Ataque no Pomar

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Três dias depois de Mateo pagar a sua dívida, ele estava andando em caminho que cercava um pomar, ele estava acompanhado de seu irmão mais novo.
- Irmão, você acha que um dia eu conseguirei ser um toureiro melhor do que você? - Odysseias perguntou para Mateo, carregando uma cesta de maçãs, acompanhando o seu irmão com curtos passos.
- Existem muitos toureiros melhores do que eu - Mateo disse, arrancando uma maçã de uma das macieiras e colocando na cesta de Odysseias. - Eu venci apenas um touro e precisei de muita sorte na batalha.
- É mentira! Você não venceu APENAS um touro! Você venceu o touro mais forte de todos! - Odysseias disse pulando de empolgação. - Eu queria muito ter estado lá em Hardema naquele dia, por que você não me avisou que lutaria contra um touro?
- Não seja bobo, pequeno. Eu nem tinha certeza se conseguiria voltar pra casa com vida - Mateo explicou. - Além disso, a batalha não foi tão impressionante. Eu apenas enchi o coliseu de poeira pra cegar o touro e confundir a visão dele, depois o acertei com um único golpe. Foi realmente muita sorte. Que bom que...
Antes que Mateo conseguisse terminar de falar, uma lança pegando fogo atingiu a terra há dois passos na frente de Mateo e Odysseias.
- Dessa vez, você não terá a mesma sorte! - uma voz grossa surgiu de cima das árvores, e Odysseias se escondeu atrás de Mateo.
- Quem é você? O que quer da gente? - Mateo perguntou em voz alta. - Seu idiota! Você poderia ter acertado o meu irmãozinho!
- Como você é mau educado Mofya! - uma voz surgiu nos arbustos do outro lado, Mateo virou a cabeça para o outro lado, mas não viu pessoa alguma. - Não costumamos atacar antes de nos apresentar ao inimigo.
- Saiam de onde estão, covardes! - Mateo exclamou, se colocando em posição de defesa, atento a qualquer sinal de movimento.
De repente, uma caveira humana saiu rolando do meio da mata e parou três passos longe do caminho de terra do pomar, em seguida, uma estranha criatura saiu do mesmo local e pisou na caveira, partindo a caveira em inúmeros pedacinhos.
- É isso que eu costumo fazer com a cabeça de toureiros - disse o dono da voz grossa que falou de cima das árvores, o mesmo que pisou na caveira. 
Em seguida, o dono da voz nos arbustos do outro lado se revelou também.
- O que vocês querem de mim? Eu não fiz nada de ruim pra vocês! - Mateo perguntou, um pouco assustado.
Do nada, um homem caiu semi ajoelhado na frente de Mateo.
- Corra, Mateo! Deixe o seu irmão a salvo! - o homem semi ajoelhado disse para Mateo. - Eu cuido desses monstros!
- Vamos, pequeno! - Mateo disse para Odysseias e ambos seguiram no seu caminho que dava de volta para casa.
- Eu não tenho dúvidas de que o Único Homem daria conta de vocês dois - o homem semi ajoelhado disse e levantou. - Mas é golpe baixo vocês atacarem ele justo no momento em que ele está passeando com o irmão mais novo.
- Veja, Mofya! Até aqui o corajoso Baltazar se intromete. Eu disse corajoso, mas na verdade... Esse cara não é nada além de um traidor - disse o homem japonês para o homem com caveira no lugar da cabeça - Eu espero do fundo do meu coração que esse desgraçado saia da frente. Porque se ele não sair da frente, vamos matar ele.
- Primeiramente, o meu nome verdadeiro é Bao Bao. Em segundo lugar, eu não tenho medo de vermes como vocês! - Bao Bao ( Baltazar ) disse, agora que não estava mais semi ajoelhado. - Não vou deixar que toquem no Único Homem ou no irmão dele.
- Péssima escolha! - Mofya disse, em seguida, ele e o homem japonês avançaram correndo na direção de Bao Bao.
Mofya ainda correndo, pegou a lança em chamas que estava cravada na terra e tentou atacar Bao Bao, mas o corajoso herói bloqueou o ataque com um de seus braceletes.
     Bao Bao estava vestido com uma veste branca e um colete de couro por cima da veste. Na região dos antebraços estava usando braceletes de couro. Em cada um dos dois braceletes estava estampada a silhueta de um touro, a silhueta estampada estava em prata e simbolizava um touro pulando. Foi o bracelete do braço direito que o corajoso herói usou para bloquear o ataque de Mofya.
     Após Bao Bao bloquear o ataque de Mofya, o homem japonês deu a volta e pulou atrás do corajoso herói disparando flechas contra as costas do mesmo. Mesmo bloqueando o ataque de Mofya, Bao Bao ainda usou o bracelete da outra mão para recochetear as quatro flechas do homem japonês. Ao cair no chão, no término do pulo, o homem japonês continuou disparando flechas em seu inimigo, até que Mofya chamou o seu nome.
- Seppuku! - Seppuku, que era o homem japonês, ficou alerta com o chamado de Mofya. - Vá atrás do Mateo, eu consigo cuidar do Baltazar sozinho.
Mofya tentou atacar Bao Bao com sua lança mais uma vez, mas dessa vez o corajoso defensor de Mateo desarmou Mofya. Após pegar a lança de Mofya, Bao Bao girou a lança em um mesmo eixo e de frente para o dono da lança. Bao Bao girou seis vezes a lança e atacou o pulso de Mofya, assim a mão de Mofya caiu na grama. Esses movimentos de Bao Bao estão parecendo lentos na narrativa dessa história, mas foram movimentos muito rápidos! Mofya nem mesmo teve tempo de pensar em como se defender.
- AAAAAAH! ESSE BASTARDO CORTOU A MINHA MÃO! - Mofya gritou, inclinando-se e tocando o seu antebraço ferido com a única mão que lhe restava.
Bao Bao virou levemente a cabeça para trás e provocou Seppuku com sua próxima fala.
- Você tem certeza que quer correr atrás de Mateo e deixar o seu amigo sozinho comigo? - Bao Bao provocou com sarcasmo. - Vai ser muito difícil para ele lutar só com uma mão.
- SEU VERME! - Seppuku gritou e lançou um chute na direção de Bao Bao.
Seppuku lançou um chute na direção de Bao Bao, mas o defensor de Mateo desapareceu magicamente e apareceu atrás de Seppuku. Seppuku percebeu e suou de medo. Ao se virar de frente para Bao Bao, Seppuku se preparou para ser derrotado em sua fracassada tentativa de acertar um chute em seu inimigo.
- Agora vem o meu ataque final - Bao Bao disse com voz alta e fazendo uma posição para acertar um soco em Seppuku. - DESCARGA DE PEDRA!
O punho de Bao Bao chegou perto do rosto de Seppuku, ficou alguns centímetros perto do mesmo. Mais alguns centímetros e Seppuku teria sido ferido por um golpe fatal, mas Bao Bao ficou paralisado misteriosamente.
- Essa foi por pouco! - Mofya disse. - Se não fosse pela minha estratégia rápida, você estaria morto, meu amigo.
- Do que você está falando, Mofya? - Seppuku perguntou, com uma expressão de desconfiança no rosto. - Por que Baltazar não se mexe?
- Após Baltazar cortar minha mão e virar a cabeça para te desafiar, sem que ele percebesse, eu cravei uma mini flecha na sua perna. Essa mini flecha paralisa o oponente durante uma rodada de ataque. - Mofya respondeu. - Parece que o resultado dessa batalha está decidido. Você quer matar esse traidor? Lembre-se, tem que ser um ataque fatal.
- Tudo bem - Seppuku sacou a espada que guardava em uma bainha nas costas da sua armadura, em seguida ficou em posição de ataque. - Eu nem acredito que vai ser tão fácil! Vou cortar as pernas dele, assim será impossível ele defender Mateo.
De repente, o punho de Bao Bao começou a tremer e a brilhar na cor prata.
- O QUE É ISSO, MOFYA?! - Seppuku perguntou assustado. - Mesmo Baltazar estando paralisado, o punho dele está tremendo e brilhando!
- Não é possível! Como?! - Mofya exclamou impressionado sem entender aquela situação. - Corre, Seppuku!
Mofya pegou o braço de Seppuku e ambos correram ao sul da direção que estava o punho de Bao Bao, ambos se abaixaram atrás de uma planta grande e viram o que estava para acontecer.
O punho de Bao Bao tremeu e brilhou tanto que disparou uma corrente de energia que partiu as árvores que haviam naquela direção e também deformou a grama, fazendo com que uma terra molhada e cheia de lama surgisse no chão que antes era verde e bonito. Logo em seguida, Bao Bao recuperou os seus movimentos.
Bao Bao se virou para o sul e olhou para a planta onde Mofya e Seppuku estavam escondidos.
- Mesmo paralisado, eu consegui ouvir sobre a sua estratégia, Mofya. Mesmo que o meu corpo fique em paralisia, os meus poderes ainda continuam em atividade - Bao Bao disse enquanto se alongava para iniciar mais um ataque. - Então quando você me paralisou com a sua mini flecha, o meu poder estava pronto para sair, mas teve um bloqueio por causa do efeito paralisante. Esse efeito paralisante fez com que o meu poder explodisse de dentro para fora, na tentativa de se libertar do bloqueio. Se vocês tivessem demorado mais um pouco para correrem na região sul, vocês teriam se transformado em pó da terra.
     Em movimentos lentos, Mofya e Seppuku saíram de trás da planta e se colocaram de frente para Bao Bao.
     Sem aviso prévio, Seppuku avançou na direção de Bao Bao e feriu o bíceps do defensor de Mateo. A lâmina da espada de Seppuku abriu um ferimento profundo no bíceps direito de Bao Bao, a espada ficou grudada na carne do bíceps.
     - Gostou disso, desgraçado? - Seppuku perguntou com expressão de raiva no rosto, enquanto Bao Bao não expressava dor alguma.
     Seppuku tentou arrancar a espada de dentro da carne de Bao Bao e acabou partindo a lâmina. Seppuku ficou com a parte maior da lâmina e a parte menor ficou colada na carne de Bao Bao.
     Bao Bao fez força em seu bíceps e assim a carne se regenerou e fechou o espaço no ferimento, mas ao fechar o ferimento, as células do bíceps acabaram lançando a lâmina na direção da testa de Seppuku. Com um movimento muito rápido, Seppuku se desviou da lâmina e a lâmina acertou a testa de Mofya, mas como a cabeça de Mofya é apenas um crânio sem vida, a lâmina bateu em sua testa e caiu na grama.
     - Que tipo de demônio você é? - Seppuku perguntou assustado para Bao Bao.
     Bao Bao abriu a boca para responder a pergunta de Seppuku, mas Mofya pulou entre os dois e em seguida tentou dar três socos e dois chutes em Bao Bao. Bao Bao rapidamente colocou as mãos atrás das costas e se desviou facilmente dos três socos e dois chutes de Mofya.
     - Para. Assim você vai ficar cansado - Bao Bao disse e ofereceu um cantil de couro para Mofya. - Toma, bebe um pouco de água.
     - Eu sou uma caveira, seu imbecil! - Mofya deu um tapa na mão de Bao Bao, fazendo o cantil cair na lama.
     Em uma tentativa desesperada de acertar um ataque em Bao Bao, Mofya escalou uma árvore em velocidade máxima e se jogou do último galho.
     - Você vai perder outra mão! - Bao Bao falou com deboche quando viu Mofya caindo do último galho para lhe atacar.
     Quando Mofya ficou alguns centímetros perto da cabeça de Bao Bao, fez uma posição de chute com a perna direita.
     - Olha como eu desvio fácil! - Bao Bao se desviou do chute e acertou um soco nos testículos de Mofya. - DESCARGA DE PEDRA!
     Naquele momento, o corpo de Mofya voou para alto envolvido por uma chama azul e o impacto do golpe fez até com que as últimas árvores restantes do pomar perdessem suas folhas, até mesmo a armadura de Seppuku se despedaçou.
     - Eu não sei se o seu amigo foi parar na lua ou se caiu no rio - Bao Bao disse para Seppuku. - Mas a única coisa que eu sei é que você também vai ser lançado para longe se não sair da minha frente.
     - Golpeou ele nos testículos?! - Seppuku perguntou com expressão de raiva no rosto. - Você é ridículo, Baltazar! Não importa se você é humano ou se é um demônio, eu vou te matar agora!
     Seppuku jogou a sua espada quebrada ao chão e se manteve em posição de ataque.
     Em um movimento muito calculado e preciso, Seppuku pegou um pergaminho do seu cinto e desenrolou-o por completo com apenas um movimento de mão.
     - PRISÃO DE QUATRO PONTAS! - Seppuku exclamou ainda com o pergaminho balançando em sua mão, deste modo saíram duas estrelas ninja de dentro do pergaminho. As estrelas giraram na direção de Bao Bao. No meio do caminho, as estrelas ninja cresceram de tamanho e fecharam-se em volta de Bao Bao. O defensor de Mateo ficou completamente envolvido pelas estrelas ninja, que formaram um campo de força em seu redor. - A prisão de quatro pontas vai diminuir de tamanho até te esmagar por completo! Eu venci!
     Seppuku sorriu e pensou que havia vencido a luta, mas uma grande explosão aconteceu de dentro da prisão de quatro estrelas. Bao Bao estava livre novamente.
     - A minha descarga de pedra consegue partir qualquer barreira de força, não importando qual seja o material da barreira - Bao Bao comentou. - Desiste?
- QUAL É O SEU PROBLEMA, MISERÁVEL?! - Seppuku gritou. - POR QUE VOCÊ NÃO MORRE?!
     Em seguida, Seppuku gritou com ódio e seu corpo foi coberto por uma chama vermelha, o mesmo corpo que já estava fraco e desprovido de armadura.
     " Aquela chama! Aquela é a manifestação de todo o seu poder! Isso é suicídio! Se ele me atacar em seu nível máximo, ele tem mais chances de morrer do que eu. " Bao Bao pensou.
     - Pare, Seppuku! - Bao Bao avisou. - Se você me atacar com a chama ativa, você vai morrer ou ficar gravemente ferido!
     - Viu como eu sou poderoso quando ativo a chama vermelha?! - Seppuku perguntou sorrindo. - O que foi Baltazar? Você está com medo agora?
     " Idiota! Ele vai se matar desse jeito! " Bao Bao pensou.
     Seppuku voou na direção de Bao Bao mantendo uma posição de soco com a mão direita. Bao Bao se preparou para ativar a descarga de pedra contra Seppuku.
     Quando os punhos de Seppuku e Bao Bao se encontraram, uma grande explosão de energia aconteceu. Quando a poeira caiu e o ar ficou limpo, Bao Bao conseguiu enxergar Seppuku.
     Seppuku estava deitado no chão, gravemente ferido e sangrando muito.
     - Eu sinto muito, Seppuku - Bao Bao disse, olhando para o corpo esgotado de Seppuku. - Eu não queria te deixar nesse estado, mas você não me deu escolha.
     - Você é um traidor, Baltazar! Você traiu a todos! Traiu o seu pai, traiu a sua mãe - Seppuku disse com bastante dificuldade. - Me traiu e... Arruinou a vida da Sarah.
     - O QUE VOCÊ SABE SOBRE A SARAH?! - Bao Bao gritou. - VOCÊ NÃO SABE DE NADA!
     - Se você não tivesse abandonado a liga, a Sarah estaria viva! - Seppuku disse, gemendo de dor. - Você matou a Sarah, seu traidor!
     Bao Bao ouviu aquelas palavras e olhou para os olhos de Seppuku, em seguida uma lembrança surgiu em sua mente. Era uma lembrança que o torturava todos os dias, pois ele não podia voltar no tempo e reviver aquele momento.

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