𝐏𝐞𝐫𝐭𝐨 𝐝𝐚 𝐮́𝐥𝐭𝐢𝐦𝐚 𝐏𝐚𝐫𝐚𝐝𝐚 - 𝐂𝐚𝐩 𝟕

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𝐏𝐀𝐈𝐗𝐀̃𝐎 𝐅𝐀𝐍𝐓𝐀𝐒𝐌𝐀

Quando a carruagem já se afastava do hotel, que se escondia entre um pomar de árvores frutíferas exuberantes, Lyran fez um gesto decidido, ordenando ao condutor:

— Pare a carruagem imediatamente, por favor!

O condutor, com um olhar de curiosidade e desconforto, obedeceu e fez a carruagem parar. Desceu do banco com um ar de perplexidade.

— O que se passa agora? Estamos tão perto do nosso destino — murmurou, com uma pitada de irritação em sua voz.

— É imperativo que eu os liberte agora! — exclamou Lyran, enquanto descia da carruagem com um propósito resoluto. O condutor franziu a testa, observando-a enquanto ela caminhava até a borda da estrada coberta por uma neblina espessa.

— É chegada a hora de vocês cumprirem seu verdadeiro destino, pequenos — falou Lyran com uma voz carregada de compaixão, erguendo seu chapéu encantado na direção da densa floresta à frente, que parecia quase pulsar com uma energia mágica.

Quando os Nubilos começaram a emergir do chapéu, o condutor ficou atônito, recuando instintivamente.

— Mas que diabos é isto! — exclamou, sua voz transbordando de espanto. — Estes são os criados do hotel! Como vieram parar aqui?

Lyran se virou para ele com um olhar penetrante e respondeu com firmeza:

— Eles estavam sob o jugo cruel de escravidão, vivendo em condições deploráveis. Portanto, tomei a liberdade de libertá-los — afirmou, enquanto os Nubilos, aliviados e hesitantes, saíam do chapéu.

— Você não pode fazer isso! — protestou o condutor, a voz trepidando de choque.

— Não posso? — replicou Lyran, avançando em sua direção. — Se você fosse um deles, suportaria viver em temor constante, realizando tarefas indesejáveis em troca de dor e sofrimento? Suportaria ser privado da beleza deste mundo, forçado a viver nas trevas da escravidão? Diga-me, condutor, você suportaria isso?

Ele hesitou, a mente inundada com a realidade crua das palavras dela. Gaguejou:

— Eu... eu... — sua voz falhou ao tentar articular uma resposta. — Eu não sei...

— Exatamente. Você não sabe. Então, ao invés de ficar aí parado, ajude-me a libertá-los — ordenou ela com uma determinação que deixava pouco espaço para discussão.

Enquanto começavam a retirar as roupas mágicas que mantinham os Nubilos presos, o condutor observava, perturbado, refletindo sobre moralidade e compaixão pela primeira vez, agora em um dilema interior.

Quando o líder dos Nubilos emergiu do chapéu com um sorriso de gratidão, aproximou-se de Lyran e falou com timidez:

— Lyran, todos já saíram e... — hesitou — Eu gostaria de acompanhá-la em sua jornada. Enquanto estivemos em seu chapéu, percebemos pela magia de seus cabelos que você busca alguém. Decidi unir-me a você assim como você nos ajudou.

— Não é necessário, foi minha obrigação tirá-los de lá. Aproveite sua liberdade — respondeu Lyran, com uma emoção que transparecia em sua voz.

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