Epígrafe

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" As últimas notícias de última hora de Ashwood assustaram a população. Um casal fora encontrado morto após a intensa tempestade que durou durante a noite inteira dessa segunda-feira. As autoridades locais informam que os crimes estão interligados. O homem de trinta anos, identificado como Dylan Gordon, foi assassinado em sua própria casa, em seu quarto. Após horas, uma explosão na rodovia principal de Ashwood chamou atenção da polícia rodoviária, que ao investigar, constatou um acidente que envolvia apenas uma vítima. Yve Gordon, uma mulher de vinte e cinco anos. A suspeita é que Yve assassinou o próprio marido e depois fugiu. Não temos informações do que a motivou a cometer tal atrocidade, mas a arma do crime fora encontrada em seu veículo."

— Que notícia lastimável. — Diz, suspirando enquanto evitava olhar para a tela da televisão.

— Sei que é, padre Ceedar. — Respondo ao mais velho, que faz o sinal da cruz em seguida. — Não posso mentir, Ashwood sempre fora uma cidade estranha, com acontecimentos que nem mesmo nós dois conseguimos explicar.

— Eram jovens, e muitas vezes o diabo mexe com a mente da semente mais fraca, em desenvolvimento.

Volto a me sentar no banco, agora, deixando o som do canal de notícias mais distante do que antes. Me concentrava apenas na voz do mais velho, que parecia abalado.

— As pessoas irão perguntar, cobrar uma posição sua, prefeito Cooper. — Ceedar diz a mim, enquanto esfrego a mão pelos cabelos e penso nisso. É claro que cobrarão... — O que acha de começar... Mudando o nome dessa cidade?

Suas palavras me deixam surpreso.

— Está na hora de trocar os ares, isso é um bom começo para todos nós. Ashwood está ligado à muitas atrocidades e eventos nas quais preferimos esquecer, sabemos que Deus roga por um bom recomeço.

— O que tem em mente, padre? — Não deveria estar discutindo sobre isso com pessoas que não estão em posições como a minha, mas a minha cabeça anda em um turbilhão no momento. Uma ajuda é sempre bem-vinda, principalmente porque conheço esse homem como unha e carne. Devo muito a ele.

— O que acha de... Silent Hill? — Sugere, um brilho estranho em seu rosto enquanto me encarava com expectativa.

Eu não conhecia o significado daquelas palavras, mas me senti tentado a ouvir mais sobre a sua história.

— Conte-me mais. — Peço, mais interessado do que gostaria de admitir.

— Claro, prefeito Cooper. — Ele sorri, seus dentes quase amarelados enquanto ajeitava a gola da batina. — Mas antes... Que Deus tenha em mãos essas pobres almas.

Ele enfatiza as duas últimas palavras, e com isso, faz o sinal da cruz.

My f*cking Pyramid Head Onde histórias criam vida. Descubra agora