Capítulo 26

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Lauren esperava que de manhã Camila acordasse se sentindo um pouco melhor.

Ela não se sentiu.

Lauren observou com angústia enquanto a febre continuava a subir e os sintomas estavam piorando. O hospital parecia uma possibilidade bastante boa se isso continuasse nas próximas horas. O corpo de Camila estava quase encharcado de suor quando ela acordou. Lauren propositalmente estabeleceu um limite entre as duas na noite passada, na esperança de não ficar doente também e restringir seu calor corporal de Camila. E foi uma noite difícil. Queria confortar sua namorada mais do que qualquer coisa. Ela literalmente poderia esticar o braço e Camila estaria bem ali.

Lauren tentou bloquear o fraco tremor do colchão enquanto o corpo da garota mais nova tremia em resposta a lutar contra a doença que a invadia, mas quanto mais tentava ignorar, mais perceptível ficava. Ficou tão ruim que até acabou dormindo no chão. Na verdade, ela nem dormiu. Como poderia? Sua mente estava tão focada no bem-estar de Camila que se recusava a deixar outra coisa ocupá-la.

Em um determinado momento da noite, Camila chamou o nome de Lauren em desespero e sua voz estava marcada pela miséria. Sabendo que ela estava se sentindo tão mal e Lauren não podia fazer nada a respeito, isso a fez se sentir como uma completa merda. Ouvir seu nome sendo chamado em busca de alívio e saber que ela tinha que ignorar era tão difícil. Se ela pudesse de alguma forma tirar sua dor e infligí-la a si mesma, faria isso num piscar de olhos. Não havia dúvida sobre isso.

Agora Lauren estava sentada ao lado de sua cama, segurando a mão de Camila. Sua mão estava tão desconfortavelmente quente, indicando que ela não estava melhorando nada.

— Sinto muito. — Lauren sussurrou enquanto olhava para sua namorada com tristeza. Seus olhos castanhos se enrugaram quando ela deu um pequeno sorriso, tentando dar a Lauren alguma segurança, mas ela podia ver diretamente além de sua tentativa desesperada. Camila estava piscando lentamente e letargicamente, onde até mesmo os reflexos involuntários estavam consumindo muita de sua energia. Sua respiração estava pesada e quando Lauren colocou seu dedo no pulso de Camila, pôde sentir que as batidas estavam muito mais rápidas do que deveriam estar. Seu pobre corpo frágil estava lutando valentemente contra sua febre, mas será suficiente? Camila estava tomando alguns comprimidos para abaixar a febre, mas eles estavam tendo pouco ou nenhum efeito.

— Eu sei que você odeia hospitais, mas acho que realmente precisamos te levar. — Lauren disse enquanto enxugava o rosto de Camila com um pano frio na tentativa de baixar a temperatura ao redor de seu rosto. Sua principal prioridade era evitar permitir que o calor corresse para sua cabeça.

Camila imediatamente franziu a testa com sua sugestão, mas não rebateu ou se opôs a ela. Lauren não faria nada que não fosse do melhor interesse dela e ela sabia disso.

— Okay. — ela respondeu simplesmente, mas com um claro tom de apatia.

Lauren tentou dar um pequeno sorriso, mas o fato de ter que sugerir ir ao hospital apenas solidifica o fato de que as coisas são sérias. Realmente esperava que isso passasse logo.

— Vou falar com meu pai. — Lauren disse enquanto se inclinava para dar um beijo rápido na testa de Camila.

Andou pelo corredor até chegar às portas duplas do quarto principal. Bateu duas vezes e a voz dele respondeu para entrar, abafada pelas ondas sonoras sendo desfocadas ao colidir com as grandes portas de madeira. Lauren entrou e encontrou seu pai assistindo TV de sua cama, colocando-se a par de seus esportes. Ele bateu no lugar ao lado dele em sua cama e ela sentou.

— Bom dia. — ele cumprimentou, passando a mão do topo de sua cabeça até o fim de seu cabelo. — Como Camila está agora?

Lauren olhou para baixo e cutucou o tecido de seus lençóis.

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