ABRIGO [(twd)]

ℙ𝕣𝕠𝕝𝕠𝕘𝕠

Impressionante como tudo pode mudar tão rapidamente. Um dia você está morando em um lugar, no outro em um novo.

As pessoas que ficaram por anos a seus lado podem desaparecer em questão de minutos.

O que sempre foi o certo para você pode se tornar errado.

Quem foi bom pode se tornar um assasino.

Quem era um monstro pode salvar a sua vida.

Em um momento você pode ter uma vida e no outro...

Legal como podemos estar fazendo a coisa mais mundana do mundo como um trabalho da escola antes de ter todo o seu mundo destruído.

Me lembro do aconchego e o calor que o macio tapete de minha casa tinha.
Sempre gostei de coisas confortáveis, de ficar esparamado no chão em uma posição estranhamente confortável enquanto fazia a coisa mais aleatoria que viria na minha mente no momento.

O meu redor estava completamente cheio de materias de diversos tipos  tintas, bolas de isopor, papel, muito glitter e tudo mais que se pode imaginar

Meu rosto estava completamente manchado de tintas que minha mãe já havia mandado eu lavar(o que ignorei fortemente.)

O que? Eu tenho prioridades do que lavar um pouco de tinta do rosto. Tinha que terminar de pintar Júpiter antes que o papai chegasse em casa para poder mostrar minha maquete pronta.

Sempre odiei escola com todas as minhas forças. Não que eu fosse completamente burro (só um pouco)

Nunca consegui permanecer muito tempo parado no mesmo lugar, com roupas desconfortáveis, em uma sala branca com apenas um velho falando coisas estranhas que ninguém quer saber.

Sempre imaginei que se um dia fosse parar em um hospício seria exatamente como um dia na escola.

(  meu irmão sempre falou que logo iria ir morar em um se continuasse a comer masinha de modelar.)

A única coisa que salvava a escola para mim seria as aulas de artes, ou qualquer uma que me deixasse criar alguma coisa bem grande e colorida.

Ainda mais se valesse algum prêmio.

As pessoas falam que fazer as coisas apenas para se divertir, se eu vou competir alguma coisa é pra ganhar. Nem que o prêmio seja apenas um Kitkat

Eu já estava terminando de pintar o último planeta e colocava glitter em tudo para ser o trabalho mais brilhante da sala.

Minha mãe estava sentada no sofá cantarolando uma música que eu cantava junto enquanto cortava algumas estrelas para eu colocar na maquete.

Por algum motivo ela nunca confiou em mim para usar as tesouras sozinho no meu trabalho mesmo eu tendo quase 13 anos.

Na TV em minha frente passava o canal de notícias que eu não dava muita importância apenas vi o presidente falando de uma tal de gripezinha que estava surgindo no país.