Sombras Internas

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**Pov Jin**

A noite havia sido difícil para todos nós. Os ferimentos não eram apenas físicos; havia uma tensão no ar, algo que não podíamos ignorar. Eu sempre fui a mais sensível a essas mudanças sutis entre nós, e aquela manhã não era diferente.

Saí do meu quarto e me dirigi à cozinha. A senhora Lim já estava lá, como sempre, preparando o café da manhã. Seu sorriso caloroso nunca deixava de me acalmar, mas hoje, algo em seus olhos sugeria que ela também estava ciente da mudança.

"Bom dia, Jin," ela me cumprimentou, colocando uma tigela de arroz na mesa.

"Bom dia, senhora Lim," respondi, sentando-me e começando a comer em silêncio.

Ela se sentou ao meu lado, servindo-se de chá. "Você parece preocupada."

Suspirei, mexendo no arroz com os hashis. "Só estou cansada. As batalhas têm sido mais intensas."

A senhora Lim assentiu, mas eu sabia que ela não estava convencida. Ela me conhecia bem demais para aceitar essa desculpa. "E como estão os outros?"

Olhei para ela, sabendo exatamente a quem ela se referia. "Mun e Hana? Estão... diferentes."

"Diferentes como?" Ela perguntou, mas eu sabia que ela já tinha uma ideia.

"Há algo entre eles, algo que ambos estão tentando esconder," confessei. "Mas isso está afetando a todos nós. Mun está mais reservado, mais distraído. Hana... ela também está diferente, mais cautelosa."

A senhora Lim ficou em silêncio por um momento, como se estivesse escolhendo cuidadosamente suas palavras. "O coração pode ser mais traiçoeiro que qualquer demônio, Jin. E o que eles estão sentindo um pelo outro pode ser um desafio tão grande quanto qualquer batalha que enfrentamos."

Eu assenti, sentindo o peso de suas palavras. "Você acha que isso pode nos prejudicar?"

"Pode," ela respondeu calmamente. "Mas também pode nos fortalecer, se eles souberem lidar com isso. O amor, quando mal compreendido, pode ser perigoso. Mas se eles conseguirem transformar esses sentimentos em algo positivo, isso pode ser a nossa maior força."

Fiquei em silêncio, refletindo sobre o que ela disse. Eu sabia que estava certa, mas também sabia que não seria fácil para Mun e Hana lidar com isso. Ambos eram teimosos, orgulhosos. Eles colocariam a missão acima de tudo, mesmo que isso significasse ignorar o que estavam sentindo.

Mas ignorar algo tão poderoso poderia trazer ainda mais problemas.

Claro! Aqui está o trecho atualizado com o nome correto do médico:

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**Pov Dr. Jae-Hyun**

A manhã já estava a todo vapor quando entrei na sala de estar, carregando minha maleta médica. Sabia que precisaria checar os ferimentos de todos, especialmente de Mun e Hana. Eles sempre foram os mais difíceis de convencer a cuidar de si mesmos.

Encontrei Mun sentado à mesa, uma xícara de café nas mãos, mas ele parecia perdido em pensamentos. Isso era incomum; Mun sempre foi focado, determinado. Vê-lo tão distante me preocupou.

"Bom dia," disse, sentando-me ao seu lado.

Mun olhou para mim, piscando como se estivesse saindo de um transe. "Bom dia," ele respondeu, mas seu tom era mais automático do que genuíno.

"Como estão seus ferimentos?" Perguntei, abrindo a maleta e começando a preparar os materiais.

"Estou bem," ele respondeu rapidamente, tentando desviar a conversa.

Eu não estava convencido. "Mun, você sabe que precisa descansar. As lutas têm sido mais intensas, e você não é invencível."

Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos. "Eu sei. Só... tem muita coisa na minha cabeça agora."

Levantei uma sobrancelha. Mun raramente admitia quando algo o estava incomodando. "Quer falar sobre isso?"

Ele hesitou, olhando para o café como se estivesse buscando respostas no fundo da xícara. "É complicado. Não quero que isso afete a equipe."

"Se está afetando você, já está afetando a equipe," disse, tentando ser o mais direto possível. "Mun, somos mais do que uma gangue. Somos uma família. E se algo está te incomodando, precisamos lidar com isso juntos."

Ele ficou em silêncio por um longo tempo, e eu esperei pacientemente. Sabia que Mun precisava de tempo para processar as coisas antes de falar sobre elas.

Finalmente, ele suspirou profundamente. "É Hana. Eu... sinto algo por ela. Algo que não deveria sentir."

Isso não era exatamente uma surpresa para mim, mas ouvir Mun admitir isso era um grande passo. "E isso te preocupa?"

"Sim. Não posso me permitir distrações. Se eu perder o foco, posso colocar todos em perigo."

Assenti, entendendo sua preocupação. "Os sentimentos são complicados, mas ignorá-los só vai torná-los mais fortes. Talvez você precise encontrar uma maneira de lidar com isso sem deixar que afete seu trabalho."

"Mas como?" Ele perguntou, e pela primeira vez, vi a vulnerabilidade em seus olhos.

"Comece aceitando que esses sentimentos existem. Você não precisa agir sobre eles agora, mas fingir que não estão lá só vai piorar as coisas. Se precisar, estou aqui para conversar."

Mun assentiu lentamente, como se estivesse processando minhas palavras. "Obrigado. Vou pensar nisso."

"Isso é tudo o que podemos fazer agora," respondi, colocando uma mão em seu ombro antes de começar a examinar seus ferimentos. "Mas lembre-se, você não está sozinho nisso."

Enquanto cuidava de Mun, percebi que o maior desafio que enfrentaríamos não viria dos demônios lá fora, mas das sombras que cada um de nós carregava dentro de si. E para vencer essa batalha, precisaríamos estar mais unidos do que nunca.

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Oii gnt ,me falam vcs estão gostando da fanfic?

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