𝑂𝑠 𝑆𝑜𝑛ℎ𝑜𝑠 •🌙

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Aqui no céu ainda é claro, mas na Terra, e para Alícia, já deve ser noite

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Aqui no céu ainda é claro, mas na Terra, e para Alícia, já deve ser noite.

Eu estava ajoelhado para aquela criança, e então decidi perguntar seu nome.

– Qual seu nome, menina corajosa?

– Bonnie.

– Você foi para os Estados Unidos depois que nasceu?

– Eu tenho duas natalidades, só não sei como – ela nem deve saber como faz, é muito nova.

– Qual o seu nome? – tinha um brilho em seus olhos.

– Arthur.

– Vou te chamar de tutu.

Eu dei uma risada abafada. Bonnie é maravilhosa, e sua energia feliz me lembrava de Alícia.

– Tutu, quer ver algo legal? – ela parecia dar pulinhos ao falar isso.

– Me mostra.

Bonnie pegou minha mão e começou a me arrastar daquele lugar, passei pelo céu alaranjado pelo pôr do sol, e era algo lindo de se ver. Ela me guiou até uma núvem em forma de lupa, onde várias pessoas faziam uma fila.

– O que é isso?

– Somtia spaiglass.

– É o Somnia spyglass criança, a luneta do sonhos – a pessoa na nossa frente disse rindo.

– Para que serve Bonnie?

– Você pode usar ela para visitar o sonho de um humano, basta você olhar para o humano e começar a dizer o que a pessoa vai imaginar.

Uma luz acendeu em minha mente, eu poderia ver Alícia e falar que estou bem, eu poderia conversar com ela. Mesmo longe, eu poderia visitá-la em todos seus sonhos, e cuidar dela. Uma lágrima caiu do meu rosto, tentei esconder o meu semblante de emoção, mas não consegui.

– Você tem 5 minutos, e o sonho dura por toda a noite.

– Muitas pessoas vem aqui?

– Só aquelas que ainda tem alguém na Terra.

– E você vem aqui por quem?

– O meu irmão.

– Você tem um irmão mais velho?

–Dois. Só que eu morri antes de conhecer um deles. O outro, foi em uma viagem para a Coreia quando eu tinha 3 anos, e me conheceu.

– Quanto mais eu te conheço, mais eu percebo o quanto você é alguém incrível, sabia?

Ela me abraçou, seu rosto ficou na minha coxa de tão pequena que ela era.

– Porque eu não posso ser seu novo irmão? – acariciei sua cabeça e abri um sorriso.

– Sério tutu? Faria isso? – ela me olhou com olhinhos cheios d'água enquanto ainda segurava minha perna.

– Claro, pequena – eu abaixei e a abracei.

– Sua vez.

Eu fiz o mesmo que ela, andei em linha reta. Ao olhar para baixo, eu via a Terra, e era como se a núvem onde eu pisava fosse transparente. Eu vi na minha frente um banquinho dourado, e uma luneta, andei até eles e me sentei com cuídado.

Coloquei o olho na luneta e pensei em Alícia, e pude a ver, deitada na minha cama, abraçando meu travesseiro. Ela estava com seu pijama verde de frutas, eu amo aquele pijama. Eu queria apenas ficar olhando para ela, mas ela tinha que saber que eu estava bem. Foi quando eu comecei a narrar o sonho.

Meu anjo guardião : O Amor é a saída [Livro 2 de 5]Onde histórias criam vida. Descubra agora