Capítulo 11 - Jaqueline (Parte I)

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Jaqueline Strada

Adônis e eu estávamos conversando sobre as rotas de fuga nas últimas três horas, após termos passado mais duas horas traçando meu plano para quando eu entrasse em território inimigo.

Só que eu ainda não contei para o Adônis a parte principal de meu plano, parte essa que conhecendo como eu conheço o homem ao meu lado, não ficará nenhum pouco feliz quando eu revelar.

— Já sabemos como você vai entrar e sabemos como você vai sair se algo der errado, agora a questão é, o que você está me escondendo?

Adônis apoia os braços sobre a mesa, seus ombros largos ficam ainda maiores e ele parece que vai me engolir com seu corpo.

Não é hora de ficar excitada, Jaqueline, foco.

— Você não vai gostar.

Ele inspira profundamente, seu peito se expande ficando ainda maior, mas seus olhos azuis voltam para mim e eles estão extremamente calmos.

— Diga, Jaqueline. –É tudo o que ele diz.

— Você não pode entrar lá comigo.

— Nem ferrando. –E ele fica de pé. — Jaqueline, eu não vou deixar você entrar lá sozinha.

— Não posso aparecer lá com você, isso comprometeria tudo.

— E quer que eu fique de braços cruzados enquanto você se ferra sozinha? Achei que você me conheceria melhor do que isso.

— Você vai comigo, só não vai entrar comigo.

— Explique-se!

— Você vai comigo, mas vai me esperar no carro... –Ele abre a boca e eu sei que ele vai protestar, mas eu me adianto. — Donnie, eu preciso fazer isso e se eu chegar lá com um homem desse tamanho atrás de mim, eu não vou conseguir fazer nada.

— Line, você sabe o que está me pedindo?

— Estou pedindo para que confie em mim. –Ele segura em minhas mãos.

— Não, você está me pedindo para ficar na retaguarda enquanto eu corro o risco de perder você.

Deslizo minha mão da dele para seu peito, pescoço, até que ela se aloja na lateral de seu rosto.

— Você nunca vai me perder.

— Pode me prometer?

— Sim, eu posso.

Adônis me puxa para seus braços e ele me aperta tanto que eu acho que a vontade dele é fundir meu corpo dentro do dele.

Ergo meu rosto pra ele e Adônis já está me olhando, seus olhos azuis como o céu, de repente ficam escuros como o mar a noite e eu percebo a mudança em seu rosto.

Adônis vai me beijar!

É por isso que eu dou um passo para trás, Adônis parece perceber o que ele ia fazer e o que eu fiz e ele também dá um passo para trás.

— Eu preciso fazer umas coisas pro dia de amanhã.

— É claro.

— Vejo você depois.

— Certo!

É tudo o que eu o ouço dizer antes de fugir escada acima e entrar em meu quarto, meu coração pulava em meu peito e eu tive de pôr minha mão sobre ele para conseguir acalma-lo.

Quando me sento em minha cama, meu celular toca ao meu lado e eu o atendo imediatamente — preciso de uma distração do que quase acabou de acontecer — Gabriel Clarke está me encarando com aqueles olhos azuis-esverdeados.

Amor PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora