Capítulo XVIII

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Segunda feira de manhã,  9 horas.

Rodolffo ofereceu carona a Juliette e esta não aceitou.   Foi apanhar o autocarro como fazia todos os dias.

Rodolffo pensava que ela estava mais maleável depois de sábado após o almoço terem ido os três até à praia embora não mantivessem um diálogo normal.

Entrou na sua sala e sobre a secretária estava um enorme caixa de bombons adornada por um laçarote vermelho.  No cartão apenas um "para o último gostoso que conheci".

Saiu com a caixa na mão e foi perguntar à Alice se sabia quem tinha deixado aquele presente.

- Não faço ideia.  Chegou um entregador com isso para si e um buquê de 50 rosas vermelhas para Juliette.

- 50?

- Sim.  50.

Rodolffo foi ter com ela e comedido como ele é foi logo perguntar:

- Quem te mandou rosas? - Rodolffo reparou nas flores em cima da secretária.

- Porquê a pergunta?  Acaso isso lhe diz respeito?

- Não é isso.  Desculpa, é que chegou isto para mim e foi entregue junto.

- Não sei.  O cartão não está assinado.

- Pode ter sido o Vítor ou o Ricardo?

- Não.   Esses já pararam com isso há muito tempo.

O telefone de Juliette apitou.  Chegou uma mensagem.

Gostaste das rosas?  E o chefinho já comeu alguns bombons para ficar mais docinho?  Esse eu pegava no escurinho do cinema.  Beijo.  André.

Juliette esboçou um largo sorriso e desligou o telefone.

- O que te faz sorrir?

- Gente brincalhona.

- Juliette,  vem comigo para um lugar qualquer só para conversar.

- Estamos em horário de expediente.   Não é muito profissional.

- Eu sei.  Então no final da tarde. Deixa eu ir buscar-te à faculdade e vamos esclarecer tudo e terminar com este clima.

- Vou pensar.   Quando sair eu dou-lhe uma resposta.

- Está bem.  Vou tentar saber quem mandou isto.  Posso deixar para ti?

- Não.   Aproveite e ofereça à avó.  Ela adora chocolates e eu nem sou tão fã desses, mas obrigada.

- Espero a tua resposta.  Até já.

- Bom trabalho.

Depois dele sair Juliette ligou para Andre e chamou-lhe doido.

- És maluco.  O homem é hetero, penso eu.

- Não faz mal Juliette.   Eu nem sou ciumento.   Sabes se ele gostou?

- Ficou intrigado.  Quis dar-mos, mas nem são os que eu gosto.  Vai levar para a avó.

- E gostas de quais?

- Dos que têm licor.

- Amanhã mando bombons para ti e rosas para ele.  Quantos anos ele tem?

- 26 acho eu.

- Então mando 26 rosas com um lindo cartão.

- E porquê 50 para mim?

- Para ser impactante.

- Não brinques.  Pode dar ruim.

- Porquê?  É só brincadeira.  Eu estou muito bem acompanhado graças a Deus.
E eu reparei que ele só tem olhos para ti.  Vou cutucar a onça com vara curta.

- André, André!!! Não me arranjes mais problemas do que os que já tenho.  Deixa-me ir trabalhar.   Juízo senhor André.

A manhã passou a correr.  Juliette foi dar a resposta a Rodolffo e combinaram que ele iria buscá-lá às 18 horas, no final das aulas.

Coração MalvadoOnde histórias criam vida. Descubra agora