Capítulo 11

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Lauren acordou com o som de um choro suave.

Ela abriu os olhos bruscamente e se sentou para encontrar o som vindo de Camila. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, e havia manchas de lágrimas escorrendo por suas bochechas. Imediatamente, o pânico começou a tomar conta dela.

— Meu Deus. — ela disse, segurando o rosto da menina que chorava em suas mãos. — O que aconteceu? Você está bem?

Camila riu e enxugou os olhos, fungando no processo. Lauren estava mais do que confusa agora e não escondeu isso em seu rosto.

— Eu não entendo. O que está acontecendo? — ela perguntou.

— Lauren. — disse ela com um sorriso, a voz ligeiramente trêmula. — Eu estava lendo. — ela olhou para as mãos de Camila e viu o livro "Eleanor e Park" nelas. — Acabei de terminar.

Lauren soltou um suspiro pesado e tirou as mãos do rosto de Camila, cobrindo o próprio rosto com a palma da mão.

— Meu Deus, Camz. Eu pensei que algo sério tivesse acontecido, mas é só um maldito livro.

— Ei! Por acaso esse é um assunto muito sério. Mas por favor, me diga que você também chorou no final para eu não me sentir uma aberração superemocional.

A garota mais velha riu e limpou uma lágrima perdida da bochecha de Camila.

— Eu chorei, sim. Eu te disse que era bom. Mas como você pegou o livro? Não estava lá em cima?

Camila assentiu.

— Sim, mas eu subi para pegar enquanto você estava dormindo. Você dorme profundamente, porque nem se mexeu quando eu levantei sua cabeça e a coloquei de volta no meu colo quando desci novamente. Além disso, você dormiu durante a chegada do seu pai e a montagem da árvore de Natal ali. — ela aponta seu dedo indicador longo e fino para o canto da sala e lá está uma grande árvore de abeto Douglas, como todo ano.

— Caramba. Quanto tempo eu dormi? — ela perguntou com um bocejo.

— Cerca de três horas. — Camila respondeu calmamente, colocando o livro acabado na mesa de centro à sua frente.

Os olhos de Lauren se arregalaram.

— Três horas? O que diabos? — ela olhou pela janela e viu que já estava escuro. — Bem, parece que não vou dormir esta noite.

— Noite toda? — Camila perguntou com um tom esperançoso na voz, sorrindo.

Lauren retribuiu o sorriso.

— A noite toda.

[...]

03:00 da madrugada.

— Eu juro que se você não me der um Oreo agora mesmo, vou te dar um chute na garganta. — Lauren resmungou, engatinhando por cima da peste da Camila.

Camila riu alto, curtindo a irritação estampada no rosto de Lauren. Ela segurou o pacote bem alto, na beirada da cama, fora do alcance de Lauren.

— Só se você admitir que trapaceou totalmente na última rodada de Go Fish! — ela gritou de volta, apontando para a pilha de cartas ao lado delas.

Lauren se deixou cair de volta e cruzou os braços, fazendo bico.

— Tá bom. Eu trapaceei. Vi as cartas que você tinha na mão.

Camila sorriu satisfeita e gentilmente estendeu o pacote de Oreos para a garota carrancuda.

— Foi tão difícil assim?

Lauren pegou um biscoito, colocou na boca e deu um sorrisinho.

— Estou brincando, eu não trapaceei. Você só é péssima em Go Fish.

04:00 da madrugada.

— Espera, você realmente caiu em um vaso sanitário quando era pequena? — Camila exclamou, segurando os lados do corpo porque estava doendo de tanto rir.

Lauren franziu a testa.

— Não tem graça, idiota. Mas sim, eu caí. Era um vaso sanitário de porcelana anormalmente grande no hotel em que meu pai e eu estávamos hospedados quando fomos para a Disney e eu era pequena para a minha idade, então eu só... — ela fez um estalo com os lábios para dar ênfase — ...caí dentro.

A risada de Camila encheu o quarto e a garota de olhos verdes a observou com um sorriso no rosto. Nada a deixava mais feliz do que ver Camila feliz. Podia sentir-se apaixonando cada vez mais pela garota a cada segundo que passava, e Lauren já estava desistindo de tentar parar. Agora, ela apenas se deixaria cair.

05:00 da madrugada

— Você acha que as lagartas sabem que vão acordar um dia e se transformar em borboletas?

— Que diabos, Camila?

Ela apoiou o queixo no ombro de Lauren enquanto se deitavam na cama.

— Quero dizer, pensa nisso! E se um dia elas se sentirem muito mal consigo mesmas porque acham que são essas criaturinhas peludas e feias, mas então pensam 'Ah, espere! Tudo bem porque eu serei uma linda borboleta em breve!' Elas sabem disso?

Lauren olhou para ela como se Camila pertencesse a um hospital de doidos. Mas ela tinha razão.

— Eu não sei o que se passa na sua cabecinha maluca, e não sei por que, mas acho que gosto disso.

06:00 da madrugada.

— Como você chama um cara obcecado por luas?

— O que, Camz?

— Um lunático.

— Meu Deus.

06:30 da madrugada.

— Os cachorros pensam em latidos também?

— Camila, estou te dando dois segundos para calar a boca. — Lauren resmungou de olhos fechados.

06:40 da madrugada.

Just a small town girl. Living in a lonely wo...

— Camila.

06:43 da madrugada.

Don't stop believ...

Lauren jogou um travesseiro na cabeça de Camila.

— Eu vou te jogar para fora dessa cama.

06:50 da madrugada.

— Estou quase pegando no sono. — Camila sussurrou com um bocejo ao notar o sol começando a nascer. — Vem cá.

Lauren sonolenta e cegamente obedeceu, se aproximando da garota e se acomodando com o nariz pressionado entre as clavículas de Camila. Passou o braço em volta da cintura fina de Camila e deitou de costas, enrolando os dedos no tecido da camiseta.

Camila pressionou os lábios com ternura no topo da cabeça de Lauren antes de lentamente começar a brincar com seu cabelo novamente.

— Boa noite.

— Boa noite. — Lauren disse com um sorriso satisfeito, se aconchegando ainda mais em Camila, se é que isso era possível.

Sim. Lauren está completamente apaixonada.

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