Meu anjo guardião : O Amor é a saída [Livro 2 de 5]

𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑟𝑎́𝑠 •🌙

Eu ouvi uma voz doce e melódica, era como se o próprio céu me chamasse, o que era estranho para alguém já morto. Quando eu olho por sobre os ombros, vejo a figura pela qual meu coração bate forte. Alícia. Alícia estava usando uma roupa toda branca, um lindo vestido branco que ia até seus joelhos. Meus olhos pareciam brilhar, eu andei em sua direção, e ela estava olhando as redondezas como se procurasse algo em sua volta, e então eu vejo ela se encontrar com Bonnie - era como se eu não tivesse sido notado.

- Moça, você se chama Alícia?

- Sim, por quê?

Por que elas não me viam? Por que não estavam me enxergando? Me aproximei lentamente das duas, o que eu queria era correr até Alícia, mas ela parecia confusa e assustada.

- Você conheceu o Arthur?

- Sim, eu sou a namorada dele.

Bonnie ficou de joelhos no chão, e entregou um anel para Alícia, a minha aliança.

- Eu sinto muito, houve um ataque no céu, e ele tentou intervir, tentou me ajudar, isso foi tudo que sobrou dele.

Eu não estava entendendo essas palavras, foi quando eu estendi a minha mão, eu iria chamar o nome de Alícia, e então eu vi, minhas mãos estavam carbonizadas, eu via meus ossos e pouco tecido de pele preso, músculos e veias, tudo amostra; eu olhei minha barriga, toquei meu rosto, e quando me toquei eu percebi, eu era uma caveira humana.

Bem na minha frente eu via Alícia abraçando Bonnie, e chorando, eu fui andando até as duas e tentei falar com elas.

- Eu estou aqui...

Nenhuma resposta, eu não ouvi nada.

Eu coloquei minhas mãos no rosto de Alícia, e vi sua própria imagem queimar nas minhas mãos, sua pele ficando em carne viva. Eu soltei ela correndo e me levantei, comecei a andar para trás com medo do que eu havia me tornado, Lágrimas caiam do meu rosto, e pareciam evaporar ao tocar em minha pele, eu só pude gritar de medo.

-Alícia, Alícia - Eu gritava seu nome em desespero.

- Tutu, Tutu acorda, o que foi?

Era só um sonho ruim, eu estava bem, Bonnie estava bem, e Alícia... Alícia não estava comigo.

- O que foi Tutu? - ela questionava de joelhos ao lado da minha cama.

- Tive um pesadelo, um sonho muito, muito ruim - falava ao mexer no cabelo e chegar se ainda estava no lugar.

- Isso é um problema - me diz um pouco assustada.

- Por que um problema?

- No céu, não se tem pesadelos, um ou outro têm lembranças da vida ou... - ela fez uma pausa dramática.

- Ou o que caramba, fala.

- Ou previsões. O que você sonhou?

- Não é algo para alguém da sua idade saber.