Usei a faca de caça para forçar a fechadura da porta do quarto. A lâmina quase quebrou, mas a tranca cedeu primeiro e caiu no chão.
Com um suspiro de alívio, consegui abrir a porta. Saí do quarto na ponta dos pés, mantendo meus ouvidos atentos a qualquer sinal da bruxa. Eu estava descendo as escadas para o andar de baixo quando ouvi o que pareceu ser um rugido. As paredes da casa chacoalharam e terra caiu do teto. Meu coração disparou quando percebi que aquele som veio de Taehyung. Ele está aqui!— Taehyung! — Deixei um grito escapar e desci os degraus depressa, minhas mãos segurando a faca com força.
Assim que cheguei na cozinha, ouvi a gargalhada de Morgana e isso fez um arrepio percorrer o meu corpo. O som veio do porão e eu logo concluí que os dois estavam lá.
Taehyung, estou indo te salvar!
Empurrei a porta do porão e fiquei aliviada quando ela se abriu. Permaneci parada no topo da escada ao ver a silhueta de Morgana lá dentro. A única iluminação vinha de um candelabro que estava sobre a mesa do porão e também tinha um... corpo ali. Essa não!
Fiquei sem ar quando pensei na possibilidade de ser o corpo de Taehyung sobre aquela mesa, mas eu reconheci a silhueta humana estraçalhada e logo descartei a hipótese de que se tratava do meu demônio. Ele ainda está vivo em algum lugar... tenho que encontrá-lo.
Tentei deixar o choque de lado e me concentrei no que era mais importante.
Cerrando os punhos, dei um passo à frente, mas ainda não me atrevi a descer a escada.
Respirando fundo, eu chamei a atenção de Morgana:
— Seu plano não funcionou, bruxa!
Ela olhou na minha direção. Pensei que ficaria com raiva, mas a mulher apenas arregalou os olhos por um breve segundo e me lançou um sorriso.
— Vocês já acabaram?
Aquela pergunta fez meu estômago se revirar.
— Eu o matei — respondi entredentes e comecei a descer os degraus mantendo o meu olhar fixo na bruxa. — E você será a próxima.
Morgana riu, não me levando nem um pouco a sério. Isso me deixou ainda mais furiosa.
Eu estava quase chegando aos pés da escada quando ouvi um gemido de dor e uma voz familiar chegou aos meus ouvidos:— Jennie? — Taehyung chamou por mim.
Olhei na direção do som e vi meu demônio curvado dentro de uma jaula, suas mãos estavam presas por correntes que saíam do chão e o cativeiro era baixo e estreito, ele não conseguia ficar de pé.
Seus olhos estavam cansados, mas brilharam com felicidade assim que ele me viu. Sorri para ele, enviando um sinal silencioso de que tudo ficaria bem. Tem que ficar... lutarei por isso!