Durante séculos sofri.
Solidificado e silenciado, tudo porque não consegui destruir aquilo para que fui criado.
Exceto agora, depois de tanto tempo... Há uma mulher.
Aquele que parece estar sempre ao meu lado.
Dia após dia.
Noite após noite.
Ela fal...
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Summer
"Summer, aí está você!"
"Ella?" Meus olhos estão inchados, fechados com lágrimas secas, e eu os esfrego para abrir.
Ela se agacha sobre mim, onde adormeci entre a mesa e Zuriel, com Ginny enrolada ao meu lado.
"Graças a Deus te encontramos." O olhar dela pousa no isqueiro e na lâmina. "O que você está fazendo aqui? Para que é essa faca? Você está machucada?"
"Eu... Eu precisava saber."
"Saber o quê?" Seu rosto está vermelho e marcado pela preocupação. Cerrando os dentes, ela se acalma, sentando-se ao meu lado. "Temos alguns minutos antes de seus pais chegarem. Mais cedo, o que você estava tentando me dizer? Isso tem a ver com John?"
Engulo em seco, sentindo-me pressionada. "Aquele cara, o que eu estava vendo?"
"Sim?"
Lanço um olhar ao estátua. "É ele."
Ela o encara. "O quê? A estátua do gárgula?"
"Sim."
"É a mesma estátua que o povo da cidade afirma ter visto?"
Assinto com a cabeça. "Há quase dois meses, eu soube o nome dele em um sonho, e ele ganhou vida, mas apenas à noite. Mas esse demônio também queria seu nome—ele se chamava Adrien, meus pais até o conheceram, embora seu verdadeiro nome fosse Adrial. Nós o atrasamos por um tempo, e então tudo desmoronou. A noite daquele terremoto deve ter sido quando Zuriel o derrotou. Eu estava preparada para morrer."
Olho para Zuriel, memórias passando por mim. A maneira como ele se agachava na minha varanda. Nossas noites de pesquisa, de preparativos desesperados. A forma como eu me deitava no colo de seus braços todas as manhãs enquanto esperávamos o sol nascer.
"Eu precisava vê-lo. Achei que, se eu sobrevivi, talvez ele também tenha sobrevivido."
A boca dela se abre. "Summer..."
Não posso culpá-la se ela não acreditar em mim.
O olhar dela passa pelo meu rosto, e ela suspira. "Você estava chorando."
"Eu o amava, Ella. E mal lhe disse isso—apenas no final."
Ella me abraça, esfregando as mãos suavemente nas minhas costas. "Shhh, está tudo bem. Mas você não está fazendo muito sentido. Precisamos levá-la de volta ao hospital."
"Não faz sentido," murmuro no ombro dela. "É uma loucura. Eu tinha medo de contar a você, de contar a alguém."
Ela me segura à distância, fazendo-me olhar em seus olhos. "Obrigada por me contar. E, sim, estou preocupada com você, mas também acredito que você está em choque. Eu não vou te abandonar."