Paixão Fantasma

𝐀𝐫𝐦𝐚́𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐐𝐮𝐚𝐫𝐭𝐳𝐨 𝐫𝐨𝐬𝐚 - 𝐂𝐚𝐩 𝟖

꥟ 𝐏𝐀𝐈𝐗𝐀̃𝐎 𝐅𝐀𝐍𝐓𝐀𝐒𝐌𝐀 ꥟

Lyran franzindo as sobrancelhas:

— Sim, sou a famosa herdeira do Sr. Elio...

Rose, com olhos cintilantes de entusiasmo, exclamou de maneira quase infantil, mas contagiante:

— Incrível! Bem, talvez nem tanto "incrível" dadas as circunstâncias, não é? Mas o que traz uma pessoa tão ilustre a essa cidade... tão em ruínas?

Lyran, um pouco nervosa, passou a mão pelos cabelos, um sorriso tímido brotando em seus lábios enquanto tentava disfarçar o rubor que surgia em suas bochechas. A respiração dela se tornou ligeiramente irregular, e suas palavras pareceram tropeçar antes de saírem.

— Bem... ouve-se por aí alguns rumores... sobre o grande Sr. Elio. Dizem que ele ainda está vivo e escondido em algum lugar deste lugar sombrio.

Rose se aproximou, seus olhos quase mágicos se fixando nos de Lyran com uma intensidade que fez o coração dela bater ainda mais rápido. A proximidade fez Lyran corar, e ela abaixou o olhar, o rosto fervendo com um tom rubro intenso.

— Posso ajudá-la? — pediu Rose, tomando as mãos de Lyran entre as suas. — Seria um sonho conhecê-lo.

Lyran, atônita, precisou de alguns segundos para absorver o pedido, antes de balbuciar, nervosa:

— Claro... pode vir conosco. Mas... o Umbros precisará concordar também.

Rose, num súbito sobressalto de surpresa, olhou para trás de Lyran com uma expressão de puro encantamento:

— EU NÃO ACREDITO! — exclamou, sua voz carregada de admiração. — Um Nubilo livre!

Umbros deu um passo à frente, cruzando os braços com uma postura quase imponente.

— Sim, sou um Nubilo livre, salvo por ela. Você pode nos acompanhar, se realmente desejar ajudar.

— Sempre sonhei com a liberdade dos Nubilus! — Rose quase gritou de empolgação. — E agora, um está bem diante de mim!

Lyran, observando com um leve sorriso nos lábios, comentou:

— Parece que você será um ótimo reforço para a nossa causa.

— Fico lisonjeada! — respondeu Rose, com um leve rubor. — Ah, por favor, aceitem minha hospitalidade esta noite. Podem descansar em minha casa.

— Agradecemos imensamente — Lyran respondeu, um sorriso caloroso florescendo em seu rosto.

No dia seguinte, Rose havia prometido levar Lyran a um local misterioso, ao amanhecer, onde acreditava que Elio poderia estar. O ar entre elas parecia repleto de uma expectativa silenciosa.

Enquanto caminhavam pelas ruas desoladas e engolidas por névoas, a cidade, com suas construções arruinadas e atmosfera sufocante, parecia apertar ao redor delas como um véu de trevas. Cada passo de Lyran era acompanhado pelo farfalhar suave das folhas caídas, um sussurro fantasmagórico que ecoava por entre as sombras das árvores que se erguiam de forma ameaçadora.

Depois de horas de caminhada, finalmente chegaram a um morro, onde, contra todas as probabilidades, um raio de sol ousava atravessar as nuvens pesadas. Lá, no topo da elevação, uma pequena casa, quase encantada, se erguia. Com um telhado vermelho e paredes de madeira branca, ela parecia destoar do restante da cidade, como se pertencesse a um outro mundo. O jardim estava decorado com flores exuberantes e coloridas, que pareciam vibrar em contraste com a tristeza cinzenta ao redor.