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Todo aquele esforço seria inútil se P

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Todo aquele esforço seria inútil se P.J. não ficasse sabendo o que ele cumpriu com a ordem. Isso foi o que Kurt disse a si mesmo quando resgatou seu Camaro desfigurado e dirigiu para o hotel do cassino, mesmo que cada célula de seu corpo rejeitasse a ideia.

Entrando pelo hall de elevadores, ele recebeu de novo aqueles olhares atravessados dos diferentes grupos formados por homens vestidos de preto, mas não olhou em particular para nenhum. Esperava que sua atitude de voltar com as próprias pernas entregasse o recado por si só.

De volta ao andar que se lembrava, ele parou na frente do quarto. Seu quarto, eles disseram. Ao menos ali, ele tinha esperança de encontrar um pouco de privacidade. A fechadura, que antes só abria com um cartão magnético, havia sido trocada por um leitor de digital, que agora reconhecia e aceitava sua identidade.

A trava da suíte abriu. A pequena tela de led da fechadura eletrônica piscou com uma mensagem iluminada em verde: Bem-vindo. Kurt olhou diretamente para a câmera que filmava o corredor, esperando que estivesse gravando, e depois entrou.

Lá dentro, descobriu que não estava sozinho.

O que encontrou foi Monaco, jogado no sofá, braços abertos e pernas largadas, ocupando mais espaço do que o necessário para uma única pessoa. Usava óculos 3D enquanto assistia um filme barulhento de ação no projetor que transformava a parede da sala numa tela de cinema. Ele parou no meio da ação de comer pipoca de um balde extravagante tamanho família quando viu Kurt chegar. Então abriu um sorriso traiçoeiro de orelha a orelha e subiu os óculos para descansarem sobre a cabeça.

— E aí está ele! Hum... meio decepcionante. Esperava ver um pouco mais de sangue. Mas só pela sua cara já dá pra ver que foi incrível ter deixado o Mackenzie puto. — Monaco se levantou, derrubando um monte de pipoca no processo, e deixou o filme rolar. — Como se sente? Precisa de um abraço, irmão?

Kurt respondeu com uma cotovelada quando ele chegou perto demais.

— Eu não quero nada seu, irmão. O que tá fazendo aqui?

— Qual é, cara. É uma recepção! Não vê isso que tá rolando aqui? — Monaco gesticulou entre eles. — A gente se entende melhor do que ninguém. Eu sei o que é estar do lado de lá; você também. Conheço o que é estar do lado de cá; e agora você também. As mordomias de P.J. são boas, mas faltam um pouco de intimidade. Já o tratamento de Mac... nós dois sabemos. Vai levar um tempo para você se acostumar com a falta de calor aqui. Mas até lá, se precisar de uma mão amiga...

Kurt torceu a mão de Monaco que tentou apalpar a frente de sua calça. Monaco protestou com uma exclamação de dor, mas Kurt ainda não largou seu punho, mantendo o ângulo torcido.

— Foi uma brincadeira, cara! — Monaco choramingou. — Pensei que poderíamos nos dar melhor, não?!

— Eu não sou a porra do seu irmão. Muito menos parecido com você. — A voz de Kurt saiu baixa e controlada, por mais que quisesse gritar na cara dele. — Se bem me lembro, eu saí porque pedi por isso. Já você foi chutado porque fracassou em se camuflar e foi descoberto. Nós não somos iguais.

Colisão [2ª edição 2024]Onde histórias criam vida. Descubra agora