Meu Nome é Bao Bao

0 0 0
                                    

     - O meu nome é Bao Bao. Eu tenho vinte e cinco anos. Desde quando eu me lembro, eu fui criado pelo dono de uma organização chamada Kendra. A organização Kendra é um grupo de assassinos que tem como principal objetivo... Matar toureiros. Os Kendrianos matam toureiros porque acreditam que touros não foram criados para servirem de entretenimento aos seres humanos. Eu também era um assassino como os Kendrianos, até que um dia eu abandonei a organização porque Deus falou comigo dentro de um sonho e me disse que os Kendrianos nunca foram o meu povo. Deus me disse que eu sou filho do falecido Simas, que era o melhor toureiro do mundo! E também sou irmão de Mateo, que vai ser o único homem que vai conseguir derrotar um famoso touro conhecido como Chifres de Pedra! Depois que eu descobri a verdade, eu saí do reino de Kendra para encontrar o meu irmão. Bom, por causa da minha traição para com a organização, o rei de Kendra anunciou uma recompensa pela minha cabeça. Nesse exato momento que eu estou te falando isso, os capitães das nove divisões de Kendra devem estar reunidos na sala do meu pai adotivo, devem estar conversando com ele sobre como vão me matar. - Bao Bao disse.
     Bao Bao ergueu a sua cabeça e percebeu que o homem que o acompanhava na carroagem estava dormindo.
     - Qual é cara?! - Bao Bao perguntou descontente. - Você escutou alguma coisa do que eu disse? Eu estava te contando a minha história!
     - Ah! Ah! Perdão, Sr. Kendra! - o homem disse assustado por ter sido acordado tão repentinamente - Eu tenho feito muitas viagens ultimamente, estou com muito sono.
     - Sem problema, pelo menos não é você que está dirigindo a carroagem. - Bao Bao disse em tom de piada e o homem riu.
     - Sr. Kendra! Já chegamos ao seu destino! - disse em voz alta o homem que estava dirigindo a carroagem.
     A carroagem parou, Bao Bao saiu de dentro da carroagem e se deparou com um deserto.
     - Aqui é a fronteira de Kendra. - disse o homem que antes dirigia a carroagem.
     - Eu espero que fique bem, Sr. Kendra. - disse o homem que antes dormiu ouvindo a história de Bao Bao.
     - Claro que vou ficar bem! Eu tenho água, comida e um cavalo! - Bao Bao disse sorrindo gentilmente. - Muito obrigado por terem me protegido no caminho até aqui. Daqui em diante, eu vou seguir sozinho.
     Assim, Bao Bao começou a explorar o deserto, ele fez isso montado em seu cavalo.
     Bao Bao explorou o deserto o dia todo e não conseguiu encontrar a saída daquele " labirinto de areia ". O sol já havia ido embora e tinha dado espaço para a lua iluminar a areia do deserto. Bao Bao estava montado em seu cavalo. Ele estava carregando um jarro de vinho em sua mão direita e um mapa na mão esquerda. Embora ele estivesse bebendo vinho, ele não estava bêbado.
- Ah, nossa! Eu não consigo encontrar a saída do deserto, meu companheiro! O que tem de errado nesse mapa?! - Bao Bao disse para o cavalo enquanto ele virava o mapa em todas as posições possíveis. - Você sabia? Estamos no deserto de Saek! É bonito, não é. Tem bastante... Ah... Areia.
     O cavalo produziu um som de sopro com próprias as narinas, sem parar de andar.
     - Quem eu quero enganar? Eu estou perdido! Esse deserto parece não ter fim! - Bao Bao disse, se jogando do cavalo e depois caindo de costas na areia. - Eu queria passar mais tempo com o meu irmão que eu nunca conheci, mas parece que eu nem vou conseguir chegar até ele.
     O cavalo soprou com as narinas novamente.
     - Boa noite, Imperador. - Bao Bao disse para o cavalo e fechou os olhos.
     Enquanto Bao Bao dormia profundamente como um bebê, todos os capitães da organização Kendra estavam acordados.
     O cenário era esse, uma mesa longa, haviam cinco cadeiras posicionadas em cada uma das duas partes laterais da mesa, formando dez cadeiras ao todo. A mesa era de madeira marrom, mas estava coberta por uma toalha de mesa branca. Em cada cadeira estava sentada uma pessoa diferente, havia apenas uma cadeira desocupada.
     Como em um jogo de cartas, cada carta tem o seu número e o seu naipe, as pessoas que estavam sentadas naquelas cadeiras não eram muito diferentes de cartas em um baralho.
     Aquela sala era toda escura, as únicas coisas que iluminavam o local eram a toalha da mesa e as roupas das pessoas, o resto da sala estava coberta por escuridão. Do fundo daquela escuridão, um homem surgiu em uma das pontas da mesa. O homem era alto e forte, ele também tinha cabelo curto e preto. O homem tinha cinquenta e quatro anos, mas tinha um rosto que transbordava juventude. O homem tinha olhos castanhos e uma barba estilo lenhador. O homem usava uma armadura dourada que deixava o seu peitoral muito grande por causa que a armadura tinha uma couraça bem grossa.   Na couraça, estava estampado em vermelho o formato de um triângulo na cor vermelha, aquela estampa poderia significar muitas coisas, mas certamente poderia ser uma arma escondida na armadura do homem.
     - Sejam bem vindos! O meu nome é Dimitri, mas podem me chamar de Dimu - o homem se apresentou. - Eu nem sei por qual motivo eu estou me apresentando se eu vejo vocês todos os dias.
     Todas as pessoas das cadeiras deram risada do comentário de Dimu.
     - O chefe sempre muito bem humorado. - alguém das cadeiras disse.
     - Como já sabem, eu reuni os líderes de cada divisão da liga Kendra, ou seja, vocês - Dimu disse. - Eu reuni todos nessa sala para anunciar uma missão especial.
     - Ele quer que a gente mate o filho dele. - um homem das cadeiras disse. Esse homem era uma criatura bem forte, ele era negro e estava vestindo apenas uma calça feita de pele de urso e uma pele de ovelha que cobria suas costas e seus ombros. O homem não tinha uma cabeça humana e sim uma caveira desprovida de pele, a caveira era desprovida de órgãos como olhos e qualquer coisa que preencha as órbitas de uma caveira humana. Ele era o capitão da divisão sete.
    

Chifres de PEDRAOnde histórias criam vida. Descubra agora