Sombras e Sentimentos

Emoções Silenciosas

**Pov Mun**

A noite havia sido longa, mas minha mente não conseguia descansar. As ruas de Seul estavam mais tranquilas agora, mas a sensação de inquietação dentro de mim permanecia. Deitado em minha cama, observei o teto do quarto, tentando processar tudo o que havia acontecido.

Hana... Por que eu não conseguia parar de pensar nela? Era como se algo dentro de mim tivesse sido despertado naquela noite, algo que eu não estava preparado para enfrentar. Sempre fui o líder, o protetor, aquele que não podia se dar ao luxo de fraquejar. Mas com Hana, tudo parecia diferente.

Eu sempre admirei sua força, sua habilidade em batalha, e sua determinação. Mas agora, percebo que há algo mais - algo que eu não deveria sentir. Não posso me dar ao luxo de distrações, ainda mais uma distração como essa. Meus sentimentos por ela... Isso pode comprometer a missão, comprometer nossa segurança.

Levantei-me da cama, o corpo ainda dolorido das lutas recentes. A gangue contava comigo, e eu precisava me manter focado. Dirigi-me até a janela, observando as luzes da cidade ao longe. Os demônios eram nosso inimigo, mas agora percebo que meus próprios sentimentos podem ser uma ameaça ainda maior.

Eu preciso controlar isso. Não posso permitir que essas emoções interfiram na minha missão. Hana é minha companheira, minha amiga, e é assim que deve continuar. Eu não posso permitir que esses sentimentos cresçam. Não posso.

**Pov Hana**

A batalha havia terminado, mas minha mente ainda estava presa nos momentos em que vi Mun se colocando em perigo. Cada vez que ele se jogava na frente de um golpe para proteger alguém, meu coração parecia parar por um segundo. Eu sempre soube que Mun era corajoso, mas naquela noite, eu vi algo diferente - algo que me assustou.

Estou deitada na minha cama, mas não consigo dormir. Minha mente está cheia de pensamentos sobre Mun. O jeito como ele se aproximou de mim, perguntando se eu estava bem... Nunca vi Mun tão preocupado antes, e isso mexeu comigo de uma maneira que eu não esperava.

Eu tento me convencer de que é apenas preocupação de companheiros de luta, mas sei que estou mentindo para mim mesma. Meu coração bate mais rápido quando ele está por perto, e quando ele sorri - aquele sorriso raro, mas sincero - sinto algo aquecer dentro de mim. Não posso negar o que estou sentindo.

Mas e se esses sentimentos atrapalharem o que realmente importa? Somos uma equipe, e qualquer distração pode ser fatal. Não posso deixar que isso afete nosso trabalho, nossas vidas. Mas quanto mais eu tento ignorar, mais forte esse sentimento se torna.

Eu fecho os olhos e tento respirar fundo, mas meu peito parece apertado. Tudo o que consigo pensar é em Mun. O jeito como ele olha para mim, como se estivesse tentando esconder algo. Será que ele sente o mesmo? Ou estou me enganando?

Não importa. Eu preciso manter o foco, como ele faz. Somos caçadores de demônios, e nossa missão é o que realmente importa. Mas, no fundo, sei que algo mudou entre nós. E isso... isso me assusta.

**Pov Mun**

O sol estava começando a surgir no horizonte, tingindo o céu de tons alaranjados e rosados. A cidade acordava lentamente, mas eu sabia que a nossa batalha estava longe de terminar. As ruas podiam parecer calmas, mas as sombras sempre estavam à espreita.

Eu saí do meu quarto e encontrei Hana na sala de treinamento, praticando seus movimentos. Ela sempre foi a primeira a acordar e a última a dormir. Isso era algo que eu admirava nela - sua dedicação, sua disciplina.

Ela me viu entrando e parou, respirando com dificuldade pelo esforço. Nossos olhares se cruzaram, e eu senti aquele mesmo frio na barriga que me atormentava desde a noite passada.

"Você deveria descansar mais," disse, tentando parecer casual.

Ela sorriu, mas seus olhos estavam cheios de algo que eu não conseguia identificar. "Eu descanso quando os demônios descansam," respondeu, em tom leve, mas firme.

Eu queria dizer algo mais, algo que não conseguia colocar em palavras. Mas as palavras ficaram presas na garganta, e tudo o que consegui foi assentir. Hana voltou ao treino, e eu fiquei ali, observando-a, lutando contra a tempestade de emoções que ameaçava me dominar.

O que está acontecendo comigo? Eu sempre fui bom em esconder meus sentimentos, em manter tudo sob controle. Mas agora... Agora, parece que estou perdendo essa habilidade, e isso me apavora.

Eu não posso deixar isso continuar. Não posso deixar que esses sentimentos interfiram na nossa missão. Mas ao mesmo tempo, a ideia de ignorá-los, de fingir que não existem, é quase dolorosa.

Eu saí da sala de treinamento, tentando afastar esses pensamentos. Há demônios para caçar, uma cidade para proteger. E Hana... Hana precisa ser apenas minha companheira de luta. Nada mais.

Pelo menos, é o que eu continuo repetindo para mim mesmo.

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