Capítulo 22

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Algumas semanas se passaram, e a vida parecia ter entrado em uma espécie de rotina delicada. Gojo, aproveitando a chance de espairecer, decidiu viajar com alguns amigos para fugir um pouco de toda a tensão que se acumulava em casa. Kento, por outro lado, foi convocado para uma importante viagem de negócios, e para surpresa de S/N, ele pediu que ela o acompanhasse.

A viagem era longa, e o destino, um lugar distante onde Kento teria que permanecer por algumas semanas. S/N, inicialmente relutante, acabou aceitando o convite, talvez por perceber que Kento estava se esforçando para incluir ela e o bebê nas suas decisões.

Ao chegarem ao hotel, Kento se dirigiu à recepção para fazer o check-in. S/N estava ao seu lado, observando silenciosamente enquanto ele conversava com a recepcionista.

Recepcionista: (com um sorriso educado) Bem-vindos! O seu quarto já está pronto, senhor. É uma suíte com uma cama de casal e vista para o mar, como solicitado.

S/N sentiu uma leve tensão ao ouvir que eles ficariam no mesmo quarto, mas decidiu não questionar. Kento também pareceu hesitar por um momento, mas manteve sua expressão séria e agradeceu à recepcionista antes de pegar a chave do quarto.

Kento: (olhando para S/N, tentando parecer tranquilo) Vamos subir.

Os dois seguiram em silêncio pelo corredor do hotel até o elevador. O ar estava pesado, uma mistura de tensão e incerteza pairava entre eles. S/N olhava de soslaio para Kento, notando a linha tensa em sua mandíbula, enquanto ele apertava o botão do elevador.

Quando chegaram ao quarto, Kento abriu a porta e deu passagem para que S/N entrasse primeiro. Ela caminhou lentamente pelo quarto, observando a decoração elegante e a grande cama no centro. Sentiu uma onda de nervosismo, mas respirou fundo e tentou manter a calma.

Kento: (com a voz baixa, enquanto fechava a porta) Sei que a situação é... desconfortável, mas não se preocupe, S/N. Se você quiser, posso dormir no sofá.

S/N: (tentando esconder seu nervosismo) Não precisa, Kento. Eu sei que você está tentando fazer o melhor... Podemos dividir a cama, é grande o suficiente.

Kento: (surpreso com a resposta dela, mas aliviado) Tudo bem então... Se você está confortável com isso.

Eles começaram a desfazer as malas em silêncio, cada um em um lado da cama, evitando ao máximo qualquer tipo de contato visual. A tensão era palpável, mas havia uma espécie de entendimento tácito entre eles, como se ambos soubessem que aquele era mais um desafio que teriam que enfrentar juntos.

Kento: (depois de um longo silêncio) S/N... Eu quero que você saiba que, apesar de tudo, estou feliz que tenha vindo comigo.

S/N: (olhando para ele, surpresa com a sinceridade) Eu... Eu também estou feliz por estar aqui. Acho que essa viagem vai nos ajudar a entender melhor o que estamos vivendo.

Kento: (com um suspiro pesado) Eu espero que sim. Quero que saibas que estou tentando, de verdade, encontrar um jeito de lidar com tudo isso... Mas ainda é difícil para mim.

S/N: (com um pequeno sorriso) Eu sei, Kento. E eu estou tentando também. Por nós... E por Elara.

O nome do bebê trouxe um breve momento de serenidade entre eles. Era como se, por um instante, todas as preocupações e dores desaparecessem, substituídas pela esperança que aquela pequena vida trazia.

Kento: (com um olhar mais suave) Obrigado,

S/N. Eu realmente aprecio que você esteja tentando. Eu sei que não é fácil, mas vou fazer de tudo para que essa viagem nos ajude a encontrar um caminho, pelo bem da nossa filha.

S/N: (com um leve sorriso) Eu acredito que podemos conseguir. Vai levar tempo, mas acho que estamos no caminho certo.

Kento se aproximou da janela, olhando para a vista do mar que se estendia à frente deles. Ele parecia perdido em pensamentos, e S/N se perguntou o que se passava pela cabeça dele naquele momento. Mesmo com tudo o que aconteceu, havia algo de reconfortante em estarem ali juntos, tentando construir algo novo.

Kento: (ainda olhando pela janela) Amanhã será um dia cheio de reuniões, mas eu prometo que vou arranjar um tempo para nós. Talvez possamos sair para dar uma volta pela cidade.

S/N: (com um brilho nos olhos) Eu adoraria. Seria bom explorar um pouco e tentar esquecer os problemas por algumas horas.

Kento: (virando-se para ela, com um leve sorriso) Então está combinado. Vamos fazer isso.

S/N sentiu uma pequena faísca de esperança em seu coração. Talvez aquela viagem fosse exatamente o que precisavam para começar a curar as feridas do passado. E, pela primeira vez em muito tempo, ela se permitiu acreditar que as coisas poderiam melhorar.

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