Juliette exitou antes de meter a chave na porta. André colocou o braço sobre o ombro dela e incentivou-a e ir em frente.
Abriu a porta e assim que a fechou atrás de si, deixou cair algumas lágrimas.
A casa estava despojada de objectos. Restaram os móveis que ela sempre viu desde que se conhece por gente. A madrasta tinha levado apenas o que ela tinha comprado.
Juliette percorreu cada cómodo e sorria ao ver uma cama, um banco, uma mesa ou um simples bibelot que a sua mãe comprara.
A casa não estava suja. A cozinha despojada dos pequenos electrodomésticos mantinha no entanto um microondas e um frigorífico.
Juliette recordou o dia em que juntamente com a mãe tinha escolhido o frigorífico.
Lembro que eu sempre pedi para ter depósito para àgua fresca e apesar do preço ser bastante mais elevado a mãe fez-lhe a vontade.- Quando vão liberar o meu dinheiro André? Preciso de comprar algumas coisas que faltam.
- A data certa não sei, mas nos próximos dias de certeza. Eu posso ajudar se quiseres.
- Não. Eu espero. Não estou na rua e o que são mais uma ou duas semanas? Assim vou organizando aos poucos e ao meu gosto.
- Tu decides, mas fica à vontade. A casa é legal. Espaçosa, luminosa e o que eu gosto é da àrea externa.
- Era o local preferido da minha mãe. O jardim era a sua paixão. Ela cultivava rosas de várias cores.
A minha madrasta como não quis conviver com elas, mandou arrancá-las e pôs relva em toda a extensão.- Está bonito, mas gostaria de vê-lo com as rosas. Eu adoro flores.
- Também eu. Vou plantá-las de volta.
Juliette fez uma anotação do que precisava comprar e fazer na casa e depois saíram.
- André, deixas-me pagar-te o almoço? É o mínimo e quando receber o dinheiro vamos acertar os teus honorários.
- Depois falamos acerca disso. Onde queres ir almoçar?
- Não sei. Não conheço assim tantos restaurantes.
- Então deixa comigo.
Entraram no carro e logo estavam no parque de estacionamento de um restaurante com esplanada.
Sentaram-se numa àrea menos movimentada e fizeram o pedido.Rodolffo e Rosa por coincidência chegaram ao mesmo restaurante.
Rosa foi quem avistou Juliette que estava de frente. Acenou-lhe e ela sentiu-se obrigada a retribuir.Rodolffo fechou a cara quando Juliette convidou Rosa para que se juntassem a eles.
- Não avó. Não queremos incomodar.
- Não incomodam disse André imediatamente. Tenho muito gosto de almoçar com duas mulheres lindas. O cavalheiro também.
Juliette riu e fez as devidas apresentações. Rodolffo e Rosa sentaram-se e pediram também.
- André era muito perspicaz e observou Rodolffo e Juliette que não falavam directamente.
"Ele é patrão dela, que ela já me disse, então o que se passa aqui"?
Juliette e Rosa conversavam sobre a casa e André resolveu quebrar o gelo.
- O Rodolffo faz o quê?
- Sou arquitecto. Por sinal sou um dos sócios da empresa onde Juliette trabalha.
- Sério? Querida, não me disseste que trabalhavas com Rodolffo? - este estava a beber um gole de vinho e engasgou-se. - querida?
- Não? Desculpa. Não deve ter surgido o assunto. - tudo bem senhor Rodolffo? Levante os dois braços para o ar que isso passa.
Rodolffo pediu licença e foi até o banheiro. Tossia muito e o rosto estava vermelho.
Regressou pouco depois mais calmo e continuaram a refeição.
André recebeu uma chamada e disse:
Bom, terminámos a refeição e eu agora tenho um compromisso. Juliette tudo bem se regressares com eles?- Sim, se não for incómodo. Obrigada por tudo.
- Claro que não é, disse Rosa.
André deu um beijo na bochecha de Juliette e de Rosa, despediu-se de Rodolffo e partiu.
Ele perguntou quem queria sobremesa e todos optaram por petit gateau com gelado de baunilha.
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Coração Malvado
FanfictionNão te feches ao amor. Não resistas. Deixa que a natureza haja no tempo certo.