CAPITULO 39

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Yara

Tinha se passado duas semanas desde minha última visita ao P7, essa semana passada saiu a lista do meu concurso e para minha total surpresa, eu tinha passado. Conversei com o Patrick por mensagens e disse a notícia, eu estava com as coisas muito corridas e não dava pra ir ver ele, eu estava em um apê perto do morro, com a Luísa e Léo.

Luísa: fico feliz por você me levar jae? Eu queria realmente sair dessa realidade que não esta me fazendo bem -falou enquanto deitava no sofá e eu vi que ela estava com uma cicatriz na barriga, ela cobriu e fingiu que não aconteceu nada

Yara: o que é isso? -falei indo até ela e levantei contra seu gosto, era uma cicatriz e parecia ter sido feita a pouco tempo. Estava meio avermelhada- o que aconteceu? Foi o cara que você estava saindo?

Luísa: mais ou menos -falou após um tempo e eu esperei ela falar, vi ela suspirar e revirar os olhos- olha só, não precisa contar pra ninguém jae? Eu tava com ele todos esses tempos e descobri que ele tava envolvido com a gangue do Alberto, descobri muito em cima e eu tava na casa dele na hora, foi quando mandaram mensagem e eu vi. Eu tava pronta pra contar sobre isso -falou me entregando um envelope lendo- ele percebeu que eu sabia de algo e a gente entrou em uma briga, ele me cortou, mas eu fiz um corte na perna, abdômen e peito dele, digamos que ele estava pior que eu e sangrando feito um porco, pode ter certeza disso.

Yara: você tá grávida ? -falei rápido vendo ela rir de lado- Meu Deus Luísa, que notícia ótima e louca ao mesmo tempo, teve um dedo podre sobre o pai

Luísa: eu sei, obrigada por querer me levar com você de verdade. Mesmo eu não indo pra concursar ou sei lá, to feliz que vou poder esquecer esse maluco por uns anos, vou ficar louca se eu continuar aqui, é um tempo ótimo pra eu criar meu filho sozinha também, sozinha bem mais ou menos já que você vai estar comigo, obrigada Yara.

Puxei ela pra um abraço e comentei que ela iria ser uma mãe foda, além da mulher ser boa em brigas, sabia manusear armas e atirar em si. Mulher iria com toda certeza proteger o filho dela, claro que disso eu não tinha dúvidas.

[...]

P7: to feliz por tu, na real mermo -falou enquanto ficava andando com a cadeira de um lado pro outro, ele aprendeu e agora fica assim- porra, pensar que quando tu voltar, tu pode tá casada com um playbloy de fora, puta que pariu, você vai ter literalmente outra vida lá filhona, tu é foda pra caralho

Yara: isso é ruim? -falei vendo ele negar na hora- eu fico com receio de ir e perder a energia que tenho com o pessoal daqui, de querer passar 5 ou 6 anos por lá, ganhando maior grana, vir cheia de vontade de vocês, de ficar com vocês e vocês terem seguido a vida sem mim e sem ao menos me esperar, ou me encaixar na vida de vocês nem que seja um pouco

P7: porra, não acho que geral vá te esquecer. Principalmente a Gabriela, ela só pode acabar seguindo a vida namoral tá ligada? Isso é normal de todos, mas ela vai sentir a merma saudade que sente desde hoje, vai quando mermo?

Yara: hoje de noite -falei balançando os pés e vendo ele sorrir. Eu ficava com um mínimo receio de ir embora assim, não sabia se quando eu voltasse iria estar as coisas do mesmo jeito, confesso que eu gosto dele, mais que um amigo, mas ele provavelmente não me vê assim e só deve me ver como uma menina nova demais pra estar na vida dele, já que está falando demais sobre seguir a vida.

Fiquei conversando mais um pouco com ele e depois fui pro apartamento da Gabriela, ela tava chorando já antes de eu chegar e chorou mais quando me viu. Fiquei falando com ela sobre as coisas que aconteceu nessa semana e expliquei que seria melhor eu ir mesmo, pra não correr o risco do Alberto vir atrás de mim ou algo assim, contei sobre a gravidez da Luísa e ela ficou impressionada, falando sobre a Sabrina, disse que as coisas no pai dela não tava parando em casa e sempre falando com alguém no telefone, disse que ele estava louco e ela tava evitando até sair de casa por conta disso.

Fiquei mais um pouco com ela até dar minha hora de ir tomar banho e ir pro aeroporto, ninguém iria com a gente além do Léo, ele disse que quanto menos gente melhor. Qualquer tumulto iria fazer o Alberto ficar atento e querer vir pra cima, falaram que ele tinha aliado em todo lugar, até fora do Brasil se brincar, não podíamos arriscar minha vida e nem da Luísa, que agora tem mais uma com ela.

Mandei mensagem pro pessoal enquanto estávamos indo para o aeroporto e eu estava ansiosa demais, estava com medo de deixar o Brasil e ansiosa para deixar logo. Meu tio estava em casa quando eu saí, ele ficou super triste e disse que eu precisava ligar pra ele todos os dias, falou que queria que eu voltasse pro Brasil, iria me esperar, mesmo que demorasse anos e irá demorar mesmo, não pretendo voltar só quando as coisas se acalmarem, pretendo além disso quando eu estiver bem financeiramente, esse concurso veio em uma hora ótima e eu posso ajudar meu tio de fora, o que já está ótimo demais.

Me despedi do Léo que estava abraçado com sua irmã, ele ficou com raiva quando descobriu sobre o namorado da Luísa, disse que iria atrás dele e fazer a vida dele um inferno. Mas ela disse que não precisava e ela só precisava de paz, ela iria conseguir isso lá e voltar quando ela se sentisse segura com seu filho, ele entendeu seu lado e disse pra gente ligar sempre que conseguisse, que iria ter gente lá que iria olhar nós duas e qualquer perigo, iriam nos proteger.

Embarcamos no aeroporto do Rio e vi ele decolando, enquanto olhava a janela com a Luísa, ela falava sobre ser muito alto e eu estava concordando, ficamos conversando e pegamos uma amizade ótima nesses tempos, disse a ela que iria sentir certas saudades das pessoas daqui e ela achou graça, dizendo que não iria sentir falta de ninguém. Fiquei olhando pela janela enquanto ele já estava no ar, mas mesmo assim conseguia ver as pequenas casas bem longe, o que me fez sorrir e pensar que iria ser o recomeço de uma vida nova.

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