O Início da Guerra

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Pov So Mun

O som do vento parecia mais pesado enquanto nos preparávamos para a missão. O clima ao redor da base estava carregado de tensão, e cada movimento era feito com cautela. Meus olhos constantemente se voltavam para Hana, mesmo quando tentava manter o foco na estratégia.

Ela estava em sua postura usual: concentrada, atenta a todos os detalhes. Mas eu podia ver os resquícios do que havíamos discutido antes, uma hesitação sutil em seu olhar, uma vulnerabilidade que ela raramente mostrava. Sabia que isso mexia com ela tanto quanto mexia comigo.

"Equipes, em formação!" Seok gritou, reunindo todos para a última revisão do plano.

Olhei para todos. Era um grupo forte, mas essa missão seria diferente. O ataque que estávamos prestes a enfrentar poderia mudar tudo.

"Estamos divididos em duas equipes," Seok começou. "So Mun, você lidera a primeira com Hana, Joo-Yeon, e Ung-Min. Vocês serão a linha de frente. A segunda equipe, comigo, ficará na retaguarda para interceptar qualquer fuga ou reforço inimigo."

"Nosso objetivo é simples," continuei, retomando o discurso. "Impedir que eles ganhem território e destruir os principais depósitos de armas da gangue rival."

Todos assentiram, a seriedade da situação refletida em seus rostos. Cada um sabia o que estava em jogo.

Antes de nos separarmos, dei um último olhar para Hana. Ela percebeu e apenas assentiu de leve, como se dissesse: "Estamos juntos nisso, mesmo que seja complicado."

Pov Do Hana

Atravessar a cidade em silêncio era quase impossível, mas nós sabíamos como nos mover sem chamar a atenção. O caminho até o depósito de armas estava monitorado por câmeras e patrulhas, mas tínhamos um plano. Sempre tínhamos.

So Mun liderava na frente, e eu cobria a retaguarda. Joo-Yeon e Ung-Min estavam no meio, mantendo a formação firme. Cada passo era calculado, e o som de nossos pés no asfalto era abafado pela adrenalina que corria em minhas veias.

Chegamos ao nosso ponto de observação. Do alto de um prédio abandonado, tínhamos uma visão clara do depósito rival. Estava fortemente protegido, mais do que esperávamos.

"So Mun," sussurrei, me aproximando dele. "Tem mais guardas do que o previsto. Eles já sabiam que íamos atacar."

Ele assentiu, olhando para o depósito com olhos estreitos. "Isso significa que temos um traidor ou alguém nos observando de perto."

Meu coração apertou. Traição dentro da gangue era o último problema que precisávamos, mas não podíamos lidar com isso agora. A missão vinha primeiro.

"Vamos prosseguir conforme o plano," ele disse calmamente. "Eu e Hana vamos eliminar os guardas do lado direito. Joo-Yeon e Ung-Min, vocês cuidam do lado esquerdo. A retaguarda ficará por conta de Seok."

Enquanto nos movíamos para nossas posições, meus pensamentos vagavam, mesmo que eu tentasse ignorá-los. Estávamos prestes a entrar em uma batalha, e o que So Mun dissera mais cedo ainda ecoava em minha mente. Os sentimentos que eu mantinha trancados estavam começando a transbordar, e, ao mesmo tempo, sentia que algo estava prestes a desmoronar.

Pov Joo-Yeon

Caminhar ao lado de So Mun e Do Hana sempre me deixava mais segura. Eles eram a linha de frente, os que lideravam, e sempre confiamos neles. Mas essa missão estava diferente. Todos podiam sentir o peso nas palavras não ditas entre eles, a tensão que carregavam.

Ung-Min, ao meu lado, olhou para mim de relance. "Você acha que eles estão bem?" ele perguntou baixo, enquanto mantínhamos os olhos nos guardas.

"Eu não sei," respondi, sinceramente. "Mas eles precisam estar. Porque se algo der errado entre eles, todos nós pagaremos o preço."

Nos posicionamos e aguardamos o sinal de So Mun. Quando ele levantou a mão, sabíamos que era a hora. O ataque começou rápido, mas mesmo assim, os guardas reagiram de forma quase instantânea, como se já esperassem por nós.

Eu e Ung-Min eliminamos os guardas do lado esquerdo, enquanto So Mun e Do Hana lidavam com o lado direito. Tudo estava acontecendo conforme o plano, até que um tiro soou alto demais, quebrando a sinfonia de ataques silenciosos que havíamos orquestrado.

"Temos companhia!" gritei, vendo mais guardas emergirem de dentro do depósito.

Pov So Mun

Tudo estava indo bem até o momento do tiro. Um som estridente que ecoou como um alarme. Rapidamente, vi os guardas saindo em massa, muito mais do que esperávamos.

"Hana, cobre a minha retaguarda!" gritei, enquanto avançava para interceptar os inimigos.

Ela estava ao meu lado em um instante, lutando com precisão e força, mas o número deles era maior do que tínhamos previsto. Cada golpe, cada movimento, era feito com intenção, mas eu sabia que estávamos em desvantagem.

"O que diabos está acontecendo?" perguntei entre os ataques, mas não havia tempo para respostas. Apenas sobrevivência.

A luta se intensificou, e a adrenalina dominava meu corpo, mas minha mente estava clara em uma coisa: eu não podia deixar Hana se machucar. Não dessa vez. O sentimento de proteção que crescia dentro de mim era mais forte do que qualquer outra coisa.

Mas então, um movimento rápido no canto do meu olho. Um dos guardas conseguiu se aproximar demais de Hana enquanto ela estava distraída. Antes que pudesse reagir, ele sacou uma faca e avançou.

"Hana, cuidado!" gritei, mas já era tarde demais.

Pov Do Hana

Senti o golpe antes mesmo de perceber o que havia acontecido. Um corte rápido na lateral do meu braço. A dor queimou instantaneamente, mas não foi o suficiente para me parar.

"Merda!" murmurei, recuando rapidamente enquanto segurava o local do ferimento. O sangue escorria, mas eu precisava manter o foco. O inimigo estava na minha frente, pronto para atacar novamente, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, So Mun o derrubou com um soco feroz.

"Hana, você está bem?" Ele me olhou, a preocupação estampada em seus olhos.

"Estou bem," menti, apertando o ferimento para conter o sangramento. "Nós temos que continuar."

Ele hesitou, mas sabia que não havia tempo para discutir. Mesmo com o ferimento, não podíamos parar agora.

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Continua...

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