Na manhã seguinte assim que cheguei na minha sala encontrei um buquê de rosas amarelas e um cartão.
" Aguardando a tua companhia para o café."
RicardoDeixei as flores em cima da mesa e fui até à sala dele.
- O Vítor ainda não chegou, podemos ir beber o café e obrigada pelas rosas. São lindas.
Descemos num dos elevadores e fomos até à cafetaria.
- Não podes trabalhar continuamente. Toda a gente faz um intervalo para café, porque tu não podes?
- Mas eu posso e faço. Ontem eu queria mesmo terminar o trabalho.
Enquanto isso Vítor chegava à sua sala. Espreitou e não viu Juliette mas viu as flores sobre a mesa juntamente como cartão.
Pegou no buquê e foi até Alice.
- Alice dá um sumiço nesta coisa. Todos sabem que eu tenho alergia ao pólen.
- Isso não é de Juliette?
- Que seja. Que fiquem longe de mim.
- Desde quando desenvolveu essa alergia? Eu não sabia.
- A Juliette ainda não chegou?
- Chegou e foi tomar café com o Ricardo.
Vítor virou costas e saiu a bufar.
Juliette regressava do café e ficou encantada porque Alice também recebera flores.
- Hoje está tudo muito simpático. Quem te enviou flores, Alice?
- Não são minhas. O Vítor trouxe e disse que eu as fizesse desaparecer porque era alérgico.
Alérgico, o Vítor? - gritou Ricardo. - o ano passado vivia a oferecer flores à estagiária do Artur. Desistiu quando um dia a viu com o que era o seu marido. Ninguém sabia que ela era casada ou melhor, tinha um companheiro.
Juliette ficou furiosa. Pegou nas flores e dirigiu-se à sua sala.
- Bom dia Vítor. Qual a razão de deitar fora as minhas flores?
- Foi só porque sou alergico.
- Tem a certeza? Não me parece e no passado o Vítor e as flores eram bem íntimos.
- Quem falou essa barbaridade?
- .Não interessa. As flores foram-me ofertadas e só eu decido o destino delas.
- Porque chegaste tarde? Algum problema?
- Não mude de assunto. Não cheguei tarde, só fui tomar café com o Ricardo.
- Essa história de novo?
- O Vítor está descontente com o meu trabalho?
- Eu não. Porque estaria?
- Então fiquemos combinados. Da minha vida privada cuido eu e apenas eu.
- Não tinha intenção de ofender. Desculpa.
- Não ofendeu. Eu nunca dei a entender que a nossa relação poderia ser algo mais que trabalho. Nem a si nem ao Ricardo. O facto de ir ou não tomar café com um homem não faz de mim nada mais do que sou. E para que conste, já disse ao Ricardo e digo a si. Estou numa relação, muito feliz e não pretendo mudar.
Juliette sentiu-se muito atriz, mas era necessário dar um basta nestas duas cabeças ocas e acabar com qualquer ideia.
Sentou-se à secretária e começou a trabalhar terminando assim aquele assunto.
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Coração Malvado
FanfictionNão te feches ao amor. Não resistas. Deixa que a natureza haja no tempo certo.