Capítulo 02 - Adônis

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Adônis Ferrer

Eu estou exausto!

Estou velho pra esse trabalho, mas não penso em me aposentar, afinal isso é a única coisa que eu sei fazer.

- Finalmente você acordou. -A voz familiar preenche meus ouvidos e eu abro um sorriso. - Já estava ficando entendiada.

- Quando você chegou? -Perguntei, minha voz estava meio rouca devido eu ter passado muitas horas sem usa-la.

- Apenas algumas horas. Assim que eu soube do incidente, corri para o aeroporto, vai ter que liberar o cartão irmãozinho, eu tô sem nada aqui.

Reviro os olhos, mas eu quero sorrir, porque eu estou feliz por ela está aqui, eu nem lembro a última vez que eu a vi.

- Compre o que quiser, desde que você não precise voltar correndo pra Nova York.

- Uau! Quanta generosidade, isso tudo é pra não ficar sozinho aqui?

- Eu tenho 41 anos, uma hora a gente cansa de ficar sozinho.

Ela senta ao meu lado na cama e toca minha mão.

- Don, eu moro longe, a gente demora muito tempo pra se ver, vem morar comigo em Nova York?

- Porque não vem morar no Brasil comigo?

- Você sabe que eu não posso, eu acabei de conseguir o emprego dos meus sonhos, finalmente eu estou dirigindo a editora que eu sempre quis, Quesia e eu estamos noivas, não posso largar tudo lá, apesar do amor que eu sinto por você.

- Eu também não posso ir embora, tem coisas que me prendem aqui. Coisas que eu não estou pronto para abrir mão.

- Tipo mulheres?

Apenas uma!

- Você sabe que eu não namoro.

- Pode até não namorar, mas duas mulheres muito gatas vieram ver você.

- Duas?

- Uma ruiva e uma morena.

Meu coração deu um salto quando ouvi Rita falar sobre a "ruiva", não podia ser Jaqueline, mas eu não conhecia nenhuma outra ruiva e eu acho que nenhuma outra mulher ruiva me conhece também.

- Fale dessa ruiva.

- Ela tem entre 1,60 a 1,65, magra, olhos castanhos, que Quesia não me ouça, mas ela é uma das mulheres mais bonitas que eu já vi na vida.

- Ela disse o nome?

Rita faz uma cara de pensativa, mas em seguida ela me encara.

- Você a conhece não é?!

- Talvez... nome, Rita! Eu quero o nome!

- Aí tá bom! Eu vou dizer o nome dela.

- Eu estou esperando.

- Ela disse que se chamava, Jaqueline, não me disse sobrenome nem nada, apenas esse nome.

Meu coração deu um sopapo dentro do peito, espancando a minha caixa torácica.

- Você tem certeza que era Jaqueline?

- Bem, a não ser que ela tenha mentido o nome, sim, eu tenho.

- Eu não acredito que ela veio até aqui e eu não a vi.

- Não vai querer saber sobre a segunda mulher?

- É claro... -Não, na verdade, eu não queria saber, mas eu não queria que Rita soubesse o quanto Jaqueline me afetava.

- Bem, não vai ser necessário porque ela deixou isso. -E Rita me entrega um enorme buquê de flores laranjas.

Amor PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora