Capítulo VII - Sentimento triste

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Antes que eu pudesse reagir aquela situação, um cara qualquer da Moebius grita que a polícia tava chegando. Todos começam a correr e sair, Mikey estava parado e assustado, assim como eu.

Não consigo escutar ele falam entre si mas estou paralizada, não consigo ouvir. A única coisa que passa em minha mente é o barulho de meus pensamentos, e no fundo a som das sirenes. Vejo Draken pegar Mikey no colo, o tirando do local. Pah vem até mim, ele falava mas eu não escutava minha mente estava um caos.

- S/N - consigo escutar, ele me retira dos pensamentos, consigo escutar e reagir novamente - vai logo em bora - ele falava, mas pq eu tenho que ir e ele não?

- Mas e você? - falei confusa, e vejo seu rosto desanimado.

- Eu vou ficar, eu esfaquei o Osanai tenho de pagar pelo que fiz! Eu não vou fugir. Foi você que me ensinou a nunca fugir, não é maninha - Ele falava sorrindo.

- Se é assim, eu tbm tenho de ficar, eu matei aquele cara - falei olhando para o corpo ao meu lado, ja sem vida.

As lágrimas desceram pelo meu rosto, molhando minha pele facial, minha garganta estava fazendo um nó. Pah leva a mão para meu rosto, secando as lágrimas que caíam como uma cachoeira.

- Se você cair nas mãos da polícia, não vai sair tão cedo, então VAI EM BORA - ele falava e então escuto barulho de passos, seu olhar mandava eu ir.

Meu corpo agiu sozinho eu sai correndo, a lágrimas descendo pela minha face. O ar de meus pulmões se esvaindo, a angústia me matando por dentro, e aqueles malditos pensamentos de culpa e arrependimento. Mas eu não consigo ter controle do meu corpo, eu apenas consigo correr. Quando finalmente olho para trás, Pah-chin com um sorriso no rosto.

Mais que droga por isso ta acontecendo denovo? Mais que merda!

[...]

Faz um tempo que cheguei em casa, a até agora não consegui conter as lágrimas, voltar pro Japão só trouxe aquela antiga S/n. A S/n que carrega a dor dos outros, sofre por tudo, não consegue conter as lágrimas.

Se meus rivais do Brasil me vissem agora, zombariam da minha cara. Mas eu não ligo. Pah era meu amigo, era o meu irmão de outra mãe. Eu era capaz de matar por ele, e agora ele deve estar preso. E eu não fiz nada pra impedir, por medo...

Meus pensamentos estão uma bagunça, o sentimento de culpa, pesa sobre minhas costas.

....

Escuto a campainha tocar, 1.. 2.. 3.. vezes. Não quero abrir a porta, não quero que me vejam chorar, mas a campinha não para de tocar. Então seco minhas lágrimas, de meu rosto, me levanto da cama e vou em direção da porta, ja colocando mais um entre os vários sorrisos falsos, que me acompanham a um tempo. Levo minha mão até a maçaneta de ferro, que estava gelada. Abro e porta e vejo a figura de Mitsuya, seus olhos assustados e presos em minha pessoa.

Ele estava com uma camiseta preta, um colete roxo e a calça larga branca.

- S/n, você está bem? - ele falou meio baixo, segurei as lágrimas. Colando um sorriso falso no rosto.

- Est-

Antes que eu pudesse responder, sinto seus braços em volta de meu corpo me abraçando, um abraço forte. Não demoro para retribuir, meu rosto na curvatura de seu pescoço, ele leva a mão até minha cabeça, fazendo um carinho em mim.

- Eu sei que você não está bem... - ele falava com uma voz arrasada.

Não consigo segurar as lágrimas e novamente elas rolam pelo meu rosto, caem como uma cachoeira, soluços escapam pelos meus lábios, as lágrimas salgadas descendo pelo meu rosto. Algumas passando direto, outras vindo até minha boca, e assim pude sentir o gosto salgado das mesmas. Outras molhavam o pescoço de Takashi, o qual eu estava escorada. Suas mãos continuavam acariciando meus cabelos, algo que fazia parte de meu coração ficar confortável.

Ficamos ali alguns minutos, ate que eu desmancho o abraço, levo minhas mãos até meu rosto, secando o mesmo.

- Draken me contou o que aconteceu - ele falava me olhando nos olhos, e parecia pensar bem no que falar - Além doque acontecendo com Pah, ele me falou sobre... - ele procurava as palavras certas

- Sobre eu ter perdido o controle, matado novamente, é isso não é? - ele apenas confirma com a cabeça.

- Quer falar sobre isso? - ele disse ainda receoso. Apenas balançei a cabeça em confirmação, peguei sua mão o guiando até meu quarto.

Adentramos o cômodo e me sentei na cama, dei dois tapinhas no lugar ao meu lado e o mesmo se senta ao meu lado. Ele me olhava esperando eu falar, mas eu estava em um caos interno. Ficamos alguns minutos quietos, apenas nos encarando. Ate que consigo forças para falar.

- Eu não consegui me controlar, foi igual as outras vezes, eu apenas senti um impulso. Não tive controle de meu corpo e músculos, quando eu percebi e tive controle eu ja havia quebrado o pescoço daquele garoto. Eu sei que não devia fazer aquilo, mas eu não consegui me segurar - falei a as lágrimas voltaram - Eu não consegui ter controle e novamente tirei uma vida "inocente" - ele ouvia em silêncio. - Eu pensei que voltando para cá, meu passado ficaria pra trás. Mas eu não consigo, aquele maldito instinto, aquele desejo por morte e sangue, me persegue por todos os lugares. E novamente eu perdi o controle, mas o pior é que eu não sinto remorso pelo o que eu fiz. Eu ate me sinto bem em ter feito aquilo. Mas o medo do julgamento está me contaminando por dentro.

- S/n, o que você fez não foi certo, mas você nunca machucou alguém que fazia o certo. Você sempre usou esse seu lado sombrio, com honra, você mesmo me dizia isso lembra? - ele falou chegando mais perto de mim - as pessoas não podem te julgar por isso, mas elas vão, e como sempre você vai ficar bem com isso. Não se lembra, sempre vai ter alguém ao seu lado, e essa pessoa sou eu. "Se o mundo estiver contra você, eu vou estar contra o mundo", você me dizia isso e agora eu te digo o mesmo - ele falava com um sorriso fraco no rosto.

- Obrigado pelo apoio Tsuya, mas eu to cansada, eu não vou mais lutar contra esse meu lado, eu vou deixar ele aqui - falei levando minha mão até o coração - eu vou ser a arma da Toman, voltarei a ser... aquilo que fazia meus inimigos temerem- falava e ele me olhava receoso, e eu entendo afinal nessa época eu matava pessoas em lutas clandestinas. - Mas relaxa eu não vou matar igual antes, apenas quando for necessário. Só não sei se terei controle mas eu vou tentar.

- Se essa é sua decisão então eu respeitarei. E estarei com você! - ele falava sorrindo - agora vem aqui você precisa descansar - ele disse se deitando em minha cama, com os braços abertos. Para que eu me deitasse sobre ele, apenas sorri indo ate ele.

Me deitei sobre seu peito, ele puxou a coberta, a colocando sobre nossos corpos. E então ele leva a mão até meus cabelos, fazendo uma carícia no local.

Com aquele cafune, acabei não contendo, meus olhos ficaram pesados e foram fechando aos poucos, até que eu peguei no sono.

Continua..

Capítulo um pouco curto peço desculpas por isso, mas espero que tenham gostado.
Desculpa os erros de ortográfia, até o próximo.



Nesse mundo é mate ou morra- imagine Tokyo Revengers Onde histórias criam vida. Descubra agora