Capítulo VII

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Na manhã seguinte assim que cheguei na minha sala encontrei um buquê de rosas amarelas e um cartão.

" Aguardando a tua companhia para o café."
Ricardo

Deixei as flores em cima da mesa e fui até à sala dele.

- O Vítor ainda não chegou, podemos ir beber o café e obrigada pelas rosas.  São lindas.

Descemos num dos elevadores e fomos até à cafetaria.

- Não podes trabalhar continuamente.   Toda a gente faz um intervalo para café, porque tu não podes?

- Mas eu posso e faço.  Ontem eu queria mesmo terminar o trabalho.

Enquanto isso Vítor chegava à sua sala.  Espreitou e não viu Juliette  mas viu as flores sobre a mesa juntamente como cartão.

Pegou no buquê e foi até Alice.

- Alice dá um sumiço nesta coisa.  Todos sabem que eu tenho alergia ao pólen.

- Isso não é de Juliette?

- Que seja.  Que fiquem longe de mim.

- Desde quando desenvolveu essa alergia?  Eu não sabia.

- A Juliette ainda não chegou?

- Chegou e foi tomar café com o Ricardo.

Vítor virou costas e saiu a bufar.

Juliette regressava do café e ficou encantada porque Alice também recebera flores.

- Hoje está tudo muito simpático.  Quem te enviou flores, Alice?

- Não são minhas.   O Vítor trouxe e disse que eu as fizesse desaparecer porque era alérgico.

Alérgico, o Vítor?  - gritou Ricardo.  - o ano passado vivia a oferecer flores à estagiária do Artur.  Desistiu quando um dia a viu com o que era o seu marido.  Ninguém sabia que ela era casada ou melhor, tinha um companheiro.

Juliette ficou furiosa.  Pegou nas flores e dirigiu-se à sua sala.

- Bom dia Vítor.  Qual a razão de deitar fora as minhas flores?

- Foi só porque sou alergico.

- Tem a certeza?  Não me parece e no passado o Vítor e as flores eram bem íntimos.

- Quem falou essa barbaridade?

- .Não interessa.  As flores foram-me ofertadas e só eu decido o destino delas.

- Porque chegaste tarde?  Algum problema?

- Não mude de assunto.  Não cheguei tarde, só fui tomar café com o Ricardo.

- Essa história de novo?

- O Vítor está descontente com o meu trabalho?

- Eu não.   Porque estaria?

- Então fiquemos combinados.  Da minha vida privada cuido eu e apenas eu.

- Não tinha intenção de ofender.  Desculpa.

-  Não ofendeu.  Eu nunca dei a entender que a nossa relação poderia ser algo mais que trabalho.   Nem a si nem ao Ricardo.   O facto de ir ou não tomar café com um homem não faz de mim nada mais do que sou.  E para que conste, já disse ao Ricardo e digo a si.  Estou numa relação,  muito feliz e não pretendo mudar.

Juliette sentiu-se muito atriz, mas era necessário dar um basta nestas duas cabeças ocas e acabar com qualquer ideia.
Sentou-se à secretária e começou a trabalhar terminando assim aquele assunto.

Coração MalvadoOnde histórias criam vida. Descubra agora