Lilian é uma jovem destemida e cheia de curiosidade, que um dia enquanto ia para a escola, juntamente com os irmãos Pevensie - Peter, Susan, Edmund e Lucy - ela é enviada para Nárnia e descobre que o reino que uma vez os irmãos libertaram agora está...
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L I L I A N
Estávamos todos na areia perto do lago, o som suave das ondas quebrando na margem preenchendo o ar com uma sensação de tranquilidade. Peter e Susan conversavam animadamente com Trumpkin, o anão que agora parecia muito menos assustador e mais divertido, todos nós rindo dos comentários sarcásticos que ele soltava. Lucy fazia pequenos desenhos na areia com a sua adaga, seus olhos brilhando com a criatividade que parecia se intensificar a cada traço que desenhava.
Enquanto isso, eu estava sentada em um tronco, com o vestido levemente levantado, mirando meu joelho ralado. A dor era leve, mas ainda assim incomodava, e eu me peguei suspirando.
— Está a doer muito? — Edmund se aproximou, sua voz suave e preocupada.
O olhar atento dele me fez sentir uma onda de conforto.
— Um pouco — resmunguei, olhando para ele com um sorriso tímido. — Se não fosse tão trapalhona, não era nada disto.
Edmund ficou em silêncio por um momento, observando meu joelho como se fosse um ferimento mágico que precisava de sua atenção. Ele se agachou ao meu lado, a expressão de preocupação se transformando em algo mais suave.
— Estamos todos um pouco trapalhões às vezes, não é? — ele disse, seu tom de voz tranquilizante. Eu podia sentir a sinceridade nas suas palavras, e isso me fez sorrir.
Ele se virou, e nossos olhares se encontraram, e algo no jeito como ele me olhava fez meu coração acelerar. Os olhos castanhos dele fixaram-se na minha ferida e, por um momento, esqueci a dor e me perdi na profundidade do seu olhar.
— Aquela batalha foi um espetáculo, não foi? — eu concordei com a cabeça e então ele continuou, tentando mudar de assunto, mas sua voz soava suave e carinhosa. — Você foi muito corajosa, Lilian, quer dizer, qualquer pessoa teria chorado depois de cair colina a baixo.
Senti meu rosto aquecer com o elogio. Eu não tinha feito nada tão extraordinário, não como ele, que tinha cavado de fazer uma batalha com o anão, mas ele tinha o talento de me fazer sentir especial mesmo nas menores coisas.
