Meu anjo guardião : O Amor é a saída [Livro 2 de 5]

𝑂 𝑗𝑢𝑙𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 •🌙

Eu segui a Layane para fora do prédio, e quando chegamos lá embaixo, tinha uma carruagem de ouro me esperando, mas não havia cavalos ou alguém para conduzir.

– A gente vai nisso? – a olhei com insegurança.

– Prefere andar 22 km?

– Não senhora – assenti como uma criança que faz bagunça.

– Então entre.

Sentamos na carruagem, e então ela pegou uma chave do bolso do moletom, e colocou em uma entrada pequena que havia na carruagem, ela girou, igual um carro comum.

– Para a cúpula dourada.

A carruagem sozinha apressou-se, e eu pude sentir algumas pequenas nuvens batendo no meu rosto. Em pouco tempo, eu comecei a entrar em um lugar completamente dourado, onde nele havia várias estátuas de mármore.

– Aqui é onde ao final do dia, todos os Deuses se reúnem para uma reunião, não saímos dos Celestiais.

– Mas os Deuses não trabalham naquele prédio?

– Sim, eles trabalham, alguns até pegam pessoas que já morreram e a promovem para algo chamado Anjo, assim, elas ajudam a trabalhar.

– O que os Deuses ou os Anjos ganham com isso?

– Nada – ela fez um sorriso simpático – eles estão tendo a chance de contribuir para o equilíbrio cósmico.

– Aliás Arthur, os Deuses estão abandonando o prédio e vindo para cá o mais rápido possível. Então as atividades de hoje foram interrompidas.

A carruagem estava mais devagar, como se fosse para eu admirar a vista. O chão era de ouro, com uma trilha de joias. Eu olhava com detalhes cada estátua daquele lugar.

– Gostou das estátuas pelo jeito.

– São lindas. O que elas representam?

– Cada estátua representa um dos 150 Deuses.

Nós paramos em frente a uma cúpula de ouro, onde provavelmente é o nosso destino. Era linda, acho que se fosse na Terra, ela seria a oitava maravilha.

Entramos na cúpula, e por incrível que pareça, não era toda coberta por ouro, não havia poltronas douradas, espelhos, pinturas renascentistas, nada disso, era tudo... Simples. As paredes eram pintadas de azul bebê, e nelas eu pude ver vários quadros, quadros de pessoas muito famosas, pessoas históricas, ao lado de cada quadro, tinha uma tocha acesa, que queimava com um fogo azul. Não era uma sala com uma longa mesa, era uma sala com um enorme tapete felpudo branco, e diversos pufes, redes de balanço, cadeiras de massagem, e no meio de tudo isso havia um púlpito, com um microfone.

– O que é esse lugar? – perguntava olhando para o teto, admirando a iluminação.

– Aqui, é a cúpula central.

– Existem outras?

– Cada uma, no seu próprio céu, para seu próprio planeta – minha cara foi no chão.

– Existem mais planetas com vida?

– Existem, claro que sim. A Terra é a mais evoluída claro, e o céu da Terra também.

Todas essas informações eram incríveis, mas aop mesmo tempo assustadoras.

Layane me levou até uma rede de balanço, pediu para eu sentar lá e entou se afastou. E assim que eu me acomodei, eles foram chegando. Os Deuses. Eram muitos, eram tantos que eu nem reparava em suas aparências. No centro, em frente ao púlpito, estava a Deusa suprema:

– Olá a todos os Deuses aqui presentes, bem-vindos.

Todos juntos batem palmas.

– A pauta de hoje é sobre uma premonição de Arthur, que está conectada com Susan, Deusa das complicações, sendo assim, discutiremos seu exílio.

Uma mulher baixinha, com o cabelo cacheado em chamas levantou a mão – Deusa suprema, nós temos a localização de Susan a Deusa das complicações?

– Mariel, Deusa do fogo, Layane está neste exato momento procurando por ela.

Eu tento olhar minha volta, e quando acho Layane, ela está mexendo em uma parede, praticamente no final do salão.

– Deuses aqui presentes, vamos fazer uma votação para aqueles que são contra ou a favor do exílio de Susan a Deusa das complicações.

Um homem de asas brancas e cabelo também branco comprido levantou a mão – Deusa suprema, a senhora não pode ter algum tipo de dificuldade de dar o veredito pelo fato de Susan – ela corta sua fala no exato momento.

– Eu sou imparcial Edur, Deus da neve.

A Deusa suprema fez um movimento com a mão, e um cálice azul em chamas apareceu ao seu lado, e ele era do seu tamanho.

– Deuses, que cada um conjure um papel, e que ele seja verde para o exílio de Susan, Deusa das condenações, e que ele seja vermelho, para que ela fique. O voto pode ou não ser anônimo.

Fiquei confuso, primeira votação que vejo a pessoa da opção assim.

Passaram alguns minutos, os Deuses foram deixando seus papeis dentro do cálice, juntamente deles a Deusa suprema.

– Arthur, – ela me chamou e se virou para mim – você foi atingido por tudo isso, venha contar os votos.

Um pouco receoso, eu fui.

Fiquei ao lado do cálice, quando ele cuspiu um papel no ar, – eu tomei um susto – estava embrulhado, e era branco, mas ao abrir: – 1 voto verde.

Logo, no outro lado do púlpito, a Deusa suprema fez um quadro e uma pena mágica, que foi contando os votos.

Alguns minutos passaram:

– 1 voto vermelho.

Nessa altura estava 25 votos em vermelho, e 92 votos em verde.

A votação terminou com 29 votos vermelhos, e 121 votos verdes. Então, Susan seria exílada.

– De acordo os votos, obrigada Arthur, – fui para minha rede novamente, quando a Deusa pegou um pergaminho e uma grande pena e começou a ditar – eu, Deusa suprema declaro que, hoje, dia 167 do ano 5.000.002.004, Susan, Deusa das complicações, nascida em 5.000.000.001, terá o celestial removido para assim ser exilada no inferno, onde será acolhida pelo Diabo, o anjo que renegou o céu e criou o submundo. A causa de seu exílio será pela invasão do purgatório, roubo de ouro, manipulação na morte humana, indução de morte humana, tentativa de se mostrar como Deus para os humanos e interferencia na paz. Tenho aqui comigo, 153 testemunhas, e ao final, que Susan, Deusa das complicações, seja trazida até nós para que seja feito o que é necessário, in nomine mei, eorum, auditorum, stellis loquor, terris et mari loquor populis, corpore et anima pono, iudico et accipio, in nomine mei. vestrum, nostrum, amen.