Capítulo XXV

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Passámos uma manhã maravilhosa e eu sentia-me feliz por poder proporcionar a uma senhora de oitenta anos todas estas coisas.

Ela olhava para mim e sorria a cada  miminho.  Quis mudar a cor do cabelo e no final rejuvenesceu alguns anos.

Apesar da idade, Dona Rosa era bem activa e o que a fazia esmorecer era a solidão.   Claro que tinha as suas mazelas e vivia com medicação,  mas nada grave.

Eu fiz massagem, manicure e escovei o cabelo e quando terminámos sentámos na pastelaria ao lado, pedimos um chá e esperámos que Rodolffo ligasse.

Este chegou pouco depois e elogiou bastante o novo visual da avó. 
Levou-nos para um restaurante à beira mar.  Apesar de o dia estar fresco, o sol raiava e o local era agradável.

- Rodolffo eu convidei a avó para morar comigo.

Ele olhou para mim primeiro e depois para a avó encolhendo os ombros como quem pergunta, porquê.

- Meu neto eu não sei o que fazer.  Por um lado eu gosto dela e não quero ficar sózinha,  por outro como ficas tu?

- Pois é.  Parece que eu perdi uma avó, mas tudo tem solução. - Rodolffo segurou na mão de Juliette beijando-a.
Eu espero que a minha namorada me convide também para morar com ela.

- Namorada?  Isso é verdade? - ela olhava para Juliette à espera de confirmação.

- Sim avó.  Somos namorados e a senhora é a primeira a saber. - os dois levantaram-se e foram abraçá-la em conjunto.

- Com lágrimas nos olhos ela olhou para o alto, juntou as mãos e agradeceu a Deus.

- Se morrer hoje, morro feliz.  Os dois são as únicas pessoas que tenho neste mundo e saber que estão juntos é muita felicidade.

- Qual morrer?  E depois quem me ajuda com o tanto de moleques que vão correr por aquela casa?  Eu conto com a senhora.  Não me desiluda.

Rodolffo olhava para mim com os olhos curiosos.

- Moleques?  Quantos teremos?  Eu quero uns cinco.

- Calma que o corpo é meu.

Os três riamos felizes.  Não fazia sentido eu separar-me da pessoa que me tinha dado tanto nos últimos tempos.

- Como da primeira vez não fiz correcto vou perguntar outra vez.
Juliette queres namorar comigo?

Ela olhou para mim com o sorriso mais lindo do planeta e respondeu um quero firme.

Retirei do bolso duas alianças de compromisso que tinha encomendado há dias e coloquei ums no dedo dela deixando ela colocar a outra em mim.

- Pronto.  Agora, oficialmente namorados, já podemos contar para todo o mundo.

Rosa segurou a mão dos dois e falou.

- Faz anos que eu não me sentia tão feliz.  Espero do fundo do coração que os dois sigam juntos nesta vida, casem, tenham filhos e que sejam muito felizes.  Amem-se e respeitem-se e tudo o resto virá com a graça de Deus.

Almoçaram, mas era hora de Rodolffo voltar para a sua reunião da tarde.

- Amor deixa-nos no shopping que depois eu peço um carro.  Agora é tarde de compras.

Já era tarde quando finalmente regressaram a casa. Rosa pediu para Juliette dormir lá e ela concordou até porque estava muito cansada

Juliette ligou para Rodolffo e pediu que ele trouxesse jantar do restaurante quando voltasse.

- Sobremesa queres?

- Não.   Tem cá sobremesa à tua espera.

- E o safado sou eu.

- Volta rápido.  Estou com saudades.

Desligou e foi tomar um banho.   Já não tinha roupa sua ali, então vestiu umas cuecas dele que ficaram parecendo shorts e camisa que pareceu vestido.

Coração MalvadoOnde histórias criam vida. Descubra agora