na mente de Kento. Uma menina. Ele ficou em choque, sua mente foi imediatamente inundada por pensamentos de culpa e medo. Ele se lembrou do que havia feito a S/N, da dor que causou, e a ideia de ser pai de uma menina, depois de ter machucado a mãe dela, era quase insuportável. Sentindo o peso das emoções crescendo dentro dele, Kento se levantou bruscamente e saiu da sala sem dizer uma palavra.

S/N: (observando Kento sair, disfarçando) Desculpe, doutor, ele está muito emocionado. (Ela respira fundo e decide aproveitar a situação para tirar uma dúvida que vinha lhe incomodando.) Doutor, posso te mostrar uma coisa? (Ela pega o celular e mostra a foto do exame que encontrou no quarto de Kento.) Você pode me dizer o que isso significa?

Médico: (pegando o celular e examinando a foto) Claro, deixe-me ver... (Ele olha atentamente para os detalhes do exame.) Isso aqui mostra uma alta concentração de uma substância muito perigosa. É uma droga que realmente tira qualquer um de si. Alguém que tenha essa quantidade no organismo estaria completamente fora de controle, incapaz de tomar decisões conscientes.

S/N: (tentando não demonstrar a angústia que sentia) Então, essa droga... ela é capaz de fazer a pessoa agir de forma violenta?

Médico: (assentindo) Sim, infelizmente é possível. Alguém sob o efeito dessa droga pode se tornar extremamente agressivo ou agir de maneiras que normalmente nunca agiria. É como se a pessoa fosse controlada pelo instinto, sem qualquer lógica ou razão.

S/N: (sentindo um misto de alívio e tristeza) Entendo... (Ela olha para o médico, tentando processar tudo.) Isso explica muita coisa. Obrigada por me ajudar a entender.

Médico: (olhando para ela com preocupação) Você está bem? Precisa de algo mais?

S/N: (forçando um sorriso) Estou bem, doutor. Só precisava entender um pouco melhor a situação. (Ela agradece e se prepara para sair da sala.)

Enquanto isso, do lado de fora do consultório, Kento estava em conflito consigo mesmo. Ele estava encostado na parede do corredor, as mãos tremendo levemente enquanto tentava conter as lágrimas que ameaçavam cair. A imagem de uma menininha, sua filha, vinha à sua mente repetidamente. Como ele poderia protegê-la? Como ele, que havia machucado S/N, poderia ser um bom pai para uma menina tão inocente?

Kento: (pensando alto, sussurrando para si mesmo) Como eu vou ser um bom pai? Eu não posso falhar com ela... não posso machucar ninguém de novo.

Enquanto esses pensamentos o atormentavam, S/N saiu do consultório. Ela viu Kento, notou a expressão de dor no rosto dele, mas decidiu não comentar diretamente sobre o que viu no exame. Em vez disso, ela se aproximou com cautela.

S/N: (tentando aliviar a tensão) Kento, você está bem? Eu sei que é muita informação para processar...

Kento: (tentando disfarçar a vulnerabilidade, mas ainda com os olhos marejados) É só... eu não esperava que fosse uma menina. Isso me pegou de surpresa.

S/N: (compreendendo a preocupação dele) Eu entendo. Mas você vai ser um bom pai, Kento. Eu sei que você está preocupado, mas eu acredito que você vai dar o seu melhor.

Kento: (olhando para ela com olhos desesperados) E se o meu melhor não for o suficiente? E se eu não conseguir protegê-la? E se eu falhar com ela do mesmo jeito que falhei com você?

S/N: (colocando a mão suavemente no ombro dele) Kento, o fato de você estar tão preocupado já mostra que você se importa. Isso é o primeiro passo para ser um bom pai. Ninguém é perfeito, e você não precisa ser. Você só precisa estar presente e fazer o melhor que puder.

Kento: (respirando fundo, tentando absorver as palavras dela) Eu vou tentar... vou fazer de tudo para não decepcioná-las.

S/N: (sorrindo gentilmente) Isso é tudo que eu espero de você. Vamos fazer isso juntos, por ela.

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